Capítulo 6

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Meu despertador tocou 5:30, porém eu não queria levantar, me remexi na cama até que me levantei, fui tomar banho e depois comecei a me arrumar, quando entrei no quarto de toalha Marcos estava arrumando a cama.

- Bom dia – falei

- Bom dia – ele veio até mim e me abraçou.

- Eu estou melhor  -  comentei

- Hn – foi o que ele respondeu. Então começou a passar a mão no meu pescoço. Senti partes doloridas.

- Fez um bom trabalho – elogiei.
Nos encaramos.

- Perdão – falei.

- Shiu – então ele me beijou – vai se trocar e depois te levo pro trabalho.

- Ok – não sabia como reagir então apenas concordei.
Já no carro continuávamos mudos, até que tentei falar:

- Desculpa por ter pedido isso de você. – pedi

- Esquece – respondeu ele.

- Não dá – retruquei.

- Você não quer falar disso, quer? – perguntou um Marcos sério.

- Não sei...

- Então pronto.

- Só quero que você saiba que eu estava sem juízo e não queria usá-lo daquela forma..

- Eu sei minha linda, esquece, não quero que se preocupe ok?

- Mas você está estranho – reclamei.

- Não estou estranho, estou cansado, é diferente.

- Hn.

Ele riu

- Juro que não te marco mais – falou.
Fiquei envergonhada. A noite tinha sido selvagem, normalmente éramos calmos e intensos, porém ontem tinha sido diferente.

Marcos narrando.

Lis era minha amiga de infância, apesar de eu ser 4 anos mais velho que ela, isso não mudava em nada, nos conhecemos quando ela tinha apenas 10 anos e eu 14, de inicio eu não ligava para ela, mas quando nossas mães pegaram firme na amizade, nós não saímos um da casa do outro.

Na escola ajudava ela sempre que podia, ela sempre foi animada, nunca se deixava abater e apesar da família dela ser humilde, ela nunca ligou para o fato de meus pais serem ricos, ela adorava ler  e todos os livros que eu ganhava dava a ela,  ao contrário dela, meu amor era por matemática.
 
Quando fui para o ensino médio, Lis deu vários chiliques, ela dizia que lá eu iria mudar, de certo modo eu mudei, amadureci e sofri muito, me apaixonei e sofri. Ela não entendia muito disso, mas sempre estava do meu lado e dizia que garotas são complicadas, já que ela mesma era assim.

Quando Lisa entrou no primeiro ano do ensino médio ela já tinha na cabeça que iria ser veterinária, sempre a encorajei, mas foi no último ano quando ela conheceu aquele merda, eu estava no 4 ano da faculdade, estava sempre ocupado e era raramente que nos víamos, ela nunca reclamou, mas eu sentia sua falta. Eu acompanhava os dramas de longe e nas poucas vezes que sai com a turma dela eu brigava com o idiota.

Quando conheci o grupo de Lis achei Samanta e Mítia uns amores, Paulo era legal, confiava nele.  Algumas vezes me enrolei com Mítia, mas por final não deu certo. Por várias vezes rezei para que Paulo e Lisa se apaixona, mas ele era louco por Mítia e no fim, minha melhor amiga continuou se encontrando com o traste. 

Com 16 anos ela estava determinada a perder a virgindade, ela queria conhecer esse “mundo”, surtei com ela e por um mês eu ficava atrás dela como um maníaco. Ela era ainda uma menina, uma menina linda e cheia de curvas, mas uma menina, minha melhor amiga. 

Depois de um mês de surtos ela me infernizou e me manipulou, acabei cedendo e ela poderia perder a virgindade, mas ela me surpreendeu me escolhendo para ser o cara. Surtei novamente e fiquei uma semana sem falar com ela (foi a primeira e única vez que ficamos sem nos falar), até que decidi que antes eu do que qualquer um que poderia machuca-la ou magoá-la. Me preparei psicologicamente e preparei tudo, fiz daquele dia o melhor dia da vida dela, fui romântico e delicado, após uns dias fizemos mais vezes, fiquei com medo que ela dissesse que havia se apaixonado por mim, mas ela era diferente e sabia que havia sido apenas sexo. 

Nos tornamos melhores amigos coloridos.

No quinto ano da faculdade fui fazer intercâmbio e foi então que tudo deu errado, Lis ficou arrasada e chorou por uma semana após minha viagem, sua mãe me ligava todo dia e apesar de eu tentar falar com ela, ela me chamava de traidor. Quando finalmente consegui falar com ela, conversamos por horas via Skyp , ela pediu desculpas, mas falou que só me perdoaria quando eu voltasse. Nas férias de junho eu voltei, mas já era tarde demais, ela tinha ido morar com Andrew, os pais dela não sabiam o que fazer e acabaram largando de mão, eu tentei convencê-la, mas ela era teimosa. Preferi sua amizade e aceitar aquele merda, do que não tê-la mais comigo. 

Passei mais um tempo no exterior por causa da empresa do meu pai, estávamos criando uma sede la e ele queria alguém de confiança para firmar os contratos, isso fez que eu só voltasse nas férias e alguns feriados. Eu me via longe dela, quando ela subiu de cargo e focou mais nos cursos, quase não tínhamos tempo, eram mensagens sobre assuntos aleatórios e quando fazíamos vídeo chamada, ela evitava o seu relacionamento.  Por muitas vezes chorei de raiva, queria o melhor para ela, eu a conhecia do avesso e a amava demais, mas as escolhas era dela, nós tínhamos noção da nossa distância, mas minha fé em nossa amizade era maior.

Agora eu havia voltado e estava tudo mais confuso, mas eu queria ajuda-la, eu queria que ela não sofresse mais. Ela era minha melhor amiga e eu queria o bem dela.

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⏰ Última atualização: Aug 25, 2020 ⏰

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