Capítulo 14

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Pov Maggie

Uma hora mais tarde, estou andando na direção do meu carro. Todo mundo desapareceu, Najwa também.

Eu acho que ela saiu para se preparar para o seu encontro. Eu não a culpo. Eu gostaria de sair mais cedo para me preparar para ela, também, se eu tivesse a chance.

Amanhã começa o fim de semana, o que significa que eu não tenho que trabalhar. Talvez um par de dias longe dela vai me fazer bem.

Eu olho para baixo enquanto ando, deixando a tristeza afetar a forma como eu me apresento para o mundo. Minha cabeça se levanta quando sinto que estou me aproximando do carro. Meu hálito quente se transforma em névoa assim que toca o ar da noite fria. E então, para minha grande surpresa, quando ele desaparece, eu percebo que há uma figura encostada na parede ao lado do meu carro.

Eu separo os lábios, o coração dispara quando vejo seu corpo, moletom e touca, cigarro entre os lábios.

"Porque você demorou tanto?" Ela calmamente pergunta quando eu ainda estou a alguns passos longe dela.

Eu coloco as mãos no bolso da minha jaqueta, parada fico a uma distância razoável dela.

(Eu não tenho certeza do que exatamente a definição de razoável é, mais. Não é como se um oceano esta separando a gente, porque eu gostaria de beijá-la até mesmo se eu estivesse a 10 metros de distância dela.)

"Eu não achei que você gostaria de vir comigo." Eu confesso. Ela dá uma longa tragada no seu cigarro. A noite está tão silenciosa que eu posso literalmente ouvir a ponta queimando um pouco mais. Eu continuo, desnecessariamente fazendo a conversa, a testando para ver se ela ainda está com raiva de mim, "Você não deveria estar ficando pronta para sair?"

(Que péssimo tópico eu escolhi.)

"Quando você me pediu para jantar com você, eu não sabia que você estava me levando a algum lugar chique. Eu pensei que estávamos apenas indo para a sua casa"

Ela diz tão despreocupadamente que eu tenho que colocar suas palavras em retrocesso para ouvir novamente.

"O que -"

Ela corta minha pergunta com um beijo em meus lábios. Meus olhos se arregalam no início, mas depois eu relaxo, permitindo que o meu cérebro registre que é Najwa, a mulher que eu desejei em segredo por um longo tempo, me beijando. E depois disso, tudo se torna mais fácil. Eu envolvo meus braços em volta de seu pescoço, movendo os lábios contra os dela, saboreando-a. Ela me abraça da melhor maneira que pode, considerando que ela ainda está segurando um cigarro em uma mão.

"Eu sinto muito." Eu sussurro quando me afasto.

Ela me silencia apertando os lábios ao meu, mais uma vez.

-

Eu estou cozinhando o jantar, um pouco mais tarde, assistindo atentamente o forno para me certificar de que minha comida não se transforme em cinzas, quando sinto um corpo se juntar ao meu.

"Ou isso cheira incrivelmente bem ou eu estou realmente com fome." Ela murmura em meu ouvido, ruidosamente o beijando por um par de vezes.

Eu deixo minha cabeça cair para trás, enterrando o nariz em seus cabelos molhados.

"Você cheira bem." Eu digo, levando a mão para acariciar sua bochecha.

"Eu cheiro como você."

Eu me viro nos braços dela, andando de costas até que ela fique contra o balcão da cozinha. Ela se empurra para cima até estar sentada no balcão. Eu a digo para esperar um pouco quando ouço o som familiar de água fervendo.

O paradoxo de Najwa Onde histórias criam vida. Descubra agora