Capítulo XIV - Cair na real

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– Mas que porra vocês estão fazendo aqui? – Gyllenhaal perguntou enquanto se aproximava.

– Já te falei que viemos em busca da Gal e não sairemos daqui sem alguma notícia a respeito dela. – Respondi enquanto voltava a cavar.

– Mas o que te trouxe aqui a final, Jake? – Tom perguntou.

– Vocês saíram da cidade sem dar nenhuma notícia, e já que eu dei as coordenadas para vocês, imaginei que estariam aqui. – Jake respondeu enquanto procurava algo para ajudar a cavar.

Kath continuou escavando ao meu lado, mas não estávamos encontrando esse celular nunca. Tom e Jake já estavam me estressando mais ainda ao fato de estarem conversando ao invés de ajudando. Nós éramos em quatro, e somente duas pessoas estavam cavando. Estava demorando muito para achar qualquer pista nesse buraco que fizemos.

[...]

Já tinham se passado uns 15 minutos desde a hora que Jake chegou nessa praça e Tom batendo papo com ele durante esses 15 minutos também. Estava nítido em nossas caras que estávamos cansados. Eram 22 horas, e nós não havíamos comido nada, mas felizmente Jake já havia ido embora.

– Esses dois não vão fazer nada? – Kath falou sussurrando em meu ouvido para eles não escutarem.

– Espera mais um tempinho, Kath. Nós vamos conseguir. – Respondi.

Passaram 5 minutos, e notamos que talvez o celular não deveria estar em algum "túnel" reto. Ele poderia estar em caminhos diferentes. Pode estar para direita ou esquerda, para cima ou para baixo.

– Eu já estou ficando cansado por hoje, e estou ficando com fome. – Tom falou em minha direção.

Mal sabia ele que eu já estava estressado o suficiente por estar cavando por meia hora, não achar nada e nesse tempo todo ele estar conversando.

– ENTÃO VOCÊ VEIO PARA FAZER EU PERDER A CABEÇA, NÃO É MESMO, THOMAS? – Gritei enquanto caminhava em passos fortes em direção à Thomas. – QUAL PARTE DE VAMOS FICAR AQUI A NOITE INTEIRA ATÉ ACHAR ALGUMA PISTA, VOCÊ NÃO ENTENDEU?

– Se acalma, Mirko. – Kath falou enquanto me puxava para longe de Thomas.

– ME LARGA, KATHERINE. – Respondi me soltando de seus braços. – ESSE FILHO DA PUTA VEIO PARA FAZER O QUÊ? FICAR BATENDO PAPO ENQUANTO EU E VOCÊ ESTÁVAMOS CAVANDO ESSA PORRA DE BURACO?

– MIRKO, CAI NA REAL! – Thomas gritou de volta. – QUAL O SEU PROBLEMA? JÁ SÃO MAIS DE 22 HORAS. A GAL DESAPARECEU E VOCÊ ESTÁ AQUI ATÉ AGORA! TALVEZ NEM ACHE ALGO A RESPEITO DELA.

– CALA ESSA BOCA ANTES QUE EU TE ARREBENTE.

– ELA PODE ESTAR MORTA-

Não deixei Thomas terminar a frase, pois não queria ouvir o resto. Mas sem nem me dar conta, já tinha enchido um soco no meio de sua bochecha. Me afastei.

– Thomas? Você tá bem? Desculpa. Eu não sei o que foi isso. Eu não queria te machucar-

Thomas se levantou e veio em cheio com um soco em meu nariz. Minha perna amoleceu, e caí. Rapidamente meu nariz começou a sangrar. Thomas já tinha se afastado de mim, e se sentou na grama. A única coisa que tinha para parar o sangramento, estava no porta-malas do carro que estava longe de nossa localização.

– Thomas, vai pegar minha mala dentro do carro. – Kath falou alto para que Thomas escutasse. – Pega as chaves.

– Não vou. – Thomas respondeu.

– Você quer por favor parar com isso e ir buscar a merda da minha mala por bem, ou vai ter que ser por mal? – Kath respondeu com firmeza.

– Eu não vou ajudar ele. – Thomas respondeu com uma voz mais alta. – Olha o que ele fez comigo.

– PARA COM ESSA MERDA. – Kath se levantou e foi para perto de Thomas. – VOCÊ ESTÁ SANGRANDO? NÃO. MAS ELE ESTÁ. ENTÃO, VAI PEGAR A PORRA DA MALA.

Percebi que Thomas olhou em minha direção para ver meu estado, e eu estava com minha camiseta encharcada de sangue. Ele que tinha feito isso, mas eu sabia que ele estava preocupado. Ambos agiram sem pensar.

Tom saiu correndo para buscar a mala de Kath, onde teria algo para me ajudar. Não demorou muito, e ele chegou. Eu já estava sentado em um banco em sua espera.

– Aqui está Katherine. – Tom falou entregando a mala para Kath.

– Mirko, coloca a cabeça para trás. – Kath falou abrindo o zíper onde talvez teria algodões.

– Ora ora, além de juíza, também é médica. – Respondi rindo.

[...]

Demorou uns 5 minutos e o curativo de Kath já estava pronto, mas mesmo assim, voltamos a cavar, e dessa vez Thomas estava junto cavando para a direita.

– Tem alguma coisa aqui. – Falei tentando puxar essa pista.


É o celular da Gal.

Lost | Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora