Faziam duas semanas que eu tinha descoberto que Pedro estava namorando, e eu ainda me importava. Eu odiava ter que admitir isso. Quer dizer, ele é livre, nós nem conversávamos, por que raios eu me importava? Dentre tantas pessoas no mundo por que eu tinha que gostar de alguém intangível?
Ao longo dos meus vinte anos, eu obviamente já tive varias atrações. Claro, fazia parte do processo de amadurecimento. O único problema era que todas essas paixõeszinhas eram passageiras, eram simplesmente carência- o que eu desejava que fosse dessa vez também. E assim que eu percebia qualquer sentimento por alguém, tratava logo de acabar com essa angustia. Lembrava- me que o que eu estava sentindo não era real e que deveria ser só meu período fértil gritando por um aconchego. Isso sempre funcionava, não passava dois dias e eu já esquecia minha antiga paquerinha. Por que dessa vez não está funcionando?
Cheia de sentimentos que não entendia, estava eu desabafando com minha melhor amiga em um café- lugarzinho que amamos, mas devido a correria de nossas vidas, quase nunca íamos.
- Amiga, você precisa se libertar e curtir um pouco. É inacreditável que uma menina bonita, que tem um corpão desses, inteligente e trabalhadora nunca tenha beijado na boca. Olívia você tem 20 anos e nunca encostou seus lábios na boca de alguém.- Vitória expressou indignada.
-Eu sei, vi, mas eu não consigo. Eu simplesmente dispenso os garotos sem pensar. Talvez eu tenha medo, eu não sei.
-Medo do quê, Olívia?
- De eu não saber beijar, ué! De rirem de mim, de saírem espalhando para todo o canto que eu sou horrível. Imagina só se eu babo, Vitória? Ou se os dentes ficarem batendo? Eu realmente não me sinto preparada para isso!- Nesse momento a amiga estourou em uma risada tão alta que todos no café as olharam.
-Amiga, você é uma fofura! Mas, falando sério agora, a gente precisa te socializar mais. Chega de ficar com a cara nos livros, é sempre do trabalho pra faculdade e da faculdade pra casa. Credo, Olívia! Até nos finais de semana você fica enfiada dentro de casa... Eu já sei- Se estivéssemos em uma história de quadrinhos, eu tenho certeza que uma lâmpada estaria desenhada em cima da cabeça de Vitória nessa cena.- É, eu já sei! Todo sábado meu irmão joga no clube, nós podemos ir vê-lo jogar e assim te socializar com os outros garotos também. - olhou com uma cara maliciosa.
-Eu aprecio muito seu esforço, mas eu realmente não estou afim de mudar meu jeito. Quero dizer, só porquê o garoto que eu achava interessante está namorando outra menina eu tenho que mudar meus hábitos? Eu não preciso e nem quero alguém que goste de mim pelo o que eu não sou.
-Pelo amor de Deus! Não estou falando pra você mudar, coração. Não o seu caráter, pelo menos. Estou dizendo que não é presa no seu mundinho que você irá conhecer pessoas. E você precisa conhecer pessoas, experimentar ser jovem e ter amigos. Você precisa relaxar!- Victoria bufou com a minha revirada de olhos- Esse sábado nós iremos ver meu irmão jogar e ficaremos para o churrasco depois do jogo. Isso não é um pedido!
- Sim, mamãe!
- Agora deixa eu ir, porque infelizmente, eu não estou com a vida ganha. Te busco no sábado!
- Não precisa! Eu sei o caminho.
-Claro que você sabe, mas eu não confio em você.
Ela não estava errada, eu já estava pensando em alguma desculpa para dar o bolo.
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Love is Only a Feeling
RomanceA história conta um pouco sobre a vida de Olivia, uma garota que não acredita em amor, mas se vê apaixonada por um ex colega de classe. Essa é a minha primeira história, por favor, me desculpem os erros.