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🌻Brunna Gonçalves🌻

- No que você trabalha? - Pergunta Ludmilla com um pedaço de bolo entre seus dedos e uma xícara de café na outra.

- Dou aula de violão. - sorrio a observando com atenção.

- É no Imporium art, estou certa? Acho que já te vi algumas vezes nessa galeria.

- Acertou em cheio. - afirmo com a cabeça.

- Você tem cara de quem também canta. - estreita os olhos para me olhar e eu me sinto intimidada por esse gesto.

- Eu me arrisco a cantar algumas vezes. - confesso arrancando uma risada fraca de Ludmilla que ia para o segundo pedaço de bolo - Jasmine ama quando eu canto para ela, os olhinhos dela até brilham.

- Imagino, você deve ter uma voz linda. - pega a garrafa de café e coloca mais um pouco em sua xícara - Brunna, eu tenho que dizer; seu bolo e esse café estão maravilhosos.

- Poxa, obrigada. Depois de anos eu aprendi a fazer um bolo bom. - comento arrancando uma risada fraca da médica.

- E como tem sido sua adaptação e a da Jasmine? - pergunta com os olhos fixos em meu rosto.

- Jas está indo bem mas eu... Me sinto a mãe mais burra desse país. - faço careta e então Ludmilla suspira.

- Ao menos tem um lado bom você está pegando o jeito. - diz com humor e eu afirmo com a cabeça - Eu posso te ajudar em algumas dúvidas... E por favor, não incremente nada na alimentação dela sem me perguntar, você tem meu número e isso irá facilitar nosso contato. - pede e eu sinto meu rosto queimar como nunca antes.

- Uh, certo. - afirmo com a cabeça.

- Você é paulistana ou mineira? Estou reconhecendo o seu sotaque mas não consigo identificar da onde é. - tomba a cabeça para o lado ao ver que eu estava envergonhada.

- Sou mineira. - sorrio - Mas eu cresci aqui em São Paulo... Minha mãe é mineira então acabei pegando um pouco do sotaque dela.

- Ai está! É por isso que eu fiquei confusa. - diz risonha e então da um gole no café.

- Você tem cara de ser sulista, estou certa? - Ludmilla faz careta e nega com a cabeça.

- Credo mulher, assim você me ofende. - diz em uma entonação divertida e me arranca uma risada - Sou carioca.

- Oh menos mal. - murmuro a fazendo rir.

- Eu me mudei para São Paulo depois que eu consegui entrar na USP. - da uma enorme mordida no bolo e então eu sorrio.

- Wow, parabéns atrasado... Bem atrasado. - falo fazendo Ludmilla rir - Eu sempre morei aqui mas acabei me mudando para esse apartamento quando entrei na FECAP, onde meus pais moravam era muito trânsito ou eram muitos metrôs e ônibus para serem pegos. - entorto a boca.

- Você estudou música? - pergunta interessada e eu afirmo com a cabeça - Quais instrumentos você toca? - apoia os cotovelos no balcão.

- Violão, ukulele, guitarra, baixo e vários instrumentos que tem corda. Também me arrisco no teclado e piano. - sorrio ao ver a expressão de surpresa de Ludmilla.

- Meu sonho de infância era aprender a tocar violão. - passa a ponta da língua sobre seus lábios - Quando eu tinha dez anos meu pai me deu um violão... Cinco meses depois o bolão estava sendo usado como apoio para os livros que eu lia. - diz risonha e eu tombo a cabeça para o lado.

- Eu posso te ensinar umas notas. - sugiro - Quando eu ter uma folga posso tentar te ensinar.

- Oh não, eu aprendi que música não é para mim. - mexe as sobrancelhas - Céus, já está amanhecendo. - seus olhos vão para a janela que ficava perto da pia da cozinha e eles se arregalam brevemente.

Adorável Jasmine ✔ 🐝Onde histórias criam vida. Descubra agora