Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)

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RAE

— Eu comecei a morar com uma garota estranha de cabelo rosa anos atrás, e agora eu moro com a Barbie. — Eu estou há vários minutos olhando para Lili. — É claro que a versão sem peitos.

Ela ergue o dedo do meio para mim e eu rio, ela parece delicada demais agora para um gesto tão vulgar.

A verdade é que olhando para essa garota loira de olhos azuis pareço estar vendo um anjo, desde que ela se mantenha calada e sem se mover.

— Só queria mudar, de novo. — Ela fala.

Como se não fosse suficiente ela ainda está fantasiada de Winx para essa festa de Halloween e aniversário de Krista um dia atrasada, em um domingo. Isso porque Krista chega essa noite de Wilmington onde foi comemorar seu aniversário com o irmão.

— Você está linda. — Elogio Lili. — Nunca achei que te veria loira.

— Nem eu, mas amanhã posso estar morena ou de cabelo verde, nunca se sabe.

Se tratando de Lili realmente a gente nunca sabe.

— Você tem certeza que não quer ir a festa? É aniversário da Krista. — Ela insiste talvez pela última vez no dia.

Uma festa de Halloween comemorando o aniversário da minha amiga? Eu com certeza iria se a situação fosse outra.

Mas é uma festa de universitários em fantasias sexys com hormônios completamente ligados e mais incentivados pelo álcool. Eu seria como uma peça que não se encaixa.

Não tenho como usar uma fantasia que me deixe sexy, e não tenho porque querer isso. Também não quero flertar com ninguém ou beber álcool, resumindo, não é um lugar para mim nesse momento.

— Já me desculpei com Krista, vou ficar vendo filme. Bonequinha de luxo nunca me cansa. — Digo pegando mais pipoca do balde.

— Ok, mas qualquer coisa estamos com o celular. — Ela avisa pegando a chave do seu carro. — Até amanhã.

É um pouco solitário quando as duas dormem na casa dos rapazes, mas estou bastante acostumada com isso já. Assim que Lili sai vou para o banho e ainda tenho que fazer meu jantar antes de começar a ver o filme.

Visto um dos pijamas que Lili me deu na semana passada, um conjunto de calça e blusa fofinhos, porque segundo ela são mais confortáveis do que minhas camisolas. Ela tem um pouco de razão, mas gosto de camisolas.

Estou desbravando a geladeira para ver o que posso fazer para o jantar quando a campainha toca. Deve ser algum vizinho ou alguém batendo na porta errada, já que as únicas pessoas que costumam vir aqui estão em uma festa agora.

— Um segundo! — Fecho a geladeira e vou para a porta.

Shane está parado do outro lado usando calça branca bem larga com um lenço na cintura e na parte de cima um colete roxo aberto que não cobre praticamente nada do seu peitoral ou seu abdômen.

— Aladdin, legal. Pelo menos não foi o clichê do bombeiro, aquilo de "vim para apagar seu fogo". — Brinco com ele. — O que está fazendo aqui?

Ele passa pela porta entrando sem esperar ser convidado.

— Vim te buscar. Você tem dez minutos para ficar pronta. — Ele olha a hora em seu celular.

— Não vou a lugar nenhum hoje. — Continuo parada na porta. — Está perdendo seu tempo aqui.

Ao invés de dizer qualquer coisa ele vai para o meu quarto e então eu ouço as portas do meu guarda roupa se abrirem e as gavetas. Eu vou matá-lo.