Capítulo 1

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Rafaela é uma jovem de 23 anos que vive sozinha em um apartamento, sempre educada e simpática com os vizinhos, não se podia imaginar que ela possui uma vida secreta. É herdeira de uma família milionária, não precisaria trilhar por esses caminhos sombrios, mas esse é o seu talento o seu instinto, isso a chama.

Sangrenta é seu codinome, não se sabe se é por seus cabelos vermelhos que lembram sangue ou por que quando age deixa sempre uma marca com sangue em suas vítimas.

Admirada pelos homens nas baladas, ela ainda não está preparada para se envolver com alguém e evita relações, tem medo de sua "profissão" colocar as pessoas que são próximas a ela em perigo.

— Olha aqui estão as fotos, quero o pagamento!

— Mas já pequena flor? — diz Visão o cafetão do crime.

— Sim.

— Cuidado pra não sujar as notas com sangue Sangrenta — fala com um tom de sarcasmo entregando o dinheiro.

Rafaela dá uma risada.

Estarei esperando o próximo caso Visão.

— Tudo bem! Mas sabe que só prefiro lhe colocar em casos especiais, minha melhor funcionária não deve entrar em qualquer caso — Visão fala levantando da cadeira, levando Rafaela até a porta de saída do seu escritório.

Visão possui vários escritórios por toda a cidade, mas o que ele mais gosta é esse com vista enorme para a metrópole, os outros estão ocupados por seus comparsas.

Está no fim da tarde de sábado e Rafaela vai para casa. Ela já está pensando no fim de semana com sua mãe. No táxi Rafaela começa a trocar mensagens com ela, combinam o horário que vai chegar para as programações, um domingo de mãe e filha.

+++

No domingo de manhã Rafaela acorda assustada, teve um pesadelo -seu coração está disparado- algumas vítimas voltam do além para atormenta-la à noite em seus sonhos.

Mas ela logo se acalma. Rafaela já teve alguns pesadelos que às deixou preocupada e de consciência pesada. Ela se pergunta "será que não estou matando pessoas inocentes? Será que os motivos do Visão para matar essas pessoas são os motivos corretos?" Ela não costuma saber o porquê ira ceifar a vida dessas pessoas, apenas executa as ordens.

Ela não é uma assassina com coração de gelo.

Na casa da sua mãe ela busca um pouco de calma, espera livrar-se do peso em suas costas.

O táxi deixa Rafaela na porta da casa da sua mãe, uma mansão em um condomínio fechado na área nobre da cidade.

— Minha filha, quanto tempo... — diz sua mãe lhe abraçando.

— Que saudade mãe — diz Rafaela com os olhos cheios de água.

As vezes Rafaela parece ter dupla personalidade. Como uma moça pode matar pessoas a queima roupa sem hesitar, e em outros momentos se mostra uma pessoa que tem sentimentos que em partes se arrepende dos seus atos horríveis?

— Vamos para a sala meu bem — fala Valentina, mãe de Rafaela.

— Como a senhora está mamãe? — fala Rafaela acariciando o rosto de sua mãe.

— Ah, eu estou bem minha filha. Mas parece que você não está nada bem, está pálida, precisa pegar um solzinho, vamos fazer uma viajem à praia filha?

— Não mãe estou bem assim.

— Você está diferente! Sou sua mãe te conheço, meu sensor nunca falha, o que está te abatendo?

— Nada mãe estou bem...

— Esse orgulho, tem que contar as coisas para a mamãe, se seu pai estivesse aqui tenho certeza que você iria falar pra ele, ele sempre fazia você falar.

— Sinto saudade dele — fala Rafaela e depois olha para a grande foto da família que está à sua esquerda na parede principal da sala.

— Não é só você filha! — afirma Valentina.

O dia de mãe e filha passa num piscar de olhos, já no fim da tarde quando Rafaela vai para casa, Valentina pergunta:

— Rafaela porque você não vem morar aqui comigo? Eu estou tão sozinha!

— Não mãe, estou bem lá no meu apartamento, venho lhe visitar mais vezes! E também lá é mais perto do meu emprego.

— Hum, você nunca me falou sobre seu emprego, só sei que tem a ver com segurança.

— É complicado de explicar mãe, não dá para falar agora o táxi já está esperando.

— Tudo bem filha, volte mais vezes.

Valentina dá um abraço na sua filha.

Rafaela entra no táxi abaixa o vidro e acena para sua mãe.

Jovem Assassina - Ela é humana, também tem sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora