Capitulo 7

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— Um copo de água, será suficiente — Disse Jeon para sua secretaria — Está tudo sob controle.

— Ah, certo — A mulher andou até a cozinha

— Dormiu na sala hoje?

— É eu fui assistir um filme e acabei dormindo — Respondeu simples

— Compromissos para hoje?

— Até o momento só uma reunião, estão vendo se vou participar de algum comercial de novo.

— Posso garantir que vão te aceitar, o senhor é fotogênico e fala bem.

— Tem razão — Isso tirou um riso dos dois

JK sempre supôs, que quando ela o elogiava era apenas por cortesia, mas foi aprendendo que na realidade ela era bem gentil. Achava que elogios como " Você é um artista" eram meio vagos e vazios. O que mais poderia da fama?

Buscava não se abalar com os falsos sorrisos. Era as notícias que o preocupava.

— Mas que merda... — As palavras contrastavam com a aparência angelical. As mãos se contraiam aos poucos ao ler os comentários dos seus vídeos de arte. Muitas pessoas tinham notado o ruído e os bugs, teria de ser mais discreto no próximo vídeo, excluir o existente e achar uma boa desculpa para que os fãs não desconfiassem.

— O que aconteceu? — A mulher pergunta levando água para o patrão que esfregava constantemente a mão no rosto, vermelho, "provavelmente com raiva" — pensou ela.

— Um erro de computação, vou ter que editar o vídeo novamente — Disse já apagando o arquivo no Youtube e indo editar, tinha acordado naquela manhã sem paciência alguma para nada e isso foi rapidamente notado pela secretaria que resolveu não fazer mais nenhuma pergunta.

Essa foi a escolha certa a se fazer quando se tratava de JK.

O jovem e impulsivo Jeon era uma figura difícil de lidar, principalmente em horas como aquela. Nunca se sabia quando ele perderia o controle e acabaria sendo rude — ou pior — para as pessoas ao redor. Felizmente, ela nunca tinha presenciado um surto do mestre de cabelos pretos, apenas ouvido falar — o que era uma coisa maravilhosa, pois já fazia cerca de 2 anos que trabalhava para ele e nem um sinal de pessoa babaca — ela tinha o trabalho perfeito, e seria melhor ainda se não fosse tão curiosa e desconfiada, mas sempre decidia não perguntar muitas coisas para não perder aquele emprego fácil do cotidiano.

— Preciso que me compre tintas novas, traga as da Rembrandt ou da Reeves. Se não achar nenhuma delas traga da Acrilex mesmo, fazer o que. Estou estressado e preciso pintar. Traga um diluidor pra mim também

— Marca?

— O mais forte que você achar.

Nada mais foi dito, ela só saiu pela mesma porta que entrou e foi para a loja de Uber para uma loja. Ela só era autorizada a comprar as coisas lá em questão de materiais de arte para o patrão — que era muito exigente quanto seus materiais —, ela desceu e quando se virou nem mesmo o motorista estava mais no local onde estava estacionado segundos antes. Estava só novamente naquela loja enorme.

Sinceramente, demorou quase um mês e meio para ela entender como aquele lugar maluco e fora de controle funcionava.

"Como raios ele compra as coisas dele aqui?" — Foi a pergunta de ouro que se perguntou desde o dia que entrou lá pela primeira vez até hoje, mais um dos dias comuns. Quem sabe ele via beleza naquela bagunça, ou se identificava com ela de alguma maneira.

Tinta Vermelha - Jm+ JkOnde histórias criam vida. Descubra agora