capítulo 14

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Sebastian 

Anos atrás...

Após uma péssima noite de sono, com minha irmã passando mal, finalmente consegui dormir um pouco, já que teria aula após algumas horas. Acabei acordando um pouco  atrasado e possivelmente perderia o ônibus. Me arrumei apressadamente e corri por dois quarteirões até chegar no ponto, onde havia uma garota de cabelos brilhantes e ruivos, que roubará meu coração no mesmo instante em que a vi ali sentada.

– Oii, tudo bem? — disse já me aproximando, e a mesma sorriu para me responder.

– Ah, oii, bem e você? — retrucou com tamanha simpatia que nunca vi antes.

– Estou bem... Você sabe se o ônibus já passou? É que acordei um pouco atrasado hoje. — dou uma risada em seguida.

– Olha, você não está sozinho, também acordei atrasada e assim que estava chegando o ônibus passou. — a ouço dizer e a olho.

–Ah sim, você estuda no colégio daqui? Acho que nunca te vi por lá.— digo por fim, estava bastante curioso para saber de onde ela é, e por que nunca a vi por aqui antes.

– É, eu estudo no mesmo colégio que você. — ela retruca e acrescenta em seguida. — Inclusive já te vi diversas vezes, o popularzinho do colégio.

Ser capitão do time de lacrosse tem lá suas vantagens, mas também as desvantagens, vivo cercado de pessoas hipócritas que andam comigo apenas para ter fama ou também para me fazer convencer o treinador de colocar alguém no time.

– Não sou popular, apenas sou o capitão do time. Você está em que série? — pergunto curioso novamente.

– ”Popular” do mesmo jeito.— ela diz fazendo aspas com os dedos. — estou no 1°.

Eu já estava no meu último ano, e talvez seja por isso que nunca tivemos nenhum contato. Após esse dia, não nos desgrudamos mais, em todo lugar que eu ia levava ela comigo e visse e versa. Ela se tornou tudo para mim, se dava super bem com a minha irmã e com meus pais. Logo tive a atitude de pedir para ficarmos e ela aceitou. Então sempre que estávamos juntos, nunca conseguíamos nós controlar, era sempre beijo para todos os lados, rolava uma mão boba mas nunca passamos disso.
Mas toda a situação mudou assim que o Jonas apareceu e estragou tudo. A Eva se afastou, ficávamos juntos de vez em quando, quase nunca, nem sair  juntos, saíamos mais, era sempre o bendito Jonas. Quando Sofia morreu ela se fez presente e deixou o monocelha de lado, para me dar todo o consolo possível. Igualmente eu fiz quando seus pais se separaram. Eu até tentei a esquecer, era capitão do time, conseguia mulheres fácil, fácil em um simples estalar de dedos. Na minha cabeça era totalmente fácil, mas na prática nenhuma era como ela. Nunca pensei que gostaria de alguém na vida, mas naquele dia no ponto de ônibus, ela por algum motivo apareceu para me mostrar que eu estava errado.

Nós dias de hoje...

Assim que a Eva me ligou pedindo para que a buscasse naquele hospital não pensei duas vezes e lá estava eu. Sua aparência estava um pouco fragilizada, já havia percebido que sua voz não estava normal durante a ligação, parecia ter chorado por um bom tempo ou talvez fosse apenas o frio, mas mesmo assim achei melhor não perguntar nada a respeito por enquanto. Logo estávamos em minha casa e sua fisionomia já havia mudado, estava mais calma, exatamente igual a Eva de sempre pela qual me apaixonei de primeira. Então achei o momento ideal para perguntar o que estava acontecendo. Fiquei um pouco pasmo com o que ela contou. Sinceramente para mim esse tal de Christoffer não passa de uma criança querendo brincar de ter um relacionamento, será que ele não percebe o quão atraente essa mulher é?! Que ele pode a perder para sempre em um simples piscar de olhos?! Acabo por tomar a iniciativa de me declarar para Eva, como nunca havia feito antes, durante nosso tempo "juntos" me lembro de ter a pedido em namoro algumas vezes, mas acho que ela sempre levou na brincadeira, mas hoje em dia, com toda a maturidade que temos, sei que ela é bem ciente das minhas intenções, até por que já deixei bem claro, que o que eu sinto por ela é real. Sentir sua boca na minha novamente após anos me trouxe um misto de emoções. Sempre fui louco por essa mulher, mas acredito que o sentimento não é recíproco. Mas por que não tentar?! Porque não desistir?!
Dizem que persistência é a chave para o sucesso, espero muito que eu consiga dessa vez, e não pretendo desistir.

– Boa noite linda!

Disse após deixar um beijo suave em seus lábios, assim que a mesma já estava deitada em minha cama, e sai a deixando descansar. Caminhei para o banheiro onde tomei um banho rápido e quente, vestindo apenas uma calça de moletom em seguida. Logo deitei me na cama do quarto de hóspedes que ficava ao lado onde minha donzela descansava e logo adormeci. 

"por favor Sebastian, não me deixe partir, me ajuda por favor, eu não quero morrer" – disse minha irmã Sofia aos prantos.

" Você vai sair dessa irmã, você é forte e eu sei disso... Para de dizer que vai morrer, por favor." – respondi entre soluços ,como doía ver minha irmã assim. Logo os médicos vieram e a tiraram de mim.

"Não, não, não a levem" – gritei mas nenhum deles me ouviu.

Sinto mãos pequenas e frias em contato com minha pele quente e suada, me balançando para que eu pudesse acordar.

– o que houve? Cadê a Sofia??

Perguntei com a voz rouca assim que abri os olhos, totalmente desnorteado.

– shhh... Calma, vai ficar tudo bem, foi apenas um pesadelo

Disse Eva se aconchegando ao meu lado para me acalmar.

– eu estou aqui com você.

Ela sorri afastando assim todos os meus demônios enquanto tirava meus fios de cabelos suados da minha testa com delicadeza. Em um impulso a puxei para cima de mim, e a beijei com fervor e bastante vontade o qual a mesma retribuiu da mesma forma, enquanto passeava com suas mãos por meu peitoral nú.

– você é tão linda Eva!

Disse entre o beijo com tamanha sinceridade, sinto seus movimentos com o quadril sobre o meu membro para o qual a mesma se insinuava.

– você quer mesmo fazer isso?

Digo soltando um gemido entre dentes totalmente abafado.

– não faça perguntas senhor Jones. Apenas aproveite

Sussurrou em meu ouvido, dando uma leve mordiscada em meu lóbulo, o que me faz arrepiar instantâneamente. E logo foi descendo com uma trilha de beijos por todo meu abdômen parando no cós de elástico da minha calça, com um sorriso travesso no rosto enquanto me olhava.

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