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A verdade é como o Sol. Ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos.

Victor Hugo

Meu corpo foi encontrado na manhã seguinte por um grupo de pescadores, foi alarmante para minha família e para as pessoas da vila, a quem pensou que me matei por não ter suportado a dor da perda, bom talvez seja isso mas isso não é a verdade, eu sei a verdade e mesmo assim isso não me torna melhor que eles.

Foi um inteiro duplo, o meu e o do Yoite nossos amigos estão alarmados, Marco se sente culpada mas sei que aquilo irá passar ele irá superar, meus primos, pais e tios se sentem culpados por não terem me viajado o bastante.

Agora que penso nisso lembro que uma vez Ton disse "tomara que o mar ti engula" é Ton eu gostaria de apertar sua mão e dizer "é aconteceu mesmo, como você disse" foi duro para os meus pais perderem sua única filha, para meus primos a sua única prima que se denominava ateu.

Da mesma forma que eles sentiram minha falta é da mesma forma que eu sinto a deles a diferença é que eu posso os ver sempre que puder, eles não precisam me ver, eu estarei cuidando deles daqui do mar, como presente por eles terem sido bons pais para mim, dois anos depois minha mãe teve um filho, eles estão se certificado que ele não invente de ser um ateu, é Edgar vai ser um bom rapaz eu sei disso.

Minha família ficou um bom tempo longe do mar, de certa forma eles culpavam o mar por tudo que aconteceu, mas depois de algum tempo aquele sentimento passou, a falta que eu fazia também desapareceu, mas eu não parei de os vigiar

Ton: Eco_ jogou uma pedra no mar_ eu estou no meu terceiro ano de faculdade e sabe que eu estou cursando o que! Estou fazendo direito, toma_ da um meio sorriso convecido ao mesmo tempo triste, sorte dele ser de noite senão seria bem estranho ver ele falando sozinho_ vou conseguir passar e me formar e se você não tivesse sido tão idiota eu estaria jogando na sua cara que as minhas notas são as melhores… eu queria que você estivesse aqui, só para ti mostrar o quanto sou bom_ idiota fiz com que a maré molha-se sua roupa, ele riu… ele sabia que era eu

Sandra: com que você está murmurando seu maluco?

Ton: com aquela idiota que se afogou

Sandra: para com isso você sabe que pode ter sido um acidente

Ton: a cabeça, a cabeça use a cabeça Sandra_ disse depois caíram na gargalhada o que fez a maré os molhar_ vê, olha o que essa invejosa está fazendo, molhando minha roupa nova

Sandra: eu já estava de pijama_ reclamou rindo_ é Eco faz falta nem

Ton: é um pouco_ diz com um sorriso na cara_ melhor a gente voltar antes de pegar um resfriado já que a senhora "ateu" decidiu nós molhar

Sandra: você não esquece mesmo

Ton: claro que não_ diz indignado_ eu vou contar para os meus filhos da tia maluca que tiveram_ eles rim se afastando

Quanto a mim, estou aqui me estudando para ser uma curandeira, não sei até quando esse processo vai levar só sei que a medida que aprendemos algo nas nossa veias absorve a raiz da planta medicinal. Vou ficar aqui até ao momento que nossas almas forem libertadas do mar, posso dizer que estou ficando meio azulinha.

Me arrependo de não ter dado ouvidos a minha avó, me arrependo de ter sido tão presunçosa, me crucifico porque por minha causa a pessoa que amei morreu. Se eu tivesse tomado as decisões correctas os métodos certos se não tivesse vestido minha máscara de hipocrisia, talvez eu estivesse junto deles.

Só uma coisa me impediu de tomar decisões corretas, e o preço delas sobre mim, acredito que muitos que rezam na verdade vestem a máscara de ateu por baixo da religião porque no dia em que o preço da sua própria salvação for vos cobrado poucos estarão dispostos a pagar!

A um preço a pagar pela salvação
Mas nem todos estão dispostos a paga- lá.

De vossa amiga, Eco.

O segredo do marOnde histórias criam vida. Descubra agora