Capítulo 1 - Antonio "Bulldog"

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— Mas é um safado! Você está dando em cima de outra comigo do seu lado? — Paulinha não economizou no tom para me repreender, mesmo sabendo que não tínhamos nada além de boas noites de sexo.

— Deu sorte que estou cansado e preciso acordar cedo amanhã. — Tomei o resto da dose de uísque em um gole, bati o copo no balcão do bar e encarei a mulher que eu poderia ter um bom momento, se não fosse a escandalosa atrás de mim. — Nos vemos outro dia. — Pisquei um olho e a mulher sorriu amplamente, já estava na minha.

— Mas é um cachorro mesmo. — Paulinha continuou com seus desaforos enquanto eu me retirava do bar tomando a atenção de todos. — Late, morde e fode qualquer rabo avulso que aparece por aqui.

— Você bem que gosta. — Saí do Bar do Lázaro dando pisadas longas para me livrar da cobrança.

— Respeito, Bulldog. Pelo menos, na minha frente, você não pode se engraçar com outras.

— Porque toda atenção tem que ser para você? — Parei ao lado da minha caminhonete, segurei no seu pulso e a puxei para ficar contra a lataria. Ela sorriu satisfeita, Paulinha gostava quando eu assumia o controle e fazia o que quisesse com o seu corpo.

— Sim. Estou com saudades. Fui te procurar na feira, você não estava. Faz mais de uma semana.

Segurei seu queixo, beijei sua boca e duelei com sua língua escutando-a gemer. Seus braços quiseram circular meu pescoço, mas me afastei com ela e a virei para lhe dar um tapa ardido na bunda.

Deveria parar de alimentar essa paixão que a mulher tinha por mim. Mesmo com meus trinta e cinco anos e ela com seus vinte e nove, solteiros, eu sabia que ela sonhava com o dia que fosse largar minha cachorragem para assumir um compromisso.

Ninguém me prenderia que não fosse o meu dever com a Cooperativa AMontreal. Meu trabalho era tudo, o sexo servia apenas para distração.

— Entre logo — ordenei.

Com pulinhos alegres, deu a volta na caminhonete enquanto eu me ajeitava no banco do motorista. Não me surpreendi quando a mão dela foi para a minha virilha assim que se acomodou e estimulou meu pau a ficar ereto enquanto dirigia para minha casa, alguns quilômetros afastados do perímetro urbano.

Jargão do Sul era conhecido pelas grandes áreas de plantio e agricultura familiar. Estávamos prestes a fortalecer a economia da cidade com a AMontreal, se não fosse Ivan Klein, o político metido a salvador que queria desmoralizar o meu trabalho. Em uma reunião com vários cooperados, onde anunciou sua candidatura a prefeito da cidade, ele apresentou uma conta absurda, de que eu enriquecia as custas deles, enquanto não fazia meu trabalho. Ou seja, ele queria destruir a AMontreal.

O idiota, inclusive, se mudou para a cidade que ele só vinha de férias, sem compromisso. Por que não continuou longe o suficiente para que continuássemos prosperando sem sua intervenção? Com suas falsas promessas cheias de pompa, os meus colegas de profissão estavam questionando o meu trabalho e colocando em dúvida minha competência.

Eu estava prestes a fechar negócio com uma rede de supermercados para atender uma demanda que faria com que todos tivessem renda por muitos anos. Mas, Ivan Klein tinha que surgir lá de São Paulo para bagunçar com minha cidade.

— Está desanimado? — Paulinha perguntou e percebi que, pensar no trabalho, estava me deixando inativo para a safadeza.

Entrei na estrada de chão que levaria para a minha casa, encostei a caminhonete entre as árvores e abri a porta irritado.

— Para a caçamba, não vai dar tempo de chegar até em casa — menti sobre meu desespero e subi na parte de trás, conferindo se eu tinha uma camisinha no bolso.

A Filha Virgem do Meu Inimigo (Amores Proibidos) - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora