Before You Go | Sebastian Stan

Capítulo Três.

"Você tem o diabo em seus olhos [...]
Vamos apenas ir e ver o mundo e apenas mostrar-lhes
O que realmente significa viver como ouro."
golden (devil eyes) - luiza nis

Narrador.

O barulho de algo pequeno batendo em uma madeira perturbou o sono em que Jade se encontrava. Seu corpo se mexeu incomodado com o constante som, que a fez acordar. Suas pernas estavam dormentes e os ombros doloridos da posição que havia ficado na cama acorrentada por provavelmente tempo demais. Abriu os olhos sentindo-se como se tivesse dormido apenas cinco minutos. O barulho não parou e seus olhos sonolento procuraram de onde vinha o som incômodo.

No mesmo canto em que estava ontem, aquele homem estava sentado. Dessa vez ele estava sentado com as costas no encosto da cadeira a observando naquela escuridão enquanto batia sua faca na mesa ao seu lado, onde seu braço estava apoiado e o outro braço estava espalhado em seu colo. Suas pernas estavam relaxadas assim como ele.

Jade inspirou assustada fazendo um barulho com a garganta tentando dizer alguma coisa, mas ele continuou fazendo aquele som na mesma posição e ainda tendo a atenção a ela, a assistindo acordar. A ruiva puxou seus braços esquecendo, no desespero, que estava acorrentada. Tentou perguntar quem ele era, o que estava acontecendo e onde estava, mas o som gritante em sua garganta saiu inaudível. Isso a frustou fazendo puxar seus braços novamente de raiva, de agonia. O homem respirou fundo quando finalmente parou o som com aquele objeto batendo na madeira da mesa.

— Te observei por muito tempo, ruiva de ouro. — Sua voz é grossa e assombrosa com apelido que a chamou e a voz que ele tinha a fez chorar. Seu tom de voz tinha com aquele sotaque forte, que para ela parecia ser a pior onda sonora que poderia ouvir naquele momento, por isso chorava mais ainda.

Pensou que devia ser por esse motivo que mandavam ele ali, porque sabia o quão assustador era ele imóvel daquele jeito, a encarando, sem estar visível naquela escuridão agoniante. O homem não estava se importando com o estado de pavor de Jade, muito menos com as lágrimas que ela derramava quando continuou a falar.

— Atrás do jardim onde você ficava toda noite. Parecia tão tranquila para alguém que sustenta o peso da farsa do próprio pai. — A voz dele é ácida e debochada enquanto estava sentado tranquilo vendo como Jade havia se assustado com as palavras que usava, como se ela quisesse as ouvir naquele estado em que ela se encontrava tão alarmada.

Estremeceu de pensar que durante todo esse tempo realmente estava sendo observada por trás dos arbustos. Brincou tanto com Cat sobre isso, que na verdade era o que acontecia. E não deixou de se perguntar quanto tempo estava sendo espionada. Jade fechou os olhos com força sentindo uma agonia muito grande invadindo seu peito enquanto sua mente trabalhava com diversas suposições. Quem eles poderiam estar vigiando agora? Sua mãe? Seu pai?

Mordeu a mordaça com mais fúria sentindo-se sem forças para lutar. Ele fez silêncio novamente tendo apenas o barulho do choro da mulher pelo ambiente. Jade puxou a corrente ao tentar se mover de forma impulsiva e raivosa. Deslizou as pernas pelo colchão para tentar sair da cama, arrastar aquele ferro junto de si, ou qualquer coisa que a colocasse em ação. Se arrastou para fora da cama para ver se conseguia sair de alguma forma, mas não conseguiu. Seu pânico a deixava cega de ver que não tinha como sair, então apenas caiu no chão ainda com as mãos acorrentadas. Chorou mais ainda odiando não conseguir fazer nada, nem falar nada, apenas mordendo a mordaça soltando um som de desespero da garganta. Fechou os olhos enquanto se sentia péssima, se sentia pronta para morrer nas mãos dele.

Seus músculos tremiam de medo enquanto o homem ficou um tempo a encarando, a vendo fazer aqueles movimentos sabendo que ela não chegaria a lugar nenhum, apenas gostando de se divertir de a ver falhar. Ele esperou alguns segundo antes de se levantar a fazendo abrir os olhos assustada com o movimento de repente. Seus passos lentos e firmes fizeram ela recuar, com medo, aterrorizada com a imagem que ficava um pouco mais clara para a mesma. Respirou com dificuldade com medo enquanto pôde perceber sua altura mais de perto, com os cabelos negros com uma das laterais platinada, com roupas pesadas e pretas feitas de um soldado. E no momento em que se abaixou ficando na altura de sua prisioneira, ela virou o rosto para outro lado, não querendo o encarar, não querendo ter o desprazer de o encontrar em seus piores pesadelos.