• Capítulo 4 •

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Acordar cedo é sempre uma droga, mas quando você levanta cedo - extremamente cedo, no meu caso - para se encontrar com uma pessoa especial, o ato de "acordar cedo" se torna algo trivial, irrelevante; como se fizesse parte da sua rotina

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Acordar cedo é sempre uma droga, mas quando você levanta cedo - extremamente cedo, no meu caso - para se encontrar com uma pessoa especial, o ato de "acordar cedo" se torna algo trivial, irrelevante; como se fizesse parte da sua rotina. Te deixa até feliz e disposto, afinal, você vai passar mais tempo do dia com essa pessoa. Foi com esse pensamento que eu caminhei até a praia às 05h45m para me encontrar com os meus amigos.

A praia, normalmente cheia e barulhenta, está vazia e, até certo ponto, silenciosa. As gargalhadas extravagantes de Ana quebravam a paz que se instalava vagarosamente em meu peito, dando espaço para a inquietação; é o certo dizer que sua risada é… completamente estranha. Ora imitava um porco, ora parecia estar em uma convulsão silenciosa; ela batia palma enquanto entortava todo o seu corpo - uma cena difícil aos olhos.

Vou me lembrar de avisá-la para não rir perto de outras pessoas.

Meus companheiros estavam amontoados em um tapete de praia florido, conversando e sorrindo , apontando para o céu e a terra aleatoriamente. Adriam parecia ser o único totalmente alheio ao falatório ao seu redor. Qualquer um que olhasse para Adriam nesse momento teria a certeza de que sua alma havia escapado de seu corpo - pelo menos é o que sua expressão indica.

A cada passo que dava, mais meu peito se apertava e um estranho sentimento de inquietação tomava meu corpo.

Os olhos de Adriam - normalmente frios ou inexpressivos - pareciam tristes no momento. Ele se manteve quieto e com o olhar fitando sua frente mesmo quando me aproximei dele.

― Pensei que não viria mais, bonitão. - Ana brincou.

― Eu planejava não vir mesmo. - respondi, dando de ombros

Com uma de suas sobrancelhas arqueadas, Ana riu brevemente - ela sabia que não era verdade. E não era mesmo. Eu faria qualquer coisa se isso significasse que eu pudesse ficar junto de Adriam.

Como se tivesse saído de um transe profundo, Adriam pousou seus olhos bicolores em mim e abriu um pequeno sorriso.

― Oi, Felipe. - falou, seu tom de voz morno.

Com o coração aquecido, me sentei ao lado dele e passei um de meus braços por seu ombro. Seu corpo tensionou.

― O que você tá fazendo?

― Você não gosta? - o questionei.

A pele pálida de seu rosto logo se tornou vermelha e seus olhos bicolores evitaram contato com os meus.

― Não é isso… - ele pausou por um instante, mas logo continuou: ― É que suas ações são repentinas, tipo… do nada você faz coisas como essas.

― Entendo… então você gosta?

Falar isso fez com que todo o sangue do seu corpo subisse para seu rosto, seus olhos arregalados quase zarpavam da órbita.

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⏰ Última atualização: Aug 29, 2020 ⏰

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