Como estranhos fazem

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oi de novo. eu ia atualizar às sete mas não quero atrapalhar ninguém com o comeback dos meninos, então tá aqui a atualização. espero que gostem e boa leitura :)


JEONGGUK

Não é que eu odeie o colégio ou nada do tipo, mas acho que alguma vez na vida é possível se sentir assim.

Hoje é segunda feira.

Olhei pro teto em busca de respostas no meio daquele vazio, minhas estrelinhas de plástico fluorescentes não brilhavam e pareciam só saber orbitar ao redor do seu sol: a minha lâmpada. Eu queria viver um delírio onde elas sairiam dali e iriam pro colégio no meu lugar.

Minha cabeça repetia incansavelmente: Kim Taehyung. Infantil. Crianças. Kim Taehyung. Parecia um disco arranhado ou um rádio velho e seria um máximo ter um botão pra desligar. Meu final de semana não foi agitado — nunca era — e eu só fiz a loucura de reler alguns livros da minha estante. De qualquer forma eu fiquei sozinho porque Yoongi foi ajudar o irmão no estúdio de fotografia.

Ah, pobre eu. Acho que devorei uns cinco sacos de pipoca de microondas em dois dias.

Olhei desanimado pra minha pelúcia do Cooky. Eu sentia meu cabelo todo bagunçado na frente do rosto e a blusa branca do pijama caindo pelo ombro. Eu me sinto acabado e nem preciso de um espelho pra comprovar isso. Quando o despertador tocou meus olhos se abriram devagar, a cortina voava um pouco e entrava luz direto nos meus olhos. Agora eu aproveitava o meu maior momento de crise existencial e melancolia.

— Eu me lamento, eu me arrependo… Eu só não queria ver aquele lugar hoje…

E derreti na cama, caindo no chão e puxando algumas cobertas comigo. Olhando o uniforme sobre a cadeira da escrivaninha tudo parecia muito fácil. Eu fazia ficar fácil.

Peguei o celular do chão e chequei as mensagens, era como um ritual matinal: acordar, pensar um pouco e depois ver o celular. Yoongi havia me marcado em um post do Twitter no meio dessa madrugada — de novo acordado até às três da manhã pra dormir na aula de matemática mais tarde — e mamãe que saiu há pouco me avisando sobre arroz dentro da panela elétrica e um novo pacote de Yakult na geladeira.

— Fugir o faz covarde, Jeongguk. Você tem que enfrentar o problema — falei num murmúrio, tentando me convencer de que sim, sou um homem corajoso.

Falar sozinho é um hábito terrível.

Forcei as pernas e me levantei, fui cambaleando até o banheiro e tirei as roupas. Quando me vi no reflexo do espelho eu parecia pior do que eu pensava. Após fazer tudo que tinha que fazer no banheiro e vestir meu uniforme brega, botei os óculos no rosto e desci. O uniforme não é de todo brega, eu meio que gosto dele, ele me deixa quentinho no inverno e a gravata é bonita.

Mamãe é cirurgiã então raramente está em casa, quando ela sai de manhã, deixa pronto arroz, ovos, bacon e torrada no balcão. Deve ser uma forma de compensar sua ausência.

Mas não a trate como um monstro, em suas folgas fazemos questão de maratonar todos os filmes de comédia romântica possíveis. Tem sido um pouco difícil porque eu e ela sentimos muita falta do meu irmão mais velho, Junghyun, que foi fazer intercâmbio na França.

Comi enquanto rolava as mensagens, depois teria que recarregar meu cartão do metrô então hoje teria que ir de bicicleta.


Yoongi diz que pedalar deixa minhas coxas durinhas. Só o pensamento me faz rir.

Estou a poucas quadras do colégio, o vento bagunçava meu cabelo e meu óculos estava na ponta do nariz. Felizmente eu nem sentia a mochila pesar nas costas apesar de ter que subir uma ladeira enorme pra chegar até Nekoma.

Amor e outras coisas | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora