O Que Os Oceanos Unem

Navio de Aventuras

meu Deus, doeu escrever esse capítulo KKKKKKKKKK mass, eu amei! Espero que gostem, vamos conhecer a infância de nossos meninos! Boaa leitura <33 

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Há 15 anos atrás, quando sequer sabia o que era uma rede de pesca ou como a manusear, Kirishima Eijirou se encontrava abandonado nas ruas ao lado de Tamaki, um garoto 2 anos mais velho que, embora tímido, se juntou à ela na empreitada que viviam nas ruas. Órfãos, sem um lugar para ficar após os pais do primeiro morrer e os do segundo, o abandonar na soleira de um prédio abandonado, aos 5 e 7 anos os meninos eram obrigados à viver por contra própria, sob os riscos de uma sociedade e um lugar desvairado e sem amor.

Eijirou, de cabelos pretos e curtos, olhos avermelhados e dentinhos pontiagudos, tinha somente uma vestimenta à lhe acompanhar: camiseta vermelha, uma bermuda preta e crocs da cor de seus olhos. Era com essa roupa que ele passava pelos cais da pequena cidade litorânea em que vivia, pedindo ajuda para alguém que parecesse másculo ou fugindo de cães que o perseguiam. Mesmo com as adversidades enfrentadas desde jovem, o menino se dispunha à ajudar outras pessoas, sempre denotando coragem— mesmo que às vezes o medo falasse mais alto e o fizesse se culpar por coisas pequenas.

Certo dia, na encosta da praia, enquanto observava as ondas fluírem e sumirem no mar agitado pela tempestade que se aproximava, Kirishima ouviu um pedido de socorro de uma esquina entre pequenas casas azuladas e apertadas; não hesitando, o menino seguiu o que sua curiosidade e virilidade ditava ser o certo, encontrando um grupo de garotos à tentar com um menino magro, de cabelos negros e olhos de mesma opacidade, encolhido na parede que se fazia presente por ali. Eiji, de uma forma aterrorizante, sentiu medo de prosseguir. Os valentões pareciam tão altos e fortes, quem seria ele, um simples menino que perdera os pais, em contrapartida com pessoas tão bem dotadas? Seus pés não se moviam, e o ar parecia lhe faltar aos pulmões. Ele soltou uma voz fraca e trêmula ao se direcionar aos meninos que zombavam do cercado:

—E-ei! Não é nada másculo ma-machucar os outros!— Ele falou, levantando as mãozinhas em punho enquanto tentava desafiar os aparentes oponentes.

—O que falou, garotinho?— Um menino, aparentemente líder do grupinho, exclamou, levando uma mão ao rosto e deixando somente seus olhos á ressaltar sob o cabelo esbranquiçado que possuía, fazendo com que os pequenos morenos ficassem ainda mais amedrontados e que o resto de seus amigos caçoassem destes..

—E-eu, eu disse que-

—Já chega, Shimura!— Uma menina de cabelos rosados e pele negra apareceu, falando com voz autoritária e se colocando na frente do bando.— Fat mandou você voltar. Se fizer isso de novo, eu conto pra ele!

—Me chama de Shigaraki, bastarda, eu já disse!

—Blá, blá, blá. Sua mãe te deu o nome de Shimura e eu vou respeitar a tia, mesmo que ela já tenha ido morar com o papai do céu. E vocês, seus delinquentes, daqui a pouco tem toque de recolher e os seus pais vão odiar os ver na rua!— A menina parecia não os temer e, Kirishima, impressionado demais pra ter a mesma atitude, simplesmente ajudou o garotinho que estava em apuros à levantar e sair do beco. O céu já estava escurecendo e pequenas gotas de chuva caíam das nuvens carregadas que se esticavam pelo céu do anoitecer.

—Me chamo Kirishima Eijirou, brô! Quem é você?— O pequeno perguntou sorridente, enquanto estendia a mão para o novo amigo e o arrastava.

—Tamaki. Tamaki Amajiki.— O outro respondeu, segurando forte na mão do menino de dentes pontiagudos que lhe parecia mais confiante de si mesmo do que ele.— Obrigado por me ajudar.

Eiji parou, diminuindo o sorriso enquanto abaixava os olhos desconcertado. Não achava certo ele receber gratificações por algo que nem mesmo conseguira fazer sozinho.