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Capítulo 1– Primeiro dia

Acordei no sofá assustada com um barulho da porta de casa. Se fosse um ladrão eu já estaria morta, pois não consegui mover um milímetro sequer do meu corpo para saber o que estava acontecendo.

Senhor Deus! Não permita que eu morra agora usando esse pijama furado!

A porta foi aberta abruptamente e um homem todo vestido de preto adentrou a casa como se morasse ali há anos. Ele jogou duas malas também pretas no chão e me olhou com raiva nos olhos. Ele usava uma touca preta que escondia seus cabelos, mas dava para ver que eles eram castanhos escuros. Seus olhos tinham um tom de cinza inexplicável e sua boca tinha um piercing prata que combinava perfeitamente com o piercing de seu nariz. O homem de preto me olhou com desdém e fechou a porta atrás dele se sentindo em casa. Eu finalmente consegui desgrudar minha bunda do sofá e caminhei até ele com curiosidade.

–Me desculpe, mas quem é você? – Eu tive que perguntar.

–Lorenzo! –ele respondeu curto e grosso com sua voz rouca.

Um silêncio constrangedor ficou no ambiente.

–Legal... e o que você faz na minha casa? – o questionei tentando parecer cama e plena.

–Sua casa? – ele perguntou confuso olhando ao redor.

–Sim!

–Cadê o Cauã?

–Ele está viajando.

–Viajando?

Esse cara tinha algum problema de audição, porque não é possível alguém repetir tudo dessa forma. Fiz uma careta e respondi concordando com a cabeça.

–E você é quem? – o homem perguntou olhando em meus olhos.

–Vênus! – respondi de cabeça erguida.

Ele começou a gargalhar como se tivesse escutado a piada mais engraçada da sua vida, mas como eu permaneci séria ele parou de rir.

–Você tá de sacanagem que esse é seu nome.

–Infelizmente esse é o meu nome!

–Por quê?

–Porque minha mãe gostava muito dos planetas e decidiu me causar um transtorno para o resto da minha vida! Mais alguma pergunta? – tentei manter a calma.

–Humm... e quando o Cauã volta?

–Alguma coisa não está batendo nessa história. Ele teria me dito que um cavalo viria passar uns dias na MINHA CASA!

–Cavalo? Você não viu nada! – ele sorriu de lado.

Minhas bochechas acenderam.

–Aimeudeus! Não! Eu quis dizer pela grosseria... os coices... não por causa do tamanho do seu... apontei na direção de seu zíper– seu sorriso aumentava cada vez que eu tentava me explicar mais. Fechei os olhos, respirei fundo e respondi com um tom de voz sereno – Daqui a 29 dias.

–Porra!

–O que você está fazendo aqui?

–Eu tive uns problemas e Cauã disse que eu poderia passar um tempo na casa dele.

–Que problemas?

–Não é da sua conta!

–Pra quem está na casa dos outros você é bem mal-educado né?

–Você não viu nada princesa!

Lorenzo tirou a jaqueta de couro e a jogou em cima das suas malas espalhadas no chão. Em seguida ele tirou a touca e aquilo me deixou completamente desestabilizada. Aquele homem na minha frente era claramente a definição de gostosura. E como toda mulher ama homem misterioso, ele ficava mais atraente a cada segundo. Ele se aproximou e cruzou os braços fortes. Suspirou e falou com a voz calma.

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