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- Teo... - eu fui até ele, me enfiando em sua frente a tempo de ver sua expressão carrancuda. - Você está bem?

Teo assentiu sem dizer nada. Em seguida, ele passou por mim, pegou sua camisa e a vestiu rapidamente.

- Fica aí - ele disse, caminhando até a porta do quarto. - Vou avisar que a festa acabou.

- Eu te ajudo - fui atrás dele.

Assim que saímos do quarto, Teo se aproximou de um grupo de garotas e disse alguma coisa para elas, que se entreolharam inconformadas e começaram a se afastar na direção da escada.

Nós dois encontramos Adam no andar de baixo e ele nos ajudou a dispersar boa parte da galera para fora da casa de Teo. E então, aproximadamente dez minutos depois, a casa se encontrava vazia, silenciosa e cheia de garrafas e copos de bebidas espalhados no chão e em alguns cantos dos cômodos.

- Quer ajuda para limpar? - Adam perguntou a Teo depois dos últimos convidados da festa terem saído pela porta.

- Não. Valeu, cara - Teo respondeu com um hematoma arroxeado se destacando perto de seu olho esquerdo. - Depois eu dou um jeito.

Adam assentiu e como não perguntou nada sobre a lesão no rosto de Teo, eu deduzi que ele já estivesse por dentro do que tinha acontecido, ou seja, já deveria saber que o pai do amigo era um bruto.

- Bom... então, eu já vou - Adam disse.

- Eu também - falei.

Teo olhou para mim e disse:

- Fica aqui - ele pegou na minha mão com ternura. - Por favor...

- Mas eu...

- Se é por causa do meu pai, pode ficar tranquila - Teo disse. - Quando ele vai para o quarto, só sai no outro dia.

- Mas a gente tem aula amanhã - falei.

- Sem problemas. A gente pode ir juntos - ele esboçou um meio sorriso. - Minha irmã deixou o uniforme dela aqui em casa. Você pode usar.

- Sua irmã? - perguntei, confusa.

- É, a Alana - Adam respondeu. - Ela estudou no colégio há alguns anos trás.

Nossa. Eu nem fazia ideia de que Teo tinha uma irmã. Deve ser porque comecei a andar com ele há mais de um ano atrás.

- Isso - Teo disse. - Ela se mudou com a minha mãe, por isso você não a conhece. Mas e aí? O que me diz?

Sinceramente eu não estava nem um pouco a fim de voltar para casa naquele horário.

- Tá bom - concordei com um sorriso. - Eu fico, se você não se importa...

- É claro que não me importo, princesinha - ele me agarrou pela cintura e deu um beijo na minha bochecha. - Quero muito que você fique.

Meu sorriso se alargou e logo Adam se aproximou, se despedindo de mim com um beijo na bochecha e trocando um toca aqui com Teo.

Assim que a porta da sala foi fechada depois de Adam ir embora, eu me virei para Teo e perguntei:

- Está doendo muito?

- O quê? - ele perguntou.

- Esse hematoma perto do seu olho.

- Ah - Teo levou os dedos até a pele lesionada. - Está, mas não se preocupe com isso.

- É claro que me preocupo - peguei em sua mão e o puxei comigo na direção da cozinha. - Vamos cuidar disso agora.

Depois que eu peguei alguns cubos de gelo, enrolei-os em uma pequena toalha e acompanhei Teo até o seu quarto.

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