Alpha - 15 anos

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Havia optado por uma saia preta rodada e um sueter solto em vinho, um pouco de maquiagem escura em volta de meus olhos azuis e um gloss lábial de tom cereja. Eu não parecia, nem de longe, uma garota de 15 anos.

Eu havia dirigido pela primeira vez hoje, estava indo para uma festa com pessoas mais velhas, e jurei antes de sair de casa que hoje, eu contaria para Apolo o que eu realmente sentia. Cansei de ser a irmã mais nova e a melhor amiga, o que eu sentia ia completamente além disso.

Sabia que ele pretendia ir para a faculdade junto comigo em três anos, e sinceramente, eu já havia perdido tempo de mais. Não considerava a hipótese de irmos para a faculdade solteiros, ou sendo os melhores amigos de uma vida toda.

Não. Apolo para mim era o cara mais incrível do mundo, e considerar que outra mulher poderia achar o mesmo e atrai-lo da forma que sempre sonhei atrair, fazia um nó horrivel se formar na minha garganta.

Desci as escadas e Apolo me esperava sentado no sofá da sala. Me analisou de cima abaixo antes de comprimir os lábios e cerrar a mandibula de uma forma que eu não conseguia imaginar ser positiva.

-Vai assim? – Ali ele acabou com toda a auto confiança que eu havia juntado nos últimos dias. Estava tão mal assim?

Corei instantaneamente e ele percebeu, tentando se retratar em seguida.

-Esta bonita, só esta... Diferente. Bem, vamos logo. – E saiu na minha frente, sem me olhar mais uma vez, e meu coração doeu um pouco de uma forma que apenas ele fazia doer.

Sabia que devia ter colocado uma calça. A saia foi demais.

Apolo entrou na caminhonete e eu entrei no passageiro. Ainda não estava pronta para sair dirigindo por ai e a festa não era tão perto assim do nosso bairro, preferi não forçar uma discussão, e isso não tem nada a ver com o fato de eu achar Apolo dirgindo completamente irresistível.

Fomos em completo silencio, que acabou assim que entramos na rua da casa de Emily, a dona da festa, a líder das líderes de torcida, a piriguete das piriguetes. Mas também uma das garotas mais lindas da nossa escola, e a mais linda da sala de aula de Apolo, concerteza.

Apolo estacionou em frente a casa que estava cheia de carros em frente e som muito alto ligado tocando alguma musica eletrônica atual que eu não conhecia.

O frio na barriga me dominou naquele momento, eu podia fazer aquilo? Podia deixar de ser eu mesma por uma noite para ser uma pessoa diferente? Ser quem eu realmente queria ser? A garota que ele iria notar.

Não pensei muito e abri a porta pulando para fora do carro, sentindo quase imediatamente a mão de Apolo em minhas costas, me guiando para a casa.

-Você pretende beber? – Perguntou, receoso. Eu já havia experimentado algumas coisas escondida de meus pais, inclusive algumas com ele, mas não me dizia a maior fã do alcool.

-Não sei. Talvez, e você?

Ele sorriu. Claro, ele tem quase 18 anos, sempre bebe. Inclusive, já o tirei de diversas situações desagradaveis, como no dia que ele vomitou na varanda de minha casa, e em seguida, apagou.

Sorri com a lembrança, havia sido engraçado.

Entramos na casa e Apolo começou a cumprimentar diversas pessoas quase que imediatamente, fazendo com que eu me sentisse um chaveiro, apenas sendo carregada entre corpos, até ouvir alguém gritar meu nome.

-Alpha! Não pode ser!

Ao meu lado, uma Louise de cabelos longos lisos e castanhos escuros, olhos azuis claros e roupas pretas se aproxima de mim.

-Prima! – o alivio me preencheu completamente. Apesar de não ser tão proxima de Lou como gostaria, a presença dela sempre me fez bem.

Lou era uma jovem difícil, completamente rebelde e que não estava muito acostumada a seguir ordens. Tinha notas necessárias para passar de ano no colégio e frequentava o mínimo possível de aulas.

Seus braços envolveram meu pescoço e o cheio e Alcool se sobressaiu de seu perfume, ela estava bem alterada já.

-Cara, nem acredito que esta aqui. Você esta muito gata, garota! Vem, deixa eu te apresentar á algumas pessoas!

Fui puxada antes que pudesse dizer mais alguma coisa, perdendo Apolo totalmente de vista.

Lou me apresentou á um grupo de 5 pessoas, alguns reconheci da escola e dois deles deduzi que deviam estudar em escolas diferentes, pois não os conhecia.

O primeiro copo que chegou em minhas mãos tinha gosto e cheiro de cereja, mas queimava meu estomago á cada gole que eu dava. No final do copo, eu me sentia mais relaxada.

O segundo copo tinha coca cola e wisky, era bem forte e me deixou ainda mais anestesiada. E eu sabia que meu limite era aquele, mas quem liga?

O terceiro não foi um copo, e sim uma garrafa de cerveja. Aquilo já me deixou tonta. Mas aquela sensação era ótima.

Louise conversava com as pessoas e eventualmente eu me envolvia no assunto, mas no quarto copo, sendo ele aquela coisa de cereja, já dançavamos soltas no meio de uma pista de dança á beirada da piscina. Riamos e faziamos palhaçadas, estavamos nos divertindo tanto!

E aquela foi minha ultima lembrança da noite.

Trajeto Paralelo - Alpha e Apolo | Parte I (Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora