Segurava meu lápis com firmeza, forçando a ponta no papel em branco do meu caderno. Argh! Que odeio de mim mesmo, eu simplesmente não consigo escrever nenhuma linha sequer. Nos últimos dias, eu estava com um sério problema de criatividade e isso estava me deixando muito irritado. Eu amo escrever músicas e não conseguir fazer isso por causa de um bloqueio de criatividade idiota, estava me deixando irritado e com vontade de chorar.
— Noah, como estão as coisas aqui? – O Sr. Santiago, meu chefe, me pergunta enquanto colocava seu casaco de veludo, aquilo era esquisito, não estava frio lá fora. Nós moramos na Califórnia, onde o inverno não dura duas semanas e ele estava usando um casaco de veludo?
— Estão bem, Sr. Santiago. – Ele me encara, fingindo estar com sério e com uma das sobrancelhas arqueadas. Estou trabalhando aqui faz dois anos e ele havia me dado o direito de chama-lo apenas de Arthur, mas os hábitos nunca mudam. – Está tudo indo bem, Arthur. Eu atendi quatro pessoas hoje, sem nenhum desconto.
-- Por isso, você é meu garoto favorito. – Arthur responde, dando uma leve piscadinha que me faz rir. Após terminar de colocar seu casaco, arruma-lo em seu corpo, um pouco acima do peso, ele se vira para mim novamente. – Você acha que eu estou bonito? Quero uma opinião sincera.
Inclino a cabeça para o lado, umedeço meus lábios e começo a observar o Sr. Santiago. Ele parecia meu pai, ombros largos, barba e cabelo branco e parecia o papai noel. A única diferença que ele tinha 42 anos e estava solteiro. Ele usava calças Jens preta, camisa vermelha e seu casaco de veludo preto. Não estava feio, mas continuava parecendo o papai noel.
-- Está bem bonito, Arthur. – Largo meu lápis sobre o balcão, apoio meus braços sobre ele e me inclino para frente. Começo a lhe observar maliciosamente e sorrio. – Vai sair com alguém?
Suas bochechas começam a ficar vermelhas, ele abaixa a cabeça e coloca as mãos no bolso do casaco. Aquilo era um sim escrachado, fico super feliz por ele, Arthur é uma pessoa muito boa e merece todo o amor do mundo.
-- V-vou sim. – Pela primeira vez em dois anos vejo ele ficar envergonhado, aquilo era tão fofinho. Era como olhar para o papai noel corado ou para um urso polar. O que? Eu acho fofinho. – Eu convidei a Regina, a dona da floricultura, para jantar.
Bato minhas mãos no balcão e sorrio abertamente bastante animado, eles gostavam um do outro faz bastante tempo, mas Arthur nunca tomou coragem para chama-la para sair mesmo eu sempre lhe incentivando, ele nunca tomava uma atitude.
-- Ah! Meu Deus, finalmente – Digo, animado, dando leves pulinhos no chão. Ele me encara com a expressão séria, mas logo dá uma leve risadinha e fica corado novamente. – A quanto tempo eu falo para o senhor chama-la para sair.
Ele passa sua mão em sua nuca, enquanto suspira.
-- Na verdade, foi ela que me chamou para... jantar. – Ele disse, então não consigo evitar de rir. – Acho que ela ficou cansada de tanto esperar eu chama-la para sair.
-- Com certeza. – Murmuro, mas ele conseguiu escutar e me encara com a expressão séria. – O que? Estou mentindo?
Ele revira os olhos e suspira audivelmente.
-- Enfim, eu vou sair para jantar com ela e eu preciso que você feche a loja, ok? -- Aceno com a cabeça, concordando. Ele ajeita o casaco novamente em seu corpo, parecendo nervoso. – Eu estou esperando um cliente, aquele que irá vir buscar o violão, e ele irá vir buscar hoje. Se você quiser fechar a loja depois que ele vier, fique vontade.
Aceno com a cabeça novamente, concordando com ele, enquanto agradeço a Deus por ter permissão para fechar mais cedo e ir para a minha casa.
-- Fique tranquilo, Arthur. Vá aproveitar sua noite – Digo, sorrindo francamente, acho que fiz ele ficar ainda mais nervoso de acordo com sua expressão. – Vai dar tudo certo, mas agora o senhor precisa ir para não deixá-la esperando.
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The Crush; Nosh
FanfictionNoah sempre escreveu musicas que falavam sobre o amor mesmo que nunca tenha realmente sentido as famosas "borboletas na barriga" ou sentir seu coração bater forte contra seu peito quando está perto da pessoa amada. Era como se fosse uma admiração pe...