|Para sempre Speedy

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Lumos ☆・*


𝟯𝟬 𝗱𝗲 𝗮𝗴𝗼𝘀𝘁𝗼
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Mudanças podem ser assustadoras, mas não tanto quanto são necessárias. Aquele que mover o mundo, primeiro se moverá.
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A casa dos Fernandéz nunca estivera tão silenciosa

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A casa dos Fernandéz nunca estivera tão silenciosa. Mia fitava o seu reflexo no espelho nitidamente nervosa. Usava uma calça e blusa de cor preta, um sobretudo verde militar e um par de coturnos. Seus longos cabelos estavam soltos e por mais que o penteasse, sempre encontrava algum defeito.
Havia terminando de arrumar as suas malas há minutos antes, percorreria de avião por aproximadamente oito mil novecentos e sessenta e um quilômetros; uma viagem extremamente insípida e fatigante, mas o que realmente incomodava a garota era o imprevisível, o mar de possibilidades que a aguardava e ela sentia isso. Deixar os seus pais e os seus amigos também não era uma tarefa fácil.

Em um súbito momento de coragem, a menor girou os calcanhares indo em direção as escadas encontrando um Franco e uma Marisol com uma expressão afetada em seus rostos, Mia sabia bem o que ela significava.

-Speedy! -Fungou. -Promete mandar notícias? -Sua mãe arfou indo ao seu encontro.

-Acho que estou um pouco velha pra esse apelido. -Fez uma careta. -Juro solenemente, mamãe.

-Você sempre será a nossa Speedy, é o seu destino. -Seu pai aproximou-se. -E fique bem longe de confusões. -Estreitou os olhos. -Espero não ter problemas com isso.

A garota soltou um riso nasal achegando-os em seus braços. Ir a Hogwarts seria encrenca, mas a jovem Fernández não esperava menos, ela sempre se familiarizou com a confusão e por mais que estivera presa por anos em um estado de negação, precisava saber o que de fato a levou até ali. A Escócia era à milhas de distância do Brasil, seu passado e presente não fazia sentido algum.

Estudar em Hogwarts seria de fato um desafio, mas Mia jamais fugira de um.

-Cuide bem da mamãe, vejo vocês nas férias, ou um pouco antes. -Afastou-se. -E você. -Caminhou até Atenas, a coruja da casa. -Leve isso a mansão Castle, por favor. -Amarrou um bilhete na pata da mesma a assistindo sair pela janela.

A garota nunca foi boa em despedidas, mas estava fadada a ser.


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As fíbulas da jovem bruxa já se encontravam em um estado de cãibra muscular, era o preço a se pagar por sua hiperatividade. Mia detestava ficar inerte por tempo demais.

Exalando inquietação em suas entranhas, a Fernández alternava entre fechar e abrir a mochila em que portava, durante a repetição, a loira retirou do seu enlaço um diário em branco. The Grandier era o que estava escrito na capa azul cobalto aveludada. Mia conseguia sentir magia ali, embora não tivesse a desvendado ainda.

Há anos, esse diário corroído era tudo o que conseguia lembrar-se sobre o que acontecera antes, tudo que haviam deixado para à jovem quando a largaram em frente à uma residência muggy qualquer. Com a benção de Merlin, esse casarão era o lar dos Fernández, um casal de médicos renomados, argentários e recém casados. Pessoas extremamente gentis e amáveis que sempre priorizaram a felicidade da menina e deram tudo de si para a manter segura.

-Estaremos pousando no aeroporto internacional de Heathrow em alguns minutos. -A voz da aeromoça passou a soar por todo o local. -Em nome da companhia LATAM, gostaria de agradecer a todos que viajaram com nosso. -Mia fechou o diário açodada, o guardando novamente. A história dos Grandier era um completo mistério, mistério que a loira estava assídua a desvendar.

Impertinente, Mia desceu do avião arrastando a sua mala, sentindo uma brisa gélida desordenar os seus fios soltos. Tirou do bolso do seu sobretudo dois papéis, a lista dos seus materiais e um comprovante de depósito. Por falta de planejamento, ficaria em um hotel muggy até o dia do embarque.

-Certo, Mia, é isso aí. Não surta. -A jovem proferiu enquanto caminhava sem tirar os olhos da sua lista. -Não é muita coisa. -Pausou. -Ok, é muita coisa sim. -Girou o papel entre os dedos, levantando o olhar apenas para analisar a entrada do grande hotel, que graças a Benedita Dourado encontrava-se na mesma quadra do aeroporto.

O que não estava escrito ali, naquele pequeno bilhete, era o que a Mia estava mais ansiosa para adquirir, uma das tão famosas varinhas Olivaras. A entusiasta sempre achou a ideia da varinha escolher o bruxo magnífica e estava contando os segundos para obter a sua própria.

Com um mínimo sorriso prensado em seus lábios, sentiu a brisa como jamais antes. Mudanças podem ser assustadoras, mas não tanto quanto necessárias.

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Nox













♡𝟐𝟎𝟐𝟎
𝐅𝐀𝐋𝐀𝐒𝐈𝐑𝐈𝐔𝐒

♡𝟐𝟎𝟐𝟎𝐅𝐀𝐋𝐀𝐒𝐈𝐑𝐈𝐔𝐒

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