14. DEU TUDO ERRADO

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As horas já haviam avançado, a noite tinha chegado

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As horas já haviam avançado, a noite tinha chegado. O momento do discurso de Mosley estava para começar. O homem havia me pedido para por um vestido vermelho e eu o fiz, ele fez questão de me buscar para levar-me ao seu discurso, como ele mesmo afirmava, queria que eu estivesse ao lado dele em seu momento de glória.

Assim que chegamos ao local ele levou-me até ao seu camarim, ajudei o homem com suas roupas e sentei-me no sofá. Eu estava realmente apavorada, sabia que em poucos minutos o sangue de Mosley estaria esparramado por todo o palco e o culpado seria Thomas. Eu sabia das intenções de Mosley em relação a política, mas nunca fui a favor da morte.

- Como estou Anastácia? - Ele questionou olhando-se através do espelho.

- Está... Impecável. - Disse no meio de um sorriso falso.

- Não me parece feliz, o que te aflige? - Mosley questionou ainda com seus olhos fitados em si mesmo. - Não quero você triste, esse dia é sobre mim.

- Se é essa a sua visão, por mim tudo bem. - Revirei os olhos. - Vou me encontrar com Thomas, com licença.

- Não! - Ele respondeu áspero, o que me fez paralisar. - Quero que você fique aqui, comigo!

- Como assim? O que quer dizer com isso? - Ele segurou em meu braço com força. - Me solte, está me machucando.

- Eu já disse, esse dia é sobre mim, você ficará comigo, ao meu lado. - Ele falou aproximando seus lábios dos meus, eu rapidamente o empurrei.

- Não vou fazer o que você quer. - Arqueei a sobrancelha e caminhei até a porta, o ignorando completamente.

Mosley havia me assustado bastante, nunca tinha o visto assim. Ele estava com fúria em seus olhos e a voz parecia um trovão, talvez eu estivesse realmente enganada sobre ele. Caminhei então pelo corredor a procura de Thomas, assim que o encontrei, o blinder me levou para o palco e poucos minutos depois Mosley apareceu.

O homem iniciou seu discurso, ele falava com autoridade, com ódio, aquilo era assustador. Seu discurso aos ouvidos de quem não compreendia a linguagem mais rebuscada era totalmente agradável porém se realmente analisassem, todos veriam que ele era um monstro, droga, Ada me alertou.

Meus pensamentos voaram, estiquei meu olhar até a janela de cima onde via bem pouco, por conta do refletor de luz, um homem com uma arma apontada para Mosley, foi ai então que os judeus adentraram ao local e roubaram toda minha atenção, eles causaram um grande tumulto, certamente o plano havia iniciado.

Thomas olhou para mim e em seguida para seu relógio, acompanhei seus lábios baterem-se, aparentemente ele estava fazendo uma contagem. Quando seus lábios pararam de se encontrarem, ele olhou para o alto, seu olhar era confuso e surpreso, como se algo estivesse dado errado, logo olhamos, no mesmo momento, para o lado e avistamos Arthur e John lutando contra outros dois homens.

- Hora de sair do palco, até tudo isso acabar.- Disse Mosley direcionando suas palavras a Thomas.

Rapidamente Thomas me puxou pelo pulso, me levando para um dos camarins.

- Thomas, o que foi? O que aconteceu? - Questionei.

- Não sei o que aconteceu porr*, não faz sentido. - Thomas disse ofegante andando de um lado para o outro.

Arthur e John logo adentraram a sala, Thomas sem hesitar, tirou sua pistola do coldre e pontou para eles, acredito que por medo.

- Calma, somos nós. - Arthur disse. - Aberama morreu, eles também tentaram me pegar. - Arthur olhou em minha direção e aproximou-se. - Que porr* ela está fazendo aqui?

- Não pode ser! - Meus olhos encheram-se de lágrimas ao receber a notícia.

- Eles pegaram o Barney, sabiam de tudo. - Thomas afirmou ainda inquieto.

- Quem? - Arthur perguntou. - Quem sabia Tommy?

- Não faz sentido. - Thomas parou e olhou nos olhos de Arthur. - Quem? Os chineses? Os italianos? O serviço especial? A inteligência? McCavern. Mosley. Mosley não sabia de nada, ele não sabia de nada! - Ele gritou cara a cara com Arthur. - Quem?

- Está me assustando, Thomas. - Arthur afirmou olhando para o chão.

Fiquei ao lado de John segurando em sua mão, Thomas estava assustando até mesmo a mim, eu nunca tinha visto o homem tão alterado daquela forma, estava jogando todos os objetos que via pela frente, no chão, desesperado e impaciente.

- Quem? Quem? Quem? Quem? - Ele repetia várias vezes sussurrando.

- Você deve saber Tommy. - John finalmente se pronunciou.

Soltei a mão de John e sai da sala, segui pelo corredor as pressas e retornei ao palco, procurei por todos os lados o corpo de Aberama, eu precisava ter certeza, só conseguia pensar em Polly naquele momento. Finalmente o encontrei atrás das cortinas, respirei fundo e fechei os olhos, aproximei meus dedos de seu pescoço e para minha sorte, havia sinais vitais no homem.

- Calma, vai ficar tudo bem, eu prometo. - Segurei na mão dele e em seguida gritei por ajuda. - Alguém me ajuda, por favor! Socorro.

- O que foi? Ouvi seus gritos. - Dogs apareceu e ajoelhou-se ao meu lado. - Ele está morto?

- Não, ainda tem sinais vitais, por favor Johnny, ajude-o.

Sem pensar duas vezes, Dogs pegou Aberama, ainda inconsciente, o colocou em suas costas e o levou para o carro de Arthur, eu obviamente o segui, precisava ajudá-lo, não podia deixá-lo morrer daquela maneira brutal, como se fosse um nada.

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas Shelby (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora