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— Elisa Lima.

Levantei da carteira e me aproximei da mesa da professora de Matemática.

Um grande 8,5 estava escrito em tinta vermelha no cabeçario da prova que ela tinha acabado de estender na minha direção.

— Meus parabéns — a professora disse.

— Muito obrigada! — agradeci, esboçando um grande sorriso com a minha nota.

Assim que a professora entregou a prova para todo mundo e nos desejou boas férias, eu fui ao encontro de Teo que estava no fundo da sala conversando com Adam e sentei em cima de sua carteira.

— Adivinha quem foi boa em Matemática? — perguntei.

— Não preciso nem adivinhar — ele plantou um beijo nas costas da minha mão. — Você tira nota máxima em todas as matérias e isso não é novidade pra ninguém.

Eu dei risada.

— Não foi nota máxima, mas é uma nota boa mesmo assim — falei. — Quanto você tirou?

— Oito — Teo respondeu.

— Excelente — sorri, orgulhosa. — E você, Adam?

Adam levantou sua prova e a exibiu para mim. Um grande 8,2 estava destacado na parte superior da folha.

— Por pouco, eu não te alcancei — ele disse com um meio sorriso. — Mas e aí? Preparada pra as férias?

— Super preparada — respondi. — Você vai na festa de confraternização amanhã?

— Não. Eu vou viajar pra Europa amanhã de manhã.

— Uau. O diretor vai ficar de férias mais cedo? — perguntei, curiosa.

— Não, eu vou com a minha mãe — Adam explicou. — Meu pai vai daqui a quinze dias.

Eu assenti.

Hoje é a nossa última aula antes das férias de julho. Como nós fizemos todas as provas da semana passada e passamos em todas as matérias, estávamos livres das seis horas de aulas diárias por pelo menos um mês.

Maravilha. Férias eram sempre bem-vindas. Principalmente agora que eu estava oficialmente comprometida e apaixonada pelo cara mais incrível desse colégio.

E era exatamente nisso que eu estava pensado quando Teo envolveu meu ombro com o braço enquanto deixávamos a sala de aula para trás.

— Posso saber no que você tá pensando? — ele perguntou, sem tirar os olhos do meu rosto.

— Em você — respondi sem rodeios. — Agora é a nossa grande chance de passar mais tempo juntos.

— Hmm... — ele me fez parar e me encostou na parede do corredor. — Finalmente. Você não sabe o quanto eu estava esperando por isso.

— É sério? — perguntei, toda boba.

— É muito sério — ele aproximou o rosto do meu, sua respiração quente batendo na minha pele enquanto eu olhava dentro de seus olhos. — Eu não parei de pensar em nós dois juntos sem ninguém pra encher o saco.

Dito isso, Teo me beijou, segurando meu rosto com as mãos e eu aproveitei para inalar seu cheiro delicioso e inebriante.

— Fala sério, cara. Parece que você nunca teve uma namorada.

Eu desviei minha boca da de Teo e olhei na direção da voz.

Era Rafael.

— Os incomodados que se mudem — Teo disse, assumindo uma expressão séria.

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