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Os sonhos com o mar, com aquele monstro e aquele homem, para mim aquilo era o efeito das histórias que a minha avó me contava, mais decidi não arriscar por causa dos dois últimos acontecimentos. Então me matinha o mais afastada possível seja da água ou do mar, até olhar para o céu quando ele estava carregado de nuvens pesadas e obscuras o que era sinal de fortes chuvas para mim, era atormentador, era como se aquela água toda que estava no céu podesse cair sobre meu corpo, podesse me engulir.

Quando chovia e a chuva batia contra o telhado da casa a sensação de conforto que antes tinha desaparecido, a melodia dos pingos tornou-se acusadora, era como se a água quisesse me engulir. Decide me afastar disso tudo me focando no mundo fora do mar e assim foi, até eu chegar até o meu último ano de secundário tinha feito um grupinho de amigos na escola e dentre as pessoas desse grupo eu gostava especialmente de um, seu nome era Yoite, era engraçado da forma que nos dávamos bem mesmo quando às vezes ele descordando das coisas que eu dizia ou pelo fato de me titular ateu, mesmo assim eu gostava dele e sentia que ele gostava de mim também.

Yoite era um garoto da mesma idade que eu na época, 17 anos ele era, reservado, equilibrado, confiável, perspicaz e além disso tinha um espírito analítico. Alguém que valorizava a espiritualidade.

Sempre envolvido com seus pensamentos podendo passar a impressão de solitário. Sério, não aceitando intimidades ou brincadeiras inoportunas.

Bastente reservado, torna-se dificil ter sua confiança, e guarda seus segredos sempre para si.

Não se familiariza com encontros sociais, prefere sempre atividades que exijam concentração. Fala pouco, e evita comentários óbvios, nunca age com a intenção de impressionar, por isso só participa de conversas quando está embasada de sua observação e cuidadosa analise. Preocupa-se com o conteúdo e nunca com a forma.

Foi isso que me atraiu nele, eu gostava de estar com ele, por isso em todos os trabalhos escolares fazia a questão de estar com ele sim eu estava apaixonada por ele, e acho que foi esse meu amor cego e ignorante que tirou ele de mim, como eu queria voltar no tempo e fazer tudo de novo.

Me lembro que como aquele era nosso último anos juntos porque não sabíamos para que faculdade iríamos posteriormente decidimos comemorar, então eu ofereci minha casa, já que tem uma ótima vista ao mar, meus pais não negaram já que era um encontro entre amigos e eu não causava confusão para eles.

Ton: pensei que ateus não se apaixonassem_ debochou, nos estávamos na varanda naquele dia conversando acerca da vinda do meu grupo para aqui, e como foram os últimos anos estudando

Eu: não a nenhuma lei que impede um ateu de se apaixonar

Ton: mais como?_ fingiu estar espantado e me olhou cínico_ então existe uma lei que os impeça de rezar?

Eu: só acredito no que vejo,

Sandra: hahaha você não pode ver o amor Eco

Eu: posso senti-lo

Ton: uau Eco usado a emoção em vez do cérebro

Eu: chega, parem vocês dois porque sei que que você_ apontei para o Ton_ tem uma namorada_ você_ apontei para Sandra_ tem um namorado, agora me deixem em paz.

Ton: tá dona da razão_ zombou

Eu: esse sábado viram meus amigos para cá, vamos comemorar

Sandra: olha que maravilha, os meus e do Ton também viram_ disse com um sorriso na cara

Eu: não_ disse incrédula_ era para ser só eu e meus amigos não vossos

Ton: para de drama porque são quase mesmos amigos, e quanto mais pessoas mais diversão, sacou_ disse sério depois sorriu

Eu: hã tá, tá que saco

Sandra: … Eco_ a encarei_ você vai entrar na água?

Naquele momento eu me perguntei como eles descobriram, então conclui que eles sempre souberam, a vovó antes de falar comigo já tinha os dito, eles sabiam que eu mentia quando dizia que ela não disse nada. Enguli em seco

Eu: não, não, eu não irei!

O segredo do marOnde histórias criam vida. Descubra agora