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🌻Brunna Gonçalves🌻

Seco minhas mãos em um pano de prato ao ouvir Jasmine resmungar no berço e vou para a sala, me aproximo do cercadinho que ficava localizado na sala. Mordo meu lábio tentando conter um sorriso ao ver Jasmine levantando a cabeça tendo seus cabelos ralos bagunçados e o rosto amassado.

- Oi querida. - murmuro chamando sua atenção e ela abre um sorriso sonolento ao me ver - Acordou agora? - pergunto e Jasmine balbucia alguns a's me fazendo sorrir - A mamãe está preparando o jantar, já está tudo arrumado, só preciso terminar algumas coisas. - explico e Jasmine sorri como se tivesse me entendido - Quer vir comigo? - pergunto e ela faz um pequeno bico que ela fazia ao pedir colo - Oh meu Deus mamãe, eu quero ficar com você. - me abaixo para pegar no colo e ela sorri assim que está posicionada no meu colo.

O rádio da cozinha estava ligado e eu podia ouvir uma música tocada no ukulele. Sorrio indo para a cozinha com os olhos vidrados em Jasmine e a balanço no ritmo da música.

- Você é a razão da minha felicidade. - canto a fazendo sorrir - Não vá dizer que eu não sou a sua cara metade. - enrugo meu nariz arrancando uma risada de Jasmine - Você gosta de quando a mamãe canta para você, não é? - pergunto indo até os armários para pegar um prato para que eu possa comer aquela deliciosa macarronada que eu havia feito - Uh, eu sei que você gosta. - sorrio para Jasmine.

Coloco uma boa quantidade de macarrão no prato ainda com Jasmine no colo, vou para a sala com os dois em mãos, me sento no espaçoso sofá, apoio o prato no braço grosso do sofá e arrumo Jasmine em meus braços.

- Uh, meu jantar vai ter que esperar. - brinco com ela enquanto colocava meu seio para fora e rapidamente Jasmine leva sua boca até o mesmo sugando-o rapidamente.

Como de costume, seus olhinhos castanhos ficam fixados em meu rosto. Suspiro apaixonada por minha filha e sinto meus olhos marejar por tamanho amor que eu sentia naquele momento.

- A mamãe te ama muito sabia? - murmuro para que ela ouça e então ela sorri fazendo o leite escorrer pela lateral da sua boca mas logo volta a sugar rapidamente - Ei, calma ou você vai se engasgar. - junto minhas sobrancelhas a olhando.

Jasmine agora estava séria me olhando. De certa forma como esperado, Jasmine lembrava seu pai. O castanho claro em seus olhos eram idêntico aos castanhos dos olhos de Felipe.

Felipe e eu havíamos namorado por alguns meses, mesmo depois de juras de amor eterno, quando descobriu eu estava grávida, ele simplesmente disse que não estava preparado para ser pai e simplesmente sumiu do mapa me deixando sem apoio algum.

Jasmine solta meu peito vários minutos depois, sorrio antes de me levantar para a fazer arrotar e depois de ouvir um baixo arroto, a coloco no sofá ao meu lado de barriga para baixo e coloco com alguns brinquedos a sua frente. Coloco algumas almofadas ao seu lado para que não tenha perigo dela cair do sofá, mesmo ele sendo retrátil e estava aberto.

Jasmine tinha sua cabeça erguida mas meio cambaleante. Eu sabia que ela iria conseguir erguer a cabeça com mais firmeza no final dos três meses e a forma que eu estava fazendo servia para a estimular.

Como o mais rápido o possível o macarrão e deixo o prato de lado para então ajoelhar no chão, apoiar o corpo no estofado do sofá e começar a brincar com os chocalhos atraindo a atenção de Jasmine.

Ela resmunga tentando se virar e a ajudo, ela fica de barriga para cima e o rosto virado em minha direção, Jasmine sorri e eu entrego o chocalho colorido para ela, no mesmo instante ela o leva na boca com os olhinhos fixados em mim.

Fico observando Jasmine e então uma enorme dúvida me atinge; será que eu estava cuidando bem dela?

[...]

🌺Ludmilla Oliveira🌺

Encosto minha cabeça na poltrona nada confortável da minha sala e então fico encarando o teto que tinha alguns adesivos de animais. Aperto meus olhos e então me levanto sentindo meu corpo cansado.

- Eu preciso ir para casa. - murmuro vendo que precisava ir ver como os bebês das encubadoras estavam antes de trocar de turno com a Doutora Hernandez.

Afundo as mãos em meu cabelo e então o jogo para o lado antes de sair da minha sala e passar por diversos corredores até que ouço uma voz infantil chamando o meu nome me obrigando a parar de andar.

- Tia Ludmilla. - me chama novamente e vou até uma porta, coloco minha cabeça para dentro do quarto e vejo Erica com um enorme sorriso.

- Oi princesa, onde está os seus pais? - franzo o cenho adentrando o quarto e ela se senta na cama.

- Meu pai foi comer algo. - da de ombros e então me aproximo da cama.

- Está sentindo algo? - me aproximo dela sabendo que ela estava com intoxicação alimentar.

- Uh, não. - nega com a cabeça - Eu queria perguntar quando eu vou receber alta. - faz careta.

- Bom, provavelmente você vai receber alta ainda hoje. - toco seu cabelo encaracolado e ela sorri - Você só vai precisar os remédios que estão na receita nas horas certas. - sorrio.

- O papai disse que vai me levar para comer pizza depois que eu melhorar. - diz animada e abro a boca demonstrando surpresa.

- Wow, sério? Isso é muito legal! - vejo seus olhos verdes brilharem e então ela afirma com a cabeça - Não coma muito, está bem? Se não você pode passar mal como eu aquela vez. - falo lembrando da pequena história de quando eu comi demais e acabei passando mal.

- Entendido, Tia Ludmilla. - sorrio e acaricio sua bochecha.

- Agora eu preciso ir, tenho que ver alguns bebês.

- Tem bebês aqui? - franzi o cenho e eu afirmo com a cabeça arrumando o estetoscópio em meu pescoço.

- Eles ficam dentro de uma caixinha porque nasceram muito novinhos.- explico e coloco as mãos dentro do meu jaleco.

- Wow, posso ver? - pergunta animada me fazendo rir.

- Eu acho que você não pode entrar lá. - estreito meus olhos e me inclino em sua direção - Quem sabe quando você se tornar uma médica, você não poderá entrar lá para ver os bebês? - sugiro ao me lembrar que ela havia dito mais cedo que queria ser uma médica como eu.

- E se quando eu crescer, não ter mais bebês dentro das caixas?

- Então você vai cuidar daqueles que estão na maternidade e de criança da sua idade... Vamos fazer um trato? Quando você crescer e se tornar médica, eu te levo para ver os bebês. - Levanto minha mão.

- Sim! - bate sua mão na minha e então eu sorrio - Vai lá cuidar dos bebês na caixa, tia Ludmilla.

- Se cuida, viu? - Erica afirma com a cabeça e então eu vou para fora do quarto voltando a caminhar pelos corredores.

A maioria dos meus pacientes que já tinham idade para falar me chamavam de tia Ludmilla. Eu gostava de quando eles me chamavam assim pois quando me chamavam de tia, eles pareciam ter mais confiança em mim do que me chamando de Doutora Ludmilla.

Passei a aderir esse apelido com meus pequenos pacientes depois que eu percebi a confiança era tanta que esse apelido passava quando uma garotinha de quatro anos que estranhamente havia parado de falar do nada me contou o que havia acontecido. Foi algo grave, a ponto da polícia ser envolvida.

Adorável Jasmine ✔ 🐝Onde histórias criam vida. Descubra agora