Capítulo 7 - Pilar

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Pina se diverte com as colegas da escola

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Pina se diverte com as colegas da escola. Não avisto Pietra e pergunto a ela onde sua gêmea está. Ela dá de ombros e continua a se divertir. Resolvo dar uma volta para procurar minha irmã que, apesar de gostar das brincadeiras infantis não hesita em abandoná-las depois de um período para se sentar em algum lugar. Em algumas vezes ela prefere coordenar o que as outras farão a entrar de fato na folia.

Caminho até a entrada da fazenda quando ouço sua voz soar além da cerca.

— O que ela está fazendo lá fora?

A porteira baixa me permite olhar além dela sem precisar abri-la, e é assim que encontro Pietra e Zander um ao lado do outro conversando sentados no chão.

Sim, todo mundo tem pernas iguais, não acha legal ter uma perna diferente? — escuto Pietra dizer. Deus do céu, por que ela está falando sobre a perna dele?

Ergo a corrente que segura as folhas da porteira para abri-la. No entanto, detenho-me quando ouço a frase seguinte de Pietra.

— Queria ser diferente de vez quando. Não é legal ter sempre que falar que eu sou a Pietra.

Nunca me passou pela cabeça que Pietra já se sentira desconfortável. Ela é tão apegada a Pina, as duas gostam de dividir a mesma cama, usar as mesmas roupas, que nunca... Aperto os olhos quando me dou conta de que é Pina quem sempre pede para se vestir como a irmã.

Continuo a escutá-los.

Causa-me estranheza como Pietra parece à vontade com Zander, ela não é de se abrir com quem acaba de conhecer. Mas, o que me chama mais atenção é Zander explicar como ele é capaz de diferenciá-la de Pina. Detrás da porteira, sorrio ao ouvi-lo, é preciso tempo de convívio para acertar quem é quem, fico admirada que ele consiga.

— Acha que eles conseguem trabalhar com alguém diferente? — pergunta ele, fazendo com que o sorriso em meus lábios se desfaça. Pietra o responde com outra pergunta enquanto eu tento compreender sobre o que os dois estão refletindo.

Por fim, abro a porteira entrando no campo de visão de ambos.

— Estava procurando você, Pietra — digo, acenando com a mão para que se levante.

— Eu não queria brincar de correr — responde ela.

— Mesmo assim é a sua festa, não deveria estar com suas amigas?

Percebo os olhos de Zander grudados em mim, quando o encaro ele desvia e fala com Pietra:

— Conversamos bastante por um dia, vá brincar com suas amigas.

Pietra se levanta a contragosto e antes de passar por mim olha para ele mais uma vez.

— Não esqueça de que aqui na fazenda todo mundo é diferente.

Ele sorri de canto e lhe oferece um breve aceno de cabeça. Pietra sai em disparada cruzando a porteira. Penso em sair correndo como ela, mas ao contrário disso, aproximo-me um passo.

Sem DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora