capítulo 12

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Alguns minutos depois de todo o ocorrido, algumas pessoas começaram a chegar no local, fazendo um círculo em volta, como se fossem urubus em cima da carniça, bando de fofoqueiros infelizes, pois na hora que o Chris precisou, nenhum se pôs a frente para o ajudar.

- por favor, dêem licença, o rapaz precisa respirar, se afastem, não vou pedir de novo.

Disse minha mãe, tentando afastar as pessoas.

" O que houve?" " O que aconteceu?" " Nossa, coitado"

Ouço pessoas comentando, e logo sinto minha cabeça latejar de dor. A essa altura do campeonato nem minhas mãos estou sentindo mais, sentada aqui neste chão gélido. Após 15 minutos depois da minha ligação para o SAMU, os mesmos chegaram com a sirene ligada, acompanhados por uma viatura da polícia afastando todos os curiosos.

- preciso que a senhorita se afaste.

A paramédica diz com a voz calma e educada, me ajudando a levantar, enquanto os outros médicos colocam o Chris na maca com todos os cuidados necessários.

- você o conhece? Sabe o que aconteceu ou quem fez isso com ele?

Um dos policiais se aproxima me interrogando.

- Sim eu o conheço... Quando cheguei havia três homens altos, espancando ele...e...

Sinto as lágrimas ameaçando a cair, e minha mãe vem para o meu lado me dando um abraço apertado.

- certo, precisaremos que você nos dê um depoimento, sabe se mais alguém testemunhou?

- Claro, provavelmente alguém mais deve ter visto, mas são um bando de covardes e fofoqueiros que não fizeram nada para impedir.

Digo em alto e bom som para que todos possam ouvir. O Chris já estava dentro da ambulância sendo totalmente amparado.

- mãe eu vou com ele, depois eu dou um jeito e passo na delegacia.

Antes mesmo que eles pudessem responder, eu já estava sentada ao lado do Chris enquanto segurava sua mão.

- vai ficar tudo bem...

- obrigado por está aqui Eva...

O mesmo diz e eu apenas sorrio, não havia pegado nada, minha bolsa e meu celular estava no banco da frente do carro. Alguns minutos depois, demos entrada no hospital, onde Chris foi levado para fazer alguns exames, tais como raio x, tomografia entre outros. Enquanto ajudava a moça da recepção a preencher os dados do Chris, vejo mamãe passar pela porta de entrada do hospital vindo ao meu encontro.

- então, como ele está?

- não sei aínda, levaram ele para fazer exames, mas espero que aquele idiota esteja bem, se não eu mesma o mato.

Digo sentindo um turbilhão de sentimentos dentro de mim, estava com raiva e ao mesmo tempo com muito medo misturado com tristeza e preocupação. Quando olho para a moça da recepção ela está pálida e com os olhos arregalados, provavelmente pelo que falei.

- ela está brincando...

Ouço minha mãe dizer com uma risada sem graça. Logo nos sentamos em frente ao quarto onde o Christoffer está com o médico, a espera de qualquer resposta ou notícia. 

                                [•••]

Dois anos atrás.

Estávamos todos reunidos no jardim da casa da Sana, para comemorarmos o fim de seu jejum devido a sua religião. Tudo estava as mil maravilhas, posso dizer que estava na minha melhor "fase", praticamente tudo que tentava fazer, ocorria bem. Tinha minhas amigas sempre junto comigo e também a pessoa que eu gostava, e que eu pensava que também gostava de mim; o Chris estava um amor comigo, estávamos nos conhecendo antes de tentarmos algo mais sério, até por que eu tinha medo, por já conhecer a sua fama de fuckboy.

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