A viagem até Miami seria perfeita, se eu não fosse a única sobrevivente de um acidente de carro. E como se não fosse ruim o suficiente, acabo de saber que vou para um reformatório. Coles Strood, mais conhecida como a escola para adolescentes loucos. Se eu sou louca? Não, certeza que não. Quer dizer, agora quase certeza.
O juiz que cuidou do caso do acidente me acusou como responsável pela causa apenas porque eu tentei virar o volante, sem nem levar em conta que a Vannessa, motorista;mãe de meu melhor amigo e vítima, teria dormido no volante e nós iríamos bater. Teria saído tudo certinho se o Gustavo, meu melhor amigo e a outra vítima, não ficasse gritando na minha cabeça. Claro que não foi culpa dos gritos, e sim da maneira perfeita cuja Gus fica nervoso, tentando me corrigir. E sim. Eu gostava do meu melhor amigo. E não. Não era fácil.
Tudo se complicou quando eu fui a casa dele, estávamos na quinta série. E do nada assim, eu o vi de forma completamente diferente do casual. Mas agora, nada adiantava. Ele está morto. E ainda acham que a culpa é minha.
Agora é parar de chorar e sofrer. Curtir os dois dias que me deram para me despedir da vida "normal" e depois ir para o tal reformatório. Mas antes, ainda tenho de ouvir minha mãe falando na minha cabeça. Se até ela duvida de mim? Sim. E sempre fora assim. Vivo nas sombras de meu irmão, que apesar de pouca idade, tem muito cérebro. O Heitor é bom em TUDO o que faz. Bem o meu contrário, que a única coisa que sei fazer bem é me passar por louca.
Chegar em casa foi um luto. Pisar naquele chão que pisei em todos os dias da minha vida por uma das últimas vezes. Totalmente deprimente. Subi para meu quarto, já tirando as roupas do meu armário e jogando-as na cama para que eu pudesse começar a arrumar as minhas malas.
- Filhinha, não se apresse, vamos curtir esses dias juntas? - minha mãe entrou no quarto com uma melosidade nojenta e dispensável.
- E o que sugere de fazermos?
- Que tal uma noite das meninas? - ela bateu palmas super animada -Eu chamo a Jasmim e mando seu irmão para a casa de algum amigo! Vou ligar para a Jas!! - bateu palmas novamente pegando o celular.
- Ebaaa - disse num só desanimo, fazendo as "mãoa de Jazz".
Pude ouvir toda a conversa de minha mãe com Jasmim e com a mãe de um amigo do Heitor. A noite chegou e já estava tudo combinado, a campainha tocou e eu sabia era Jasmim, por isso fora atender.
- AMIGAAAAA - ela gritou - vou morreeeeeeer de saudades!!!! - me agarrou forte pelo pescoço, quase me sufocando.
- Eu também! - a abracei de volta, tentando reter as lágrimas que vinham aos meus olhos, querendo sair e liberar toda aquela emoção.
- Vamos nos divertir muito hoje, não é? - disse me soltando e me re-abraçando - TIA VANESSA!!! - Correu ao encontro da minha mãe, fazendo com que eu soltasse uma risada pelo nariz.
- Oi, minha querida!! - minha mãe a abraçou passando a mão por seus cabelos.
- Vamos nos divertir meninas?! - disse ela com filmes e um balde de pipoca na mão.Assistimos a uma comédia romântica, em que rimos muito e depois, assistimos um drama, que nos fez chorar feito criancinhas. Após as sessões de cinema caseiro, fomos lanchar: Pizza. Quem não gosta de pizza? Estava tudo ótimo, mas já era tarde e fomos dormir.
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- Acorda amiga!! - Jas me balançou.
- Tá cedo! - reclamei me enterrando no travesseiro.
- Quero aproveitar o dia contigo... - ela reprovou minha ação - A diretora da Coles Strood ligou, você vai amanhã cedo.
- Tá bom - me sentei - Acordei já.
- Ótimo!!! Vamos ao parque? - ela abriu um sorriso.
- Vou me aprontar. - levantei- me.
Peguei minha roupa no armário e fui direto para o banheiro tomar o meu banho. Demorei mais ou menos 20 minutos para tomar banho, me vestir, arrumar o cabelo e tudo mais. Saímos então, eu e Jas para o parque que fica em frente à minha casa e da escola.
- Vou sentir saudades daqui - disse, olhando para a escola através das árvores.
- Eu já sinto sua falta - Jas estava muito triste, não sabia que eu era tão importante.
- Ah Jas, temos o celular, podemos conversar. - a abracei.
- Tá certo! - respirou - Internet existe pra isso, não é?
- Exato, vamos almoçar?
- Bora lá! - levantamos e caminhamos até entrarmos em minha casa, o cheirinho vinha forte da cozinha.
- Hmmm, que cheiro bom Tia Vanessa!
- Que nada querida, é um macarrão básico. - minha mãe bateu no pano de prato na barriga de Jas e elas riram.
- Meu preferido! - disse cheirando
- Sempre meu amor - beijou minha testa.
O almoço foi calmo, deliciamos juntas cada mínimo pedaço do Spaghetti á bolonhesa. De tarde, jogamos o Just Dance, que eu por sinal A-M-O, e dançamos até cansar. A noite chegou logo e comemos pastéis trazidos pela mãe de Jasmim quando veio busca-la. O dia simplesmente voou.
Malas prontas, lua alta no céu, meu ultimo dia de liberdade tinha acabado de acabar.
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REBELS MINDS
Teen FictionA rebeldia toma conta de seu sangue e de seus neurônios. O impulso é a única coisa que lhe consome e nada mais o segura. O desejo da pessoa ao seu lado é se afastar, mas o amor prende-a ao teu corpo, fazendo com que os mínimos toques fervam as duas...