Capítulo VI - All Star

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Ventos gelados encostavam levemente pelo meu corpo. Rapidamente levantei. Eu deveria ter esquecido alguma janela aberta enquanto jogávamos ontem à noite. Esse vento poderia estar vindo de alguma janela da sala. Caminhei até a sala, e de fato, tinha uma abertura que estava trazendo esse vento congelante para dentro de casa. Quando fui fechar a janela, escutei um pedido de socorro vindo da rua. Era uma voz familiar. Parece muito com a voz de Gal.

Sem hesitar, peguei um moletom, e fui para a porta da sala na intenção de sair e procurar por esse pedido. Quando encostei na maçaneta, tudo começou a girar. Eu estava caindo. Não comia nada desde quando os meninos chegaram ontem à noite. Na hora que percebi já estava no chão. Uma silhueta bizarra e medonha começou a aparecer por trás de mim. Eu não conseguia me mexer. Eu estava paralisado.

– Salve-a. – A figura disse em um tom assustador.

Esta foi sua única fala, e desapareceu logo depois.

Acordei em choque. Não tinha vento gelado algum dentro do meu quarto, nem dentro do meu apartamento. Me acalmei. Era apenas mais um sonho. Ou melhor, pesadelo. Mas quem era essa figura? O que ela queria de mim? Salvar quem? Salvar a Gal? Eu não tenho respostas.

Olhei pro meu telefone e ainda eram 05 horas da manhã.

– É melhor eu ficar acordado para não perder a hora. – Falei.

Levantei da cama tentando achar qualquer tênis. Hoje, eu não me importava de usar tudo em algum conjunto social. Fui da forma que eu me sinto bem.

Devo ter colocado o meu blazer para lavar. Separei uma camisa social por hoje. Eu demoro tanto tempo me arrumando, que quando vi, já eram 06h30. Liguei para Gal para saber se estava a caminho do escritório, e sem sucesso. Caiu na caixa postal. Liguei para a Kath, e a mesma atendeu. Perguntei se já tinha chegado no escritório, e ela concordou.

Eu para variar, com certeza deveria ser o único que estava atrasado.

– Cacete Mirko. Até quando você vai se atrasar desse jeito? – Falei em um tom de raiva comigo.

Eu sempre era o atrasado. Para buscar alguém, para viajar, para trabalhar, e até mesmo para comer. Falando em comer, eu vou passar naquela cafeteria para comprar algo. Estava sem comer desde a noite de ontem com as comidas que pedi para os meus amigos.

Peguei as chaves e fui em direção ao elevador como de costume. Desta vez, eu estava com um all star vermelho. Era a minha primeira vez usando. Comprei esse tênis junto às meninas em Orlando no verão do ano passado. Eu tinha comprado um all star vermelho, a Kath comprou um all star lilás e a Gal comprou um all star amarelo. Quando vamos sair juntos, na maioria das vezes, usamos esses tênis que são bastante especiais para nós.

Entrei no meu carro e dirigi até a cafeteria. A atendente já me conhece, de tantas vezes que eu passo lá antes do meu trabalho.

– Caramelo Macchiato, Mirko? – Perguntou com uma voz doce e gentil.

– Sim, mas não é só isso. – Falei com um sorriso de canto. – Vou querer um Macchiato, um Mocaccino, um Mocha e por fim, um Latte.

– Vai querer levar a casa junto, Mirko? – Perguntou Anne soltando uma risada em seguida.

– Não são todos para mim. – respondi rindo. – Estou levando o café preferido deles pro trabalho hoje. Eles me ajudaram muito essa semana, isso é o mínimo que eu consigo fazer.

Eu gosto bastante de Caramelo Macchiato. A Gal gosta de Mocha. Kath gosta de Mocaccino. Thomas gosta de Latte.

Depois de 8 minutos, escutei meu nome ser chamado. Levantei e fui em direção ao balcão pegar os cafés. Coloquei todos em uma sacola e vi que estava na hora. Eu já tinha que estar no meu trabalho, e estou numa cafeteria ainda. Entrei o carro e fui para o trabalho.

Quando abri a porta do escritório, eu estranhei.

– Cadê ela? – Perguntei. – Ela nunca se atrasa.

Lost | Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora