EPÍLOGO

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RAE

2 anos e 4 meses depois

Eu só preciso de wifi ou que a rede de celular funcione, tem muitas coisas para serem resolvidas sobre a inauguração da "Oh, my cherry" em um espaço maior. Isso porque o antigo ficou pequeno porque com mais demanda também estamos produzindo mais.

Então não sei porque topei passar três dias em um chalé na mata. É quase uma mansão, na verdade, mas ainda é no meio do nada.

- Vou confiscar isso. - Candice passa por mim e tira o celular da minha mão. - É Ação de Graças, aniversário do Brayden, e quase um chá antes do casamento de Krista e Josh na semana que vem. São dias para relaxar fora de Nova York, esses homens quase nunca tem folga do time e nem a gente nos nossos trabalhos, ou na tarefa de mãe.

Sei disso, mas preciso que tudo esteja certo lá em Nova York.

- Respire fundo. Nossos amigos estão aqui, nossas famílias também. É isso que realmente importa não é?

Candice tem razão, eu deveria estar aproveitando.

- Certo. Eles estão jogando?

Ela assente. Nem sei porque pergunto, eles não se cansam do futebol nem nas folgas. Candice pega meu braço e me arrasta para o gramado.

No campo improvisado estão Shane, Joshua, Carter, Brayden, Dave, o melhor amigo de Brayden e astro da música, Jimi, marido do melhor amigo de Candice, e Charlie, primo dela.

Fora dele Meg e Kurt, melhores amigos de Candice brincam com Shai, a filha de Kurt e Jimi, e Dylan, o garoto está crescendo rápido demais, ele fará cinco no mês que vem. Gabe, a irmã de Brayden, está no celular com o namorado que só chega amanhã porque estava gravando em Los Angeles.

Lili como sempre está com Nyla a deixando controlá-la. Krista está conversando com Yana, a esposa de Charlie, e Nancy. Por falar em Nancy, ela já fez dezoito anos e recém começou a faculdade de bioquímica.

Jerome, o irmãozinho de Krista e Brayden, que mora com eles e já está beirando os quinze anos, está ouvindo música em um fone de ouvido enorme.

Alguns dos pais do pessoal estão por aqui também. Ambos os pais de Candice e sua tia, os pais de Joshua, que reataram o casamento depois de três anos divorciados, a mãe de Shane, que se separou dessa vez em definitivo, a mãe de Carter, os pais de Lili e sua avó, que está mais saudável do que nunca, meus pais, que pela primeira vez não estão passando a Ação de Graças com a turma da faculdade, e o pai de Brayden, que parece muito bem.

- Você acha que ele superou? - Pergunto para Candice enquanto nos sentamos em um banco.

Ela olha na direção dele, que por sua vez está sorrindo olhando Dylan.

- Superar é muito forte, ele perdeu o grande amor da vida dele, duas vezes. Ele ficou arrasado nos últimos anos, mas depois de um tempo ele se lembrou que ainda está vivo. - Ela olha para o campo onde Brayden está. - Não consigo nem pensar como é estar no lugar dele, como qualquer um de nós lidaria com isso. Mesmo quando você presenciou a morte tão de perto na sua vida, e presencia também na sua profissão, ainda assim acho que você nunca está preparado para perder sua outra metade.

Eu me contenho para não a abraçar forte ali mesmo. Candice Hale é uma sobrevivente, e é uma boa mãe, uma boa esposa, uma boa profissional que está se preparando para abrir sua clínica assim que acabar a residência, mas principalmente, ela é uma boa pessoa.

Nós temos quatro anos de diferença, e eu amo o quanto posso contar com ela desde que fomos morar em Nova York.

- Ei preguiçosas e preguiçosos! Que tal uma partida? - Brayden grita e sai do campo pegando Dylan no caminho e coloca em seu ombro. - Vamos lá, purr.

Ele para na frente de Candice e se inclina para a beijar, é minha deixa para sair de perto.

Shane está sentado no gramado com Josh e Carter, e Nyla, obviamente, que já correu para o pai dela. O cabelo dela parece mais escuro agora, quase como o dele, o que destaca seus olhos azuis. Mas hoje ela tem um rabo de cavalo enfiado em um boné, enquanto veste um uniforme de jogador de futebol americano.

- Mamãe te ajudou a se vestir assim? - Shane pergunta.

- Não, a tia Elizabeth.

Carter está rindo porque ensinou isso a ela. Lili se aproxima dando um tapa nele quando se senta junto com eles.

- Você está tão bonita. - Joshua elogia Nyla.

Ela olha para ele e sorri. - Eu sou linda demais tio Josh.

Isso ela aprendeu com o pai, ela tem desde cedo o mesmo grande ego dele.

Krista ri ao meu lado e enlaça nossos braços.

- Foi uma boa ideia virmos, não foi? Sei que talvez te atrapalhe com a nova loja, mas eu precisava disso antes do casamento. - Ela encosta o rosto em meu ombro. - Lili e Carter também, eles tentam disfarçar, mas estão ansiosos para buscar Bruce na próxima semana.

Sim, Lili está louca desde que o processo de adoção foi aceito. Ela ama aquele garoto, eu vi isso em cada dia de passeio e adaptação. E ela e Carter se casaram só no cartório para conseguirem a guarda mais rápido. Eles dizem que ainda farão uma festa, mas eu dúvido, o conceito de comemoração de Carter e Lili é uma ótima rodada de pizza e cerveja enquanto vêem Netflix.

- Foi uma ótima ideia. - Digo a Krista sobre passarmos o feriado juntos aqui e a puxo pelo gramado indo até os outros. - Ei família!

Josh puxa Krista para o seu colo imediatamente. - Já estava sentindo sua falta futura esposa.

Eles são tão grudentos.

Me sento ao lado de Shane e puxo Nyla para um abraço obrigado e a encho de beijos.

- Não mamãe, eu não quero beijos. - Ela resmunga.

Eu a solto para a deixar correr pela grama com a bola de futebol americano.

Ela está crescendo rápido também, em menos de três meses ela terá três anos. É assustador.

- Então, Lili e Carter com um filho, Josh e Krista casando, o que nós vamos fazer? - Shane me abraça e dá um beijo no meu pescoço. - Ter mais um filho ou aceitar se casar, você escolhe.

Shane sabe que não funciona assim, primeiro ser bem sucedida e depois casamento e mais filhos. É o plano.

- Eu escolho terminar de construir meu império e então voltamos a falar nisso. - Respondo inclinando meu pescoço. - Dá mais beijos.

Ele ri contra o meu pescoço.

- Se eu der mais beijos vamos ter que ir para o quarto transar. - Sussurra.

- O que é transar?

Nyla surge sei lá de onde e não pergunta baixo, ela praticamente grita a pergunta.

- É algo incrível, querida! - Brayden grita da beira do gramado.

- É algo que não tem que saber até os trinta anos. - Shane rebate.

É, com certeza.

- Esse jogo sai ou não sai? Então a geração anterior de Duke contra a outra? Talvez mulheres contra homens? - Carter se levanta segurando a bola de futebol.

Lili a rouba da mão dele. - Mulheres contra homens. Vamos acabar com vocês.

- Isso aí! - Meg está arrancando o sapato para andar na grama.

Elas sabem com certeza que não vamos acabar com eles. Metade deles são jogadores profissionais. Mas pode ser divertido.

- Sou do time delas! - Kurt avisa.

As crianças vão ficar com os avós para jogarmos, Brayden joga Candice sobre seu ombro a obrigando a jogar conosco.

Nós nos posicionamos em campo, montando nosso time. Shane está na mesma linha que eu me encarando de frente.

- Seja bonzinho. - Eu peço.

- Hum, eu te amo ruiva bonita, mas jogo é jogo.

- Você é péssimo, Smith.

Nós dois sorrimos e o jogo começa.
É o melhor dia de ação de graças em muito tempo.

FIM

Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)Onde histórias criam vida. Descubra agora