Agora é amor

CAPÍTULO 35

POR FAVOR LEIAM A NOTA NO FINAL DO CAPÍTULO!

É IMPORTANTE!

Beatriz

Relembrar a história da Lizza é algo que, sinceramente, não gosto de fazer, isso me faz me sentir tão triste que se pudesse voltar no tempo -sabendo o que sei agora- ajudaria a mãe dela.

Mas o Matthew queria saber e eu confio nele, mesmo com tudo o que aconteceu entre nós, ele é alguém de confiança e se tratando da Lizza, sei que ele não irá contar nada.

-Então, a mãe da Lizza dançava em um clube e foi lá que conheceu o Luke, pai da Lizza. Eles se apaixonaram e ela foi morar com ele, estava tudo ótimo até ele exigir que ela saísse só emprego, ele alegou que "mulher dele não dançava para outros homens" , claro que não era um emprego comum, mas mesmo não deixa de ser um emprego. No começo ela achou fofo, até porque ele estava com ciúmes e isso significava na cabeça dela que ele a amava, mas as coisas foram piorando na medida que os dias iam passando- meu olhar vagou pelas pessoas na piscina e logo voltaram para o Matthew.

- O que mais ele fez?

- Ela arrumou um emprego, de garçonete dessa vez, claro que ele não sabia, até o dia que ele resolveu sair mais cedo do serviço e ela não estava em casa. Ele ligou pra todo mundo que eles conheciam e ninguém sabia dela, mais tarde ela chegou e aí a discussão começou, ele disse que ela o estava traindo, bateu nela e ameaçou que se saísse outra vez, fosse pra trabalhar ou pra qualquer outra coisa, ele a mataria. Em vez de abaixar a cabeça como ela fez da outra vez, Elizabeth se levantou no outro e foi trabalhar, o namorado resolveu almoçar na lanchonete que ela trabalhava e a viu, na frente dos outros a tratou tão bem que nem parecia o mesmo, um fio de esperança se ascendeu nela, quem sabe ele tinha reconciderado. Quando chegou em casa ele havia preparado um jantar, estava bom demais para ser verdade, mas mesmo assim a garota ficou feliz, depois do jantar ele a levou para o quarto e a estrupou.

- Ele estrupou a própria namorada?- Matthew diz incrédulo.

-Sim e disse que ela poderia ficar no emprego, mas que todo dia ele faria algo diferente a ela, e foi exatamente isso que aconteceu, todas as noites ele a forçavaa ficar com ele, batia nela, depois de um mês ela descobriu que estava grávida, foi a melhor coisa que aconteceu, mas aí lembrou do seu namorado e da vida que ela levava, não queria que uma criança fosse criada daquele jeito, ela pensou em abortar mais a chefe dela aconselhou e disse pra ela esperar e quando o bebê nascesse, era pra ela fugir, começou a pagar uma boa quantia além do salário dela, já que o Luke ficava com todo o seu dinheiro, ela escondeu esse dinheiro extra e tomou coragem para contar da gravidez- estava me segurando para nao chorar.

- Deixa eu adivinhar, ele não ficou feliz com a notícia que todo homem espera ouvir da mulher que ama?- perguntou.

- Ele bateu nela e disse que era dele, que ela o havia traído, ela chorava pensando que ia perder o bebê, era todo dia a mesma coisa, Luke chutava sua barriga e dizia que o bebê era um bastardo. Nove meses se passaram e em algum momento nesse tempo ele descobriu o dinheiro escondido e soube que ela iria fugir, ele esperou ela ter a criança e depois da recuperação, no dia que ela havia marcado de fugir, ele chegou do serviço mais cedo e a espancou, bateu tanto nela que ela teve traumatismo craniano, ele pegou a Lizza e colocou na beira da rua- nessa hora eu já estava chorando, não conseguia impedir das lágrimas descerem- Por sorte a chefe dela chegou lá, seria ela que iria levar a Elizabeth até o aeroporto, ela achou o bebê e escutou Luke gritando com a Elizabeth, ela imediatamente pegou a criança e chamou a polícia, ele foi preso, mas já era tarde de mais para a Elizabeth- olhei para cima na intenção de me acalmar.

- Um cara desse merece passar o resto da vida apanhando e sendo torturado- ele rugiu entre os dentes com o maxilar trincado, seus olhos expressavam um tipo de raiva que nunca havia visto antes.

- Como a chefe dela não poderia ficar com o bebê, ela deixou a criança no orfanato e disse que o nome dela era Elizabeth, em homenagem a mãe- dei um meio sorriso e bebi mais da cerveja.

-Coitada da Lizza, ela é um doce, nem parece ser filha de um monstro desse.

-Pra você ver, eu já pensei várias vezes em adotar ela, até já conversei com a diretora de lá, eu tenho bastante chances, só não pode ter nenhum casal disputando comigo, senão eu perco- ri para quebrar o clima tenso que havia se formado- mas tenho medo sabe, ela merece as melhores coisas do mundo e não tenho uma imagem materna com o exemplo sabe.

-Você deveria investir nisso, sei que seria uma ótima mãe para Lizza, Elizabeth não poderia ter alguém melhor para honra-la nesse papel- ele pagou na minha mão em cima do balcão.

- Ela me chamou de mamãe esse dias- sorri abertamente me lembrando- nunca tinha sentindo aquilo na minha vida, é como se todo meu peito se derretesse, foi a melhor coisa que já ouvi na minha vida.

- Ela gosta de você, da pra ver de longe, então o que você está esperando? Você não precisa de nenhum exemplo materno para seguir, a única coisa que você precisa seguir é seu coração.

-Obrigada Matthew- dei um beijo na bochecha dele- suas palavras me ajudaram muito.

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Quero dedicar esse capítulo a todas as mulheres que já sofreram algum tipo de abuso, seja físico ou psicológico.
Não deixe de denunciar, conte a alguém e denuncie, NINGUÉM MERECE PASSAR POR ALGO ASSIM!