Capítulo 81

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Humberto e sua irmã foram de carro até a casa de Nívia que se localizava em uma floresta longe do povoado. Chegando lá, ele estacionou o veículo em frente à residência. Os dois saíram do carro em seguida. Era uma manhã nublada de domingo. Ele se aproximou da residência e bateu na porta. Yasmim ficou perto do carro. O homem disse em alta voz:

— Nívia, você está aí dentro?

Em seguida, Humberto bateu palmas por vários minutos. De repente, ele se aproximou do carro, abaixou-se perto do automóvel e pegou uma pedra que estava no chão. Yasmim perguntou:

— O que você vai fazer, mano?

— Eu vou entrar na casa. Não quero sair daqui sem ter a certeza que Nívia se foi.

— Você bateu palmas durante vários minutos e até gritou, mas ninguém nos atendeu. É obvio que não há ninguém aqui. Por alguma razão, Nívia se mudou sem nos dizer adeus. Acho que ela detesta despedidas.

— Não acho que ela tenha partido daqui. Nívia teria lhe telefonado ao menos para dar noticias se tivesse se mudado.

Dizendo isso, ele começou a escalar uma árvore que havia ao lado da casa. Em poucos minutos, ele subiu no telhado da varanda. O homem se esgueirou até chegar perto da janela do quarto de Nívia. Nesse momento, Humberto quebrou o vidro da janela com a pedra. Os estilhaços caíram no chão do aposento. Yasmim escutou o som de vidros se partindo. Logo, Humberto soltou a pedra que caiu no chão do cômodo e girou uma chave para abrir a janela. O homem adentrou no cômodo e olhou para os arredores. A cama de Nívia estava arrumada. O homem abriu a porta do guarda-roupa e não encontrou nada além de cruzetas e um par de chinelos velhos dentro daquele móvel.

Em seguida, ele abriu uma das gavetas do criado-mudo. Nesse momento, Humberto encontrou embalagens de cremes de cabelo e cartelas de remédios para enxaqueca. Logo após, ele abriu outra gaveta daquele móvel e viu um aparelho mp3.

Humberto saiu do quarto logo após e entrou em outros aposentos da casa. Ele viu louças sujas no tanque da cozinha.

Quando Humberto percebeu que não havia ninguém naquela casa, ele deslizou as duas mãos sobre os cabelos negros dele. Logo após, o homem foi para a sala de estar. Humberto abriu uma das janelas do cômodo e saiu da residência. Humberto se aproximou de sua irmã e falou:

— Ninguém está nessa casa, Yasmim.

— Ela levou todos os pertences?

— Há vários DVDs de filmes e livros na estante. Eu vi uma televisão no quarto também. Mas Nívia levou todas as roupas. Ela deixou a maior parte das coisas na casa.

— Vamos embora. Não temos mais nada para fazermos aqui.

— Eu a perdi.

Logo após, os dois entraram no automóvel. Humberto deu a partida no carro. Em um momento da viagem, ele disse:

— Eu sou um babaca. As pessoas tinham razão em me desprezar naquela época em que eu era um empregado. Eles estavam certos em dizer que eu sou um estúpido.

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