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Naquele sábado eu pedi, me lembro que até choraminguei para que eles me levassem com eles, mamãe só aceitou porque não iriam até os recifes, não iríamos para longe mesmo assim me sentia feliz iria me aventurar com os pescadores que mais admiro, meus pais e tios, enquanto meus primos estavam envolvidos com assuntos religiosos.

Aos sábados eles costumavam ir a catequese segundo eles só faltava a crisma, enquanto eu só batizei ano antepassado porque ainda ouvia sem questionar, ainda acreditava nas suas histórias bobas sem lógica nenhuma.

Estava fascinada vendo a quantidade de peixes que eles tiravam para o barco, mais algo que me lembro, me deixou incomodada é que aqueles peixes pareciam olhar para mim, quando olhava para suas bocas era como quisessem me dizer algo, eu achei que fosse algo da minha cabeça, afinal peixes não falam, muito menos peixes mortos ficam encarando pessoas, mais eu sabia eu sentia, eu sentia que estavam me olhando, usei a cabeça e disse que era só minha imaginação, até a mesma sensação daquela vez voltar, eu queria saltar do barco, era como se o mar me chamasse, como se estivessem esperando por mim, quando encarei meu reflexo no mar eu jurei ter visto um homem, ligando as histórias eu podia dizer que aquele homem era Yam, sua boca se movia, mais eu não entendia o que ele dizia.

Outra coisa surpreendente é que eu podia ver através de seu reflexo, lá eu vinha tudo num tom escuro como se fosse uma serpente com sete caudas, com corpo de um humano, dentes de um tubarão, costas de uma baleia, braço que pareciam pegajosos como dos polvos, parecia cobras não tentáculos, mas os tentáculos tinha cabeças humanos por isso chamo de cobra

Mamã: Eco, Eco, Eco_ quando notei estava encharcada e sendo reanimada_ filha

Eu: mãe_ tusso água, até que volto a mim reparando suas feições preocupadas_ o que aconteceu?

Papai: você se jogou na água derepende, depois afundou, seu tio é que foi rápido a se jogar para te salvar, você está bem?

Eu: sim, eu acho que estou_ notei que o barco estava cheio de Peixes a sensação de estar ser encarada por eles tinha diminuído, quando o barco voltava para casa, lá num fundo, lá onde os barcos estacionavão, na terra firme era como se eu visse minha avó, ela me encarava era o mesmo olhar de pena e desilusão.

Tia: Eco, mamãe ti falou algo antes de morrer_ fez uma pausa notei que todos prestavam a atenção nessa conversa_ você pode não saber mais sua avó tinha o dom de prever certos acontecimentos, então Eco ela não ti falou nada?

Tio: como você foi a última que falou com ela, ela não ti instruíu algo?

Eu: … não, ela não disse nada,_ eu podia ver a expressão de decepção mesmo que ela estivesse longe, eu se sentia que mais ninguém a via além de mim, e eu tinha razão, afinal ela estava morta e aquilo era seu espírito me protegendo.

(...)

Os sonhos com o mar, com aquele monstro e aquele homem, para mim aquilo era o efeito das histórias que a minha avó me contava, mais decidi não arriscar por causa dos dois últimos acontecimentos. Então me matinha o mais afastada possível seja da água ou do mar, até olhar para o céu quando ele estava carregado de nuvens pesadas e obscuras o que era sinal de fortes chuvas para mim, era atormentador, era como se aquela água toda que estava no céu podesse cair sobre meu corpo, podesse me engulir.

Quando chovia e a chuva batia contra o telhado da casa a sensação de conforto que antes tinha desaparecido, a melodia dos pingos tornou-se acusadora, era como se a água quisesse me engulir. Decide me afastar disso tudo me focando no mundo fora do mar e assim foi, até eu chegar até o meu último ano de secundário tinha feito um grupinho de amigos na escola e dentre as pessoas desse grupo eu gostava especialmente de um, seu nome era Yoite, era engraçado da forma que nos dávamos bem mesmo quando às vezes ele descordando das coisas que eu dizia ou pelo fato de me titular ateu, mesmo assim eu gostava dele e sentia que ele gostava de mim também.

O segredo do marOnde histórias criam vida. Descubra agora