Capítulo 18

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- Claro, não há problema algum. Isso será resolvido. - ouvi meu pai dizer no hall de entrada, enquanto eu descia as escadas.

- Tenho certeza que sim, confiamos em vocês. - Pude ver e ouvir um homem fardado falar, ao lado de outro.

Polícia? 

- Bom dia - o outro homem falou assim que me viu parada no meio da escada, fazendo meu pai, e Edward, que também estava ali, se virarem para mim.

- Bom dia - respondi terminando de descer os degraus - aconteceu alguma coisa? - direcionei a pergunta para meu pai.

- Nada. Não se preocupe - ele respondeu sorrindo.

Concordei meio desconfiada e olhei para Edward, que estava com uma expressão tranquila no rosto e fui para a cozinha. Tomei meu café da manhã e me encaminhei para a sala, mas ninguém estava lá, o andar estava em um completo e agoniante silêncio.

- Ok, vamos informar qualquer notícia. - escutei Fabi dizer no hall de entrada.

- Não confia mais em nosso potencial? - Derick perguntou.

Me encaminhei para onde eles estavam, e os observei por um instante, até perceberem minha presença.

- O que está acontecendo?

- Apenas retornando ao nosso trabalho favorito. - Ethan respondeu com um sorriso no rosto.

Eu sabia muito bem de que trabalho estava falando. Achei, porém, que aqui, na Inglaterra, em uma cidade pequena, eles não teriam de... executar esses serviços.

- Ah..

- Não precisa se preocupar, dessa vez ninguém de importante pra você será prejudicado. - Derick Falou me olhando divertido.

- Com prejudicado você quis dizer assassinado?

- Achei que já tivéssemos passado dessa fase. - ele levantou as sobrancelhas.

- Que seja.

- Só façam um bom trabalho. Nada de sangue, fui claro? - meu pai voltou a dizer - sem mortes. Apenas... um susto.

Todos concordaram e saíram pela porta, sumindo de meu campo de visão. Deixando apenas eu e meu pai na enorme mansão.

- Você ainda se incomoda com isso, não é?!

Respirei fundo e percebi meus ombros tensionados, os relaxando em seguida.

- Um pouco. É só... estranho ainda.

Ele concordou com um aceno de cabeça e se aproximou.

- Posso entender. Ainda sente algo pelo Lucas? Saudades? Amor?

Dei de ombros. - lembrar do motivo pelo qual ele se aproximou de mim faz doer bem menos.

- Certo. Você sabe que pode conversar comigo sempre, não sabe? Eu sei que deve ser difícil para digerir tudo isso ainda e-

- Pai, está tudo bem - o interrompi - de verdade.

- Ok - ele sorriu e depositou um beijo em minha cabeça - estarei no quarto trabalhando, caso precise.

Apenas assenti com a cabeça e fui até o quarto onde eu estava instalada, e mais uma vez, me vi sozinha perdida nos meus pensamentos. Mais uma vez me peguei pensando em tudo o que estava ocorrendo em minha volta, desde o o dia do baile. Era tudo muito louco. Em um dia, eu estava completamente apaixonada por alguém que, na verdade, se quer existiu, foi apenas um personagem. Estava feliz, tinha uma vida tranquila. No outro, vi meu mundo desabar várias vezes a cada descoberta, e vim parar em um outro país. E eu sentia, sentia que muito mais ainda estava por vir. Só não sabia ao certo o que e como.

O melhor amigo do meu paiOnde histórias criam vida. Descubra agora