Capítulo 3

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-Doutor, chegou cedo. ATCHIM

Xiao Xingchen estava gripado, é óbvio, depois da tempestade que pegou seria estranho se ele não ficasse.

Ao contrário das outras vezes, ele não foi correndo assim que viu o médico, também não estava pintando nem desenhando, prova de que ele realmente não estava bem.

-Sim. E você está doente, então me diga o porquê de estar no chão gelado?

 Xingchen espirrou mais uma vez e abriu um sorriso para o psiquiatra.

- Aqui no canto é mais quentinho.

Um cacoete se fez presente no rosto de Xue Yang, vendo a situação do outro sem entender sua lógica. Ele estava enrolado nos lençóis da cama, encolido em um canto do quarto enquanto tremia levemente, obviamente com frio, e vendo que não estava tão frio, o psiquiatra observou que o garoto devia estar com febre.

Ele não falou nada e andou até o paciente, se abaixou ao seu lado e o pegou no colo, ele era leve como uma criança de no máximo 10 anos, Xue Yang pensou, a mentalidade e inocência dele também não devia passar dessa idade.

-Se você ficar na cama por 5 minutos, ela vai ficar quentinha também. Mais quente que uma parede, eu posso te garantir.

O paciente não discutiu, ficou quietinho enquanto era arrumado pelo doutor, no final soltou uma risada se sentindo confortável.

-Já te deram remédio para febre?

-Sim?

-Dói em mais algum lugar?

-Na garganta.

O doutor pegou sua pequena lanterna e se sentou mais próximo ao outro.

-Abre a boca.

Xiao Xingchen abriu obedientemente pondo a língua pra fora, o psiquiatra segurou o queixo do outro de forma delicada, depois de olhar fundo na garganta alheia, desligou a lanterna e Xingchen fechou a boca.

Só então Xue Yang percebeu que acariciava o queixo bem desenhado do paciente com o polegar suavemente, ele manteve os olhos nele por um tempo mas depois se afastou sem pensar sobre ao assunto.

-Está inflamada, vou receitar algo para te darem mais tarde.

-Obrigado Chengmei.

Uma risada leve soou no quarto e novamente Xue Yang se perdeu nos pensamentos, mas antes de deixar isso lhe perturbar ele sacudiu a cabeça.

- Por que está me chamando assim?

- Assim?

Xingchen fez uma cara confusa olhando para o psiquiatra que não sabia o que responder, por que ficava tão incomodado quando o outro lhe chama desse jeito? Por que isso lhe trazia tantas lembranças confusas?

-Algum problema, Doutor?

Xue Yang suspirou, decidindo que não deixaria mais isso lhe incomodar.

-Nenhum, vamos, deite e durma. Você precisa descansar.

O sorriso costumeiro no rosto do psiquiatra voltou, suas covinhas marcadas a mostra, ele se levantou da cama e arrumou o outro confortavelmente.

O paciente se aninhou nos tecidos e fechou os olhos. Xue Yang percebeu que o remédio estava fazendo efeito e a febre do outro já havia diminuído, só saindo depois de garantir que o outro estivesse bem.

Xue Yang estava prestes a entrar no quarto do paciente quando ouviu uma melodia fluir de dentro. Ele esperou um tempo do lado de fora mas como não conseguia ouvir direito resolveu entrar, sem fazer barulhos.

Minhas cores, suas dores.Onde histórias criam vida. Descubra agora