I - O prólogo de uma jornada

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O sol sobre meu rosto bate forte, indicando ser tarde, na metade do dia talvez, minha boca seca e amarga entrega a noite de farra, abro lentamente minha visão junto da voz simples que me acordava...
-Buda meu amigo, outra noitada?- minha visão ofuscada com a dor na cebaça e o sol quente tenta mirar na pessoa, eu vejo chifres vermelhos em cabelos negros e lisos... um tiferino? Não, o tiferino, é Tormenta o senhor do humilde cidade, ele é um amigo...
-Bom dia Sr.Tormenta... pode me ajudar?- pergunto erguendo a mão a qual ele segura, apoiando também no meu ombro.
-Vejo sangue no teu velho kimono amigo, e bom- ele arruma meu berimbau em minhas costas- Teu diferente instrumento esta danificado posso ver.
Olho ao chão, vendo as garrafas de rum secas, essas que estariam dando dores nas minhas largas costas, puxo um alongamento ali mesmo, indo até um posso ali perto, com o Senhor a me seguir e falando;
-Vamos Buda, tu não podes se acabar assim... tocando nas tavernas aos sábados a fim de animar o pugilismo, afinal com o dinheiro de um só dia tu não podes sobreviver- Sim ele tem um linguajar único- Não aceita o trabalho governamental, não se submete ao nosso pugilismo... em Monte Negro não tens espaço para mendigos amigo, tens que se encaixar ou sair daqui... e tu não podes sair já que esta cidade esta tão longe de qualquer outra...
No posso eu molho minha barba e cabeça, molhando meus longos e ressecados cabelos, no reflexo daquela escura água, reflito também sobre as coisas que ele me diz e respondo olhando apenas metade do olhar a ele;
-Tem razão, a questão é que eu buscava uma forma de me desligar deste mundo... deu certo sabia? as montanhas vibraram e me chamaram, preciso ir até elas.- Retiro minha bota e piso sobre aqueles tijolos quentes, apenas para colocar meus pés sobre o poço.
-Sim Buda, mas como tu vai viajar sem recursos? tudo oque vejo são roupas velhas e um instrumento quebrado, eu quero te ajudar, tenho dívida contigo... e para isso proponho que... trabalhe para mim.
Neste ponto eu finto ele com um olhar, preocupado com as palavras que ele dirá a seguir, Tormenta sabe que eu não iria me submeter a um trabalho como os de soldados.
-Não se preocupe homem, sei que tens um espírito livre como de um elfo, minha proposta é a seguinte.-e então ele segura seu própio colarinho ornamentado, ali eu sabia que viria empolgação- eu vou dar um evento, olha para a entrada da cidade-e ele aponta com seu cajado de prata, mostrando caravanas a entrar- Se chama festival da caça, deis de que eu sai do inferno de onde nasci, e conquistei essa cidade, sonhava com isso... vários povos e aventureiros estarão aqui, homens lagartos e até Orcs olhe de Gruumsh, eeee é ai que tu entras.
Eu retiro o pé da água e viro para ele, dizendo;
-Oque? eu devo lutar contra um Orc desses? oque tu fez agora? apostou Monte Negro nisso?
-Não não, não sou louco a esse ponto companheiro... talvez um pouco, mas nunca perdi, penso que pode ser perigoso, e mesmo meus feitiços podem ser eficazes contra... certas criaturas... tu teras de ser meu guarda pessoal e então eu lhe proponho bagagem para sua saída da cidade, tu me ajuda e eu te ajudo a sair daqui...
Volto minha atenção para a água, pensando no que minhas visões sugerem, a proposta do tiferino é contra oque eu sigo, mas... é por algo bom, eu volto a visão para ele e aceno confirmando.
-Pois bem, pegue suas coisas e me siga por favor- e ele sai em direção ao seu castelo pequeno, logo atrás dele posso notar que embora ardiloso com a língua e com umas idéias meio malucas, é um bom regente, as pessoas fazem reverência a ele, e ele as cumprimenta novamente, sempre falando de como foi conquistar essa cidade com uma certa ajuda, que tirou o povo da lama e tudo mais... com alguns minutos chegamos ao seu castelo, humilde mas robusto, na porta dois Bugbears com roupas de guardas o esperam, eles eram tão grandes quanto eu, e mais parrudos físicamente, me ignoram e seguem sua guarda, lá dentro observo os onamentos nas paredes, uma mesa com resto de almoço sendo retirada, e alguns criados, sendo qual mais me chamou a atenção ser o mordomo, ele foi até o regente, ouviu algo e saiu.
-Buda-ele diz apontando para um pequeno sofá- se sente por favor, Alfred foi arrumar o teu quarto e trazer um chá. Ele se senta com uma de suas pernas sobre a outra, seu traje fino e leve o permite mecher as pernas facilmente, eu me sento, com minha postura rígida e olho ao meio demonio enquanto retiro o berimbau das minhas costas, e ele pergunta;
-Afinal oque é isso, Buda? me lembra muito um arco, mas... não é, isso posso ver.
-Isso é um instrumento de combate, mas também para danças cerimôniais, ganhei de Acirfa, uma druída das savanas, junto de algumas ervas e um cachimbo... era uma boa pessoa. Digo enquanto manuseio o arco com minha mão, não estava quebrado e sim desrelugado.
-Fascinante, pois bem, o tratado é esse, terá de ficar ao meu lado durante 7 dias tomando conta da minha retaguarda, com o fim desse período lhe dou montaria e recursos... eu devo isso a você haha- ele diz servindo vinho a ele enquanto meu chá chega e é servido pelo mordomo, qual eu percebo se tratar de um meio elfo, com o passar do tempo me despeço de Tormenta e sigo ate o meu quarto, sendo guiado pelo mordomo, a quem eu faço uma pergunta;
-Me perdo o incomodo amigo, mas, como um meio sangue como você veio parar servindo um ser das trevas?
Ele me responde com a voz firme de um senhor, aparentava ser um homem velho de 70 por ai;
-A muito tempo eu era um aventureiro, mas próximo da morte abraçei a forças sobrenaturais que me deixaram viver, mas ao chegar próximo da morte teria meus serviços focado a um ser como ele, felizmente foi o Mestre Tormenta, se fosse qualquer outro eu estaria condenado... Pois bem rapaz, esse é seu quarto- ele diz apontando para uma porta de madeira pesada.
Eu entro e vejo o local, mais modesto do qual eu estou acostumado.
-Se banhe, ao anoitecer teremos um jantar.Diz o meio elfo, engatilhando minha pergunta;
-Sabe me diz-e a porta se fecha, deixando eu com uma cara de idiota para ela-dizer... a esquece.
O local é bem limpo e suave, uma cama felpuada até demais, e uma janela que mostra ao longe a entrada da cidade, vejo as caravanas entrando e se colocando em seus lugares, percebo também crianças brincado fora do patio do castelo, lembro de como minha esposa iria amar ter crianças... e então volto para meu quarto, apago as iluminações e acendo um incenso, coloco o pano da cama sobre o chão e inicio a meditação.
Com isso eu tenho minha visão, fogo sobre uma cidade, fogo muito forte, chamas de dragão... e eu me desperto, é dia de manhã, minha janela aberta permite a entrada de um pardal com penas douradas, ele trás consigo um ar de esperança, oque me faz levantar e sem seguida um toque na porta me chama atenção, vou até ela e oque me espera é um baú com um bilhete do meu anfitrião;
''Para estar ao meu lado, tem que estar a caráter''
Entro e coloco sobre a cama e vou para meu banheiro retirar as impurezas com água gelada... volto minha atenção a este presente e começo a ver oque eu teria recebido, a começar por um kimono, vermelho carmesim com detalhes dourados, junto veio dois braceletes dourados que formam cabeças dragões do tipo oriental e por fim um par de sapatos de geta de madeira escura, dou um sorriso, mesmo sendo uma pessoa modesta sempre apreciei a arte em seus vários formatos... oque me interrompe desta vez é uma trombeta, anunciando os eventos, tão rápido quanto eu retiro a coberta do meu tronco, eu coloco o grande kimono e as demais peças e vou ate a mesa mais embaixo.
Lá encontro Tormenta degustando de uma enorme mesa de comidas, ao me ver ele se levanta animado dizendo;
-Mestre Buda, que alegria ver tua cara, vejo que gostaste dos presentes, fazer uma roupa deste tamanho foi trabalhoso, mas minha alfaiate é muito boa, e silênciosa para entrar no seu quarto e tirar as medidas, fácil quando tu meditas como uma pedra, alias por qual razão não vierá ao jantar? espereite por muito tempo.
Eu ainda namorando o kimono respondo;
-Grato por isso, ela fez um excelente trabalho... eu precisava meditar muito para a remoção do álcool do meu corpo, agora que estou como seu escudo, não posso estar-levanto as mãos em aspas- infectado, e bom, uma ou duas frutas devem me manter bem pela manha.
Ele passa sua toalha élfica na boca e no cavanhaque, se levanta e vem até minha direção, me cutucando com seu cajado pergunta;
-Algumas frutas? é mais alto do que eu Sr.Dhidarma, tão alto quanto a cintura de um cavalo...pesa tanto quanto um porco grande e me diz que algumas frutas é o suficiente?-Ele pergunta franzindo a sobrancelha descrente até minha resposta;
-Sim.-E ele desmonta.
-Então-Diz abrindo os braços enquanto duas lindas mulheres colocam um chapéu sobre seus chifres- Vamos ao evento haha-se vira e sai andando, com eu o seguindo, ao saior do castelo é como se fosse outra cidade a qual vi ontem pela tarde, os bardos organizam pequenos bailes frente aos pequenos palcos, os caçadores mostram seus troféus de caça e até alguns magos trocam criações arcanas, todo tipo de raças, das mais comuns até os grandiosos loxodontes druídos, curiosos com as coisas deste nosso mundo... na minha frente ia meu amigo, ele alegre falava com seu povo e convidados, mas no fundo eu sentia, que algo estava acontecendo e era ali... embaixo dos meus olhos...

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2020 ⏰

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