Ele se foi. Ele se foi pois não via motivos para continuar vivendo aqui.
Desde que Harry morreu, Louis se sentia um grande nada; não via motivos para comer, falar, sorrir, piscar ou dormir. Ele só queria Harry e, para o garoto, aquilo não era pedir demais.
Pena que Harry havia morrido. Então era pedir demais.
Ele preferiu entrar num mundo completamente diferente e se afundou no universo complexo das drogas e do alcoolismo. Viu naquelas substâncias sua cura, não sua verdadeira, pois ela estava morta.
Heroína fazia seus braços coçarem. Ele os coçava. O sangue escorria e ele não se dava conta, estava dopado demais para isso.
Overdose.
Sua mãe não sabia de nada. O filho era independente e morava sozinho. Ela se viu num buraco, completamente perdida. Como Alice. Mas não era no país das maravilhas.
Eles se reencontraram. Passaram-se meses e então se tocaram: juntos eles podiam construir um próprio paraíso. Não importa onde estivessem.
Louis tinha uma decisão a fazer.
Ele não queria errar.
Ele não errou.
Ele escolheu o paraíso como casa.