Exatamente isso foi feito, ele me pegou e levou para o prédio da TermiBook, abriu e comigo em suas mãos ficou lá a espera de Breno. Com a chegada do meu dono, ele me devolveu, e sempre muito educado, Breno deu um sorriso e agradeceu.
Juntamente com Breno, eu fui pra sala, onde ele ficou mexendo naquela máquina de caráter duvidoso. Enquanto ele escrevia ali andei pensando, como era a vida daquele meu novo amigo. Inclusive, estava pensando e repensando sobre a minha vida, logo cheguei a conclusão de que meu dono era realmente diferente de todos os outros e que nossa amizade, mesmo as vezes eu sendo ignorado, era sempre a melhor. Já contei do livro dele que mais gosto? "O ontem do amanhã", não? Como não? Vamos fazer essa retrospectiva, por que gostei da conversa que tive com meu amigo novo.
Vou falar do livro mas antes, vamos falar do escritor. Ele é gente boa e sempre muito bem educado, sempre me tratou com carinho e foi gentil perto de mim, esse é sem dúvida o melhor dono de caderno que existe, além de tudo ele escreve textos ótimos e não digo isso por que parte deles estão em mim, digo por que é verdade.
Ele hoje é um escritor consagrado [nem digo que foi graças a mim] mas ele nasceu e cresceu em Lakamayara, estudou em colégios públicos e formou-se em letras na universidade pública de lá, sua vida acadêmica sempre foi marcado por notas boas em humanas, bons relacionamentos e dedicação sempre.
Sua vida de escritor, maca-se em reflexões, temas polêmicos e colocando suas visões nesses livros. Sua célebre obra, é marcada pela temática de esperança/desesperança do amanhã, critica o formato social e educacional que impossibilita mudanças significativas na sociedade.
"O ontem do amanhã" é uma obra escrita por Breno, que fala literalmente de como o ontem e o hoje podem ser ao mesmo tempo duas coisas tão próximas e distintas, reflete sobre a manutenção do status quo, baseada em sistemas sociais e educacionais.
Hoje o dia passou rápido, diferentemente dos outros, algo aconteceu com Breno e ele saiu às presas para almoçar e acabou por não me levar com ele, durante todo o período da ausência dele, logo pensava "Será que o mundo é assim tão líquido? Será que sou apenas folhas avulsas que podem simplesmente substituídas por uma máquina sem caráter?" Me entristeci de mais, ao lembrar da história aquele caderno amigo me contou "Será? Estou a cada dia mais perto do esquecimento? Quando as folhas acaberem? E quando eu ficar cheio? Tudo será esquecido? Lembranças, memórias, a vida com ele." Não quero que isso aconteça não!
Porém tudo isso mudou quando ele me voltou, pegou uma caneta de papel e escreveu: "R. JH Dimas, número 32." Não sabia o que isso significava, mas fiquei feliz por que ele me usou, para escrever, sei que é algo comum, mas desde que aquela bendita máquina chegou ele só escreve nela e eu vou a cada dia, sendo ainda mais esquecido, triste tudo isso, mas uma mera realidade. Chegou umas 18:00, Breno saiu e não me esqueceu, no caminho pra casa, de volta ao padrão de normalidade, cumprimentava todos a sua volta, sempre confiante e sorridente.
Ao chegarmos na casa, ele me pegou e começou a me foliar. Esse foi o momento mais feliz dos meus últimos 2 dias, eu e ele começamos a relembrar de tantos momentos felizes que tivemos, enquanto eu revivia aqueles instantes, até comecei a relembrar o motivo da minha existência, lembrava do dia que ele foi no parque, estava no meio de uma corrida, ai ele simplesmente parou, me pegou e anotou uma ideia para o livro que ele estava escrevendo, algo de mais, lembrei também daquela vez que ele estava jantando com Isaac e começou a me usar para anotar coisas da conversa.
Eu suponho que algumas memórias podem ser tão ínfimas para ele e ao mesmo tempo tão representativas para mim, mas isso não importa, não vou estragar esse momento pensando assim, afinal disse que pensamentos atraem os resultados das ações que serão tomadas.
Após alguns minutos, Breno pegou um papel e começou a desenhar, essa era minha atividade favorita, ele desenhava e eu tentava acertar, eu era muito bom, sempre acertava o desenho, infelizmente ele nunca reconhecia, mas sim eu sempre acertava. Ele usou o mesmo papel que escreveu aquela mensagem hoje mais cedo, eu disse sobre o desenho: "É um folheto" no final percebi que é um bilhete, viu que eu sempre acerto? Enfim ele deixou escrito: "R. JH Dimas, número 32 sexta 18:00" e depois foi dormir.
Na quarta e quinta subjacente a esse evento de recordações Breno manteve a rotina, mais um dia acordando cedo, ouvindo ao acordar Ana Julia contar as novas notícias, depois ia pro trabalho, trabalhava, volta para almoçar em casa depois volta quase atrasado no pós almoço, depois ele trabalha, come o bolo com cafezinho preparado pela secretaria, porém na quinta-feira ele se esqueceu de levar a minha planta cheirosa pra casa.
Na sexta-feira, ele acordou atrasado a ponto de ter perdido o inicio das notícias [juro que tentei acordá-lo mas, ele não meu ouviu] por conta do atraso ficamos sem a notícia semanal. Ao chegar no trabalho ele se dirigiu para a sala de TI e disse: "Bom dia Marcos, meu amigo" eles conversaram com a completa forma de duas pessoas que se conheceram a dois dias! Depois eles disseram que se encontrariam de noite, não entendi por que mas ele disse
Agora estamos eu, ele e você aqui nesse ponto, são 17:45, Breno está se preparando para saindo da TermiBook e indo para aquele lugar que estava anotado em mim [mais uma vez salvei a vida social de Breno, agradeçam] e aqui eu já compreendo todas as peças, estamos de frente a um barracão com uma entrada bonita escrita "Time IA programming" nesse momento todas as peças se encaixaram, aquilo era um endereço de um evento que seria sexta as 18:00, só tenho uma dúvida, "onde Marcos entra nisso? Por que encontro marcado com ele?"
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Perfeição em palavra
Ficção CientíficaNa grande cidade de Lakamayara mora Isaac dono da maior editora de livros da região. Isaac contrata o programador Marcos que é capaz de criar uma inteligência artificial responsável por textos extremamente perfeitos em sua forma, colocando em xeque...