Fight!

Cadê a vida social?

Eu percebi que minha vida estava um pouco complicada, assim que cheguei no tal templo que meu pai havia me mandado. Por medo de que eu fugisse e fosse para outro lugar, ele e minha mãe vieram junto comigo, para me deixar na porta do maldito templo. Eu estava um pouco empolgado, até, levei algumas roupas legais para tirar algumas fotos conceituais e alimentar meus seguidores no Instagram; assim como levei minha câmera fotográfica nova — aquela que comprei só para trazer para o templo, para registrar alguma coisa de legal que tivesse por aqui —; comprei mais dois carregadores novos, sei lá, por garantia de que algum poderia estragar; comprei novos óculos escuros, chapéu para fazer trilha, uma yellow boot nova a até algumas roupas de frio, como garantia de que eu ficaria bem confortável ali. O resto eu já tinha em casa, então era o de menos, só precisava incrementar momentos novos nas minhas fotografias, e fingir para meus seguidores que eu estava lindo e pleno num local totalmente sofisticado como o Templo Zhi.

Só que não.

Assim que desci do carro e bati o olho na fachada do lugar, eu broxei total — figurativamente falando, claro. Mas porra, o que tanto imaginei que fosse o maldito templo, eu quase voltei para dentro do carro e pedi para que voltasse por onde viemos.

Desacreditado, eu abaixei meus óculos escuros e fitei a entrada do lugar. Um arco de madeira bem estranho, de vermelho desbotado e desenhos em verde, estava bem à minha frente, escrito numa caligrafia bem zoada "Templo Zhi".

— Mas que porra? — Soltei sem pensar, já recebendo um olhar reprovador do meu pai.

— Jungkook, não comece demonstrando maus modos. Comporte-se e não diga palavrões em frente às pessoas, por favor! — Disse num tom duro, antes de suspirar e ir bater palmas para chamar alguém.

A droga do lugar não tinha nem campainha... uma droga de campainha, velho.

— Ah, desculpa — resmunguei, revirando os olhos.

Fiquei tentado a explorar aquilo que chamavam de templo. Por ser tão velho, parecia que tinha algo de muito interessante por trás daquela fachada horrorosa de madeira. Sei lá, sempre gostei de histórias de templos antigos e descobertas significativas. Pensei até em múmias. Caramba, seria demais se eu procurasse algo ali e encontrasse uma múmia antiga, valiosíssima. Vai que né, estou na China, nada é impossível.

Dei de ombros com meus próprios pensamentos e continuei encarando o lugar, observando cada ponto e procurando saber por onde que eu iria começar minhas escavações — não me julguem, um mês de tédio nesse lugar vai me custar alguns pontos da minha sã consciência.

— Não vem ninguém, vamos embora? — Chamei.

— Vem sim, tem um rapaz chegando. — Minha mãe falou baixo, esticando o pescoço para encarar o lugar.

Eu também fiquei curioso, confesso, mas preferi ficar quieto e esperar que tudo acontecesse à sua maneira, para não dar o gostinho ao meu pai, demonstrando que eu fiquei curioso com o lugar.

— Pois não? — A voz de um beta soou no local. Eu o achei bem estranho e fiquei literalmente assustado com o semblante do jovem.

— Eu sou o Jeon Dongsun e vim trazer meu filho. Já liguei e avisei que viria. Meu filho é o Jeon Jungkook.

— Ah sim — o menino destrancou o cadeado e tirou a corrente que prendia o portão. — Entrem.

— Com licença — meu pai, todo educado fez as honras de entrar primeiro. Eu e minha mãe o seguimos, sem dizermos uma palavra sequer.

O rapaz voltou a trancar o portão e veio para cumprimentar meu pai de forma mais adequada.

— Meu nome é Choi Minho, sejam bem-vindos ao templo Zhi.