Sempre estava o mesmo clima de tristeza no ar toda vez que eu ia visitar o túmulo da minha mãe. Nesse ano resolvi vir um tempo antes que a morte dela e o dia do meu aniversário. Havia comprado umas flores no caminho e já estava de frente para o seu túmulo. Não importava quantas vezes viria até aqui eu sempre iria chorar pela sua morte.
Enxuguei uma lágrima que caia pela minha bochecha e me abaixei colocando as flores na frente da lápide e depois me sentei no chão de frente para o mesmo pensando um pouco.
-Eu pedi que eu não me sentisse sozinho.-Comecei a falar olhando para os lados olhando para as árvores que tinha em volta, o vento batia nas mesmas fazendo algumas folhas voarem.-Mais eu ainda me sinto sozinho. Mesmo com o Ae. Eu queria que alguém pudesse chegar e preencher esse vazio que a Sra. me deixou.-Começo a chorar e apoio minha cabeça nas minhas mãos tapando os meus olhos.-Eu não quero me sentir sozinho...
-Oi...-Me assustei ouvindo uma voz vindo do meu lado. No mesmo instante olhei para o meu lado e vi aquele garoto sentado do meu lado, como sempre com um sorriso, como ele conseguia ficar desse jeito. Mesmo estranhando o achava fofo.-Me desculpa. Eu não queria te assustar.-Enxuguei o mais rápido as minhas lágrima com as palmas das mãos e com a minha camisa, que era de manga longa
-Não se preocupa. Você não me assustou.-Depois de ter terminado de ter enxugado as lágrimas voltei a olhar para a frente e coloquei minhas mãos no meio das minhas pernas. Sentia que minhas bochechas estavam vermelhas pelo choro.
-Era a sua mãe?-Ele perguntou apontando para a lápide.
-Era.-Senti a vontade de chorar voltar novamente.
-Eu sempre te vi aqui. Desde 2015.-O mesmo começa a falar e se aproxima um pouco mais do meu lado.
-Eu também te vía. Por que você sempre esta sorrindo? Você nunca se sente triste por ter enterrado alguém que você amasse?-Perguntei o olhando sério, por curiosidade. Mais o mesmo não tirou o sorriso do seu rosto.
-Não podemos ficar preso no passado. Se não nunca teremos um futuro.-Até falando ele era bonito. Apenas continuei o olhando sério mais só que meio impressionado.-Ah! Eu fiz isso para você.-O mesmo disse tirando um papel dobrado do bolso da jaqueta que ele usava.-Achei que você fosse gostar.-Peguei o papel da sua mão e comecei a desdobrar o mesmo. Quando o papel já estava todo aberto eu vi que era um desenho, de mim. Como ele tinha feito isso? Um sorriso apareceu no meu rosto por que eu achei o desenho muito fofo, não por que era um desenho de mim, mais por que estava muito fofo mesmo.-Que bom que você gostou?-Ele disse roubando a minha atenção que voltei meu olhar para ele.
-Gostei sim. Obrigado.-Respondi sorrindo. Era a primeira vez que alguém me dava um desenho.
-Eu tenho que ir agora.-O mesmo diz se levantando com um sorisso no rosto.-Tchau.-Continuei com um sorriso bobo e o vi indo embora, mais logo me toquei que eu não tinha perguntado o seu nome.
-Ei!-Gritei para que o mesmo ouvisse o que fez ele olhar para trás.-Qual seu nome?-Gritei novamente por que ele estava longe já.
-Saifah!-O mesmo grita de volta e volto a sorrir igual o mesmo que acena para mim e depois se vira novamente para ir embora. “Saifah”, então esse era o seu nome.
-Meu jovem.-Um moço apareceu do meu lado me fazendo levar um susto. Me levantei rapidamente e olhei para o mesmo.-Com quem você estava falando?-Olhei para trás e não vi mais o Saifah. Talvez o mesmo tivesse chegado quando ele já estivesse virado para o lado e sumido de vista.
-Com ninguém.-Respondi sem ânimo.
-Nós já estamos fechando.-Balancei a cabeça e então comecei a andar para a saída do cemitério segurando o desenho que o Saifha havia me dado no peito voltando a sorrir feito bobo.
-Ele sabe desenhar bem.-Ae disse segurando o desenho que ele tinha pedido para ver. Estávamos no dormitório, já muito tarde. Tinha chegado quando já estava anoitecendo e o mesmo ainda não estava no dormitório, talvez estivesse treinando no campo, ou treinando na cama do Tutor.-Qual o nome dele?-O mesmo pergunta me devolvendo o desenho.
-Saifah. É o mesmo garoto que eu te disse que eu sempre vejo no cemitério todos os dias que eu vou visitar a minha mãe.-Dobrei o desenho cuidadosamente e guardei no meu caderno.
-Será que ele estava te seguindo? Por que... Hoje não é o dia exato que você sempre o vía quando ia lá. Aliás, o que você foi fazer lá hoje? Não estamos em agosto ainda.
-Eu só fui para matar a saudade. E não acho que ele é do tipo que persegue as pessoas.-Respondi me deitando na cama de peito para cima.
-Bom, do mesmo jeito, fique de olho aberto. Você não o conhece direito e nem eu.-Ele sempre tentava fazer o papel de irmão mais velho e protetor para cima de mim só que ele era menor que eu, mais do mesmo jeito achava aquilo fofo vindo dele.
-Tudo bem seu desconfiado.-Disse sorrindo para o mesmo que também sorria balançando a cabeça. Ae se sentou na sua cama e desligou a luz no interropitor do lado da mesma e depois se deitou.
-Boa noite Zon.-Ele disse enquanto se arrumava na sua cama.
-Boa noite Ae.-Respondi me virando para o lado na cama.-Boa noite Saifah.-Disse baixinho, para que o Ae não ouvisse, com um sorriso no rosto olhando para a janela do quarto.
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In My Dreams - Mii2
RomanceRomance Adolecente bl/Concluída Um garoto que perdeu a mãe no dia do seu aniversário. Um garoto que diz ter perdido o seu irmão. No dia do enterro, no cemitério, os olhares dos dois se cruzam. Um sentimento que até então era estranho para os dois...