As horas haviam avançado notoriamente, era madrugada. Polly só sabia chorar apoiada em meu ombro, era o amor de sua vida que estava em uma cirurgia naquele momento. Michael nos acompanhava porém estava longe com sua esposa, apoiado no balcão, um de seus braços envolvia a moça e eles não paravam de olhar para mim com uma expressão maliciosa em seus rostos, naquele momento eu temi.
- Foi você! - Thomas adentrou ao local de repente, apontando seu dedo em direção ao meu rosto. - Foi você sua maldita! - Ele continuava afirmando.
- Eu o que Thomas? O que foi? O que eu fiz?- Me levantei assustada e o homem me empurrou contra a parede na mesma hora.
- Eu já sei de tudo. - Thomas entregou em minhas mãos um cigarro preto, já apagado- Parece que os sonhos com o gato preto que tenho tido estavam relacionados a você. - Ele apoiou o bico de sua pistola em meu maxilar.
- Thomas, solte-a agora! - Polly aproximou-se mas foi contida por Michael. - Pelo amor de Deus, Thomas.
- Que merda é essa Thomas? - Disse John chegando juntamente com Arthur - O que está acontecendo aqui?
- Thomas, eu não fiz isso. - Senti as lágrimas de temor escorrer por meu rosto. - Eu juro por todas as coisas sagradas, eu nunca trai você.
- Eu não acredito em você! - Ele engatilhou a arma. - Eu confiei em você Anastácia e você me traiu, traiu essa família.
- Não faça essa loucura, Thomas, larga essa arma agora. - Arthur ordenou.
- Sabe quem usa esse tipo de cigarro Polly? Os desgraçados dos Billy Boys - Ele aproximou seu rosto do meu e seus olhos praticamente me engoliram. - E estava no cinzeiro do quarto dela.
- Deixe de loucura Tommy, como poderá ter certeza de que não armaram para ela? - Polly disse no meio de lágrimas incessante. - Por favor, pense em tudo que já viveram, não faça nenhuma loucura, ese cigarro pode ser de qualquer um.
- A minha vontade é de enfiar uma bala na sua cabeça. - Ele pressionou ainda mais a arma contra meu rosto. - Tem até amanhã para me provar ao contrário, ou então, eu juro pela vida do meu filho Anastácia, que eu vou enfiar uma bala marcada com seu sobrenome na sua cabeça.
Thomas colocou a arma de volta ao seu coldre com agilidade e saiu do local as pressas. Assim que assimilei sua saída, senti minhas pernas cederem e no mesmo momento cai no chão. Polly me pegou pelos braços e apertando meu rosto com força tentava me consolar. Não era de consolo que eu precisava, sentia meu rosto pálido, ninguém nunca tinha apontado uma arma para mim.
- Jure para mim, jure Anastácia, jure que você não traiu Thomas! - Polly disse aos prantos. - Não quero que tirem você de mim, não mais uma vez.
- Polly eu juro, eu não trai o Thomas. - Olhei dentro dos olhos dela e afirmei. - Mas eu já sei quem foi. - Voltei meu olhar para Gina e me levantei.
Peguei minha bolsa, prendi meu cabelo e sai pela porta principal do hospital. Senti alguém correndo atrás de mim, era John. O homem se aproximou, entrelaçou seu braço no meu, e então acendeu um charuto.
- Eu sei que não foi você Ana, sei que armaram, vamos descobrir quem foi, juntos. - Disse ele. - Ninguém mexe com você.
- Obrigada pelo apoio John e também por acreditar em mim, é de grande valia.- Apenas soltei o ar preso em meus pulmões.
- Fica tranquila, todos nós sabemos que não foi você, até mesmo Thomas, todos conhecemos seu caráter Ana. Mas ele precisava culpar alguém, Tommy está transtornado.
- É eu sei, John depois que tudo isso passar eu irei partir, vou deixar Thomas para trás, talvez ir à New York, tentar uma nova vida. Eu preciso disso. - Falei enquanto ainda caminhava.
- Eu te apoiarei em qualquer decisão Ana, mas vou sentir sua falta. - Ele beijou minha testa.
Caminhamos mais um pouco até chegar ao carro do mesmo. John me levou para a casa de Ada, afinal, não seria a melhor opção ficar perto de Thomas naquele momento. Ele me deixou lá e partiu para a mansão de Tommy.
John narrando.
Após deixar Anastácia na casa de minha irmã, voltei ao hospital e peguei Arthur, deixando Esme e Linda no local com a tia Polly, afinal, ela precisava de apoio naquele momento difícil, principalmente por conta de Aberama que estava entre a vida e a morte.
Seguimos até a casa de Thomas pois sabíamos que precisávamos colocar as cartas na mesa com nosso irmão. Assim que chegamos saíamos do carro, deixando-o em frente a casa de Tommy, adentramos ao lugar e o avistamos logo, estava na sala com seu copo de whisky e cigarro na mão.- Thomas, que merda foi aquela lá no hospital? - Disse me sentando ao lado dele. - Porr* você sabe que a Ana jamais trairia você.
- Aquilo foi errado Tommy, não deveria ter feito aquilo. - Arthur concordou.
- São vocês agora que ditam a merda que eu tenho que fazer? - Ele virou o copo de whisky em sua boca e o tacou na parede. - Eu não confio em mais ninguém, eu preciso de provas concretas.
- Fez um belo trabalho, agora ela quer sumir de perto de você, ela está com medo Tommy. - Falei.
- Ela não vai fazer isso. - Tommy tragou seu cigarro e já soltou a fumaça.
- E por que não, Tommy? - Questionei um pouco preocupado. - Ela tem todos os motivos do mundo pra nos odiar, principalmente á você.
- Porque eu amo aquela mulher, John. - Afirmou Thomas apertando seus olhos, ele respirava ofegante como se o mundo inteiro estivesse desabando em cima de sua cabeça, e realmente estava. - Eu quero acreditar que ela não fez isso, eu preciso acreditar porque eu seria incapaz de deixá-la escapar.
-
Oi meus amores, quero agradecer por todo o carinho que tenho recebido por essa fanfic! E ai, me digam.. Quem vocês acham que traiu Tommy?
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✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas Shelby (EM REVISÃO)
FanfictionApós a cruel morte de sua amada esposa Grace, Thomas Shelby acabou se afundando cada vez mais em drogas e bebidas, na tentativa de esquecer completamente o que lhe havia acontecido. Quando finalmente se viu no fundo do poço, percebeu que era a hora...