Toc toc toc
O som na porta foi ouvido e levou embora as últimas lembranças da cabeça do psiquiatra, Xingchen que estava até agora irritado também normalizou o humor e foi até a enfermeira que chegou com os remédios do dia.
Xue Yang estava preocupado, a última coisa da conversa que lembrava era do garoto pedindo para ir pra casa.
Será que ele se esqueceu que não tem mais casa? O cérebro muitas vezes deleta informações para preservar nosso psicológico, e se isso aconteceu com Xingchen?
Sendo assim ele olhou pro garoto na porta, este que havia terminado de tomar o remédio e deixado os copinhos na bandeja, a enfermeira que trouxe apenas foi embora e fechou a porta.
O certo sempre era verificar se o paciente havia tomado os remédios, mas como Xiao Xingchen estava tomando apenas placebo, provavelmente os cuidadores não viam necessidade disso, Xue Yang se irritou com a falta de cuidado, já que o paciente era esperto e podia perceber o desleixo. Ele falaria com eles mais tarde.
-Tomou o remédio certinho?
O paciente acenou com a cabeça e sentou na cama.
- Mesmo?
Ele confirmou novamente apenas com um balançar de cabeça, Xue Yang fez uma careta desconfiada e se aproximou do outro.
-Então abre a boca. Deixa eu ver.
Agora quem fez a careta dessa vez foi Xingchen, ele apertou os lábios em uma linha reta e fez que não com a cabeça. O psiquiatra ainda mais desconfiado soltou um suspiro e repousou a mão ao lado do rosto do outro.
-Me deixa ver.
Ele o persuadiu com a voz calma e fez um carinho com o polegar no canto de sua boca, Xingchen ainda emburrado abriu a boca levemente, seus olhos brilhavam ao olhar pro psiquiatra.
Como o paciente havia aberto apenas um pouco, para demonstrar sua indignação com o pedido do médico, Xue Yang teve que usar o polegar para fazê-lo abrir mais, ele colocou entre os dentes de trás e o garoto mesmo relutante finalmente abriu bem a boca para o médico ver.
-Bom garoto.
Ele olhou em toda a cavidade bucal e não encontrou os remédios, pediu para o paciente mostrar a língua mas ele fez uma careta e se negou, novamente Xue Yang usou o dedo e tocou na lateral da língua do jovem, que se ergueu no mesmo instante, não havia nada lá.
O psiquiatra fez uma careta confusa e antes que pudesse tirar o dedo da boca do outro sentiu os dentes alheio o esmagaram. Ele havia lhe mordido.
-Ai ai ai solta ai
O paciente que estava segurando o dedo entre os dentes e olhando com os olhos molhados de raiva pro médico finalmente o soltou, depois bufou irritado e dobrou os braços e em frente ao peito.
- Por que fez isso?
-Você não confiou em mim!
-E por que não quis mostrar se havia tomado então?
-VOCÊ NÃO CONFIOU EM MIM!
Xue Yang se sentiu mal por ouvir isso, o paciente estava certo, mas de qualquer modo ele não podia cair na conversa dele, então suspirou limpando o dedo na roupa e se aproximou novamente do outro.
- Eu confio em você, mas me preocupo ainda mais.
Xingchen estava irritado mas não se afastou quando teve os cabelos acariciado. Ele se virou para encarar o doutor, suas bochechas vermelhas e inchadas lhe deixavam incrivelmente adorável. Xue Yang não resistiu e soltou um riso fraco.
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Minhas cores, suas dores.
ФанфикNum manicômio onde almas se entrelaçam, memórias perdidas e lembranças despedaçam. No meio de confusão e de dor, quem é paciente, quem é o doutor? Quem é o insano quem é o são? Poucos saberão. Mas para quem pode enxergar, as cores contam tudo em um...