Eu fiquei sentado em cima da mesa da professora na maior cara de pau, óbvio; ninguém estava me vendo e isso era meu sonho, a professora ficar falando, eu não prestar um pingo de atenção e ainda ficar sentado com perninhas de índio na mesa daquela velha insuportável.
Eu não podia fazer nada no momento, Jisung estava sentado - fofo e lindo como sempre - e o meu eu do passado fazia o mesmo enquanto a mulher falava um monte de coisa que até hoje eu não entendi.
Alguma coisa de cosseno, equilátero... Não me perguntem.
Eu me deixei quieto durante toda a aula, eu não podia me auto-atormentar, não tinha motivos pra isso naquele momento.
Vou simplificar algo, então prestem bastante atenção! Não irei repetir, não sou um CD riscado, vocês que lutem - ou leiam de novo - porque eu não estou com paciência esses dias.
Eu, meu eu, de agora... Presente/futuro continuara como Felix. E como eu não gosto do meu eu do passado e muito menos do meu nome coreano, acho justo chamar o idiota de Yongbok!
Tive que assistir as aulas chatas de matemática, química e física. Ciências exatas não eram a minha praia.
A professora velha, assim que terminou de passar os exercícios no enorme quadro negro - que é verde, qual sentido da vida? - se sentou na cadeira e eu me coloquei de frente pra ela.
- Oi velha, eu nunca entendi uma palavra se quer do que a senhora dizia! - Ri, pois ela não me escutaria.
- Oi velha! - Arregalei os olhos e me virei bruscamente sobre a mesa, rodopiando por ela, se eu não fosse um fantasminha teria jogado tudo no chão. Yongbok estava de pé. - Eu nunca entendi uma palavra se quer do que a senhora diz!
Tá maluco, Yongbok?!
- Senhor, Lee... O que está querendo? Uma suspensão? - Ela cruzou os braços sobre a mesa e eu me levantei para ver a cena melhor.
- Só pode ser isso! - Bati a mão contra minha testa, eu nunca respondi e muito menos fiz graças em alguma aula durante toda a minha vida escolar.
- Só pode ser isso, né? - Ele praticamente repetiu o que eu falei.
- Bom, pode se retirar então. - Vi a velha, digo, professora, escreve alguma coisa num pedaço pequeno de papel e estender o braço na direção do Yongbok. - Leve isto para o diretor. - Ele apenas obedeceu, se me conheço, eu vou ficar me perguntando por uns três a quatro dia o porquê diabos eu falei aquilo.
E não vou entender.
Olhei para o meu amor... Ele estava com os pequenos olhinhos arregalados, surpreso pela atitude do Yongbok e a expressão do restante dos alunos não era diferente.
Eu resolvi me deixar ir falar com o diretor a sós, sei que eu me resolveria com ele melhor sem que minha consciência ficasse me perturbando durante todo o diálogo. Me aproximei da mesa de Jisung, este que estava concentrado em fazer rabiscos em seu caderno. Me aproximei mais e me abaixei ao lado da mesa para poder vê-lo melhor, a última folha de seu caderno estava sendo completamente ilustrada com meu nome, apelidos, corações e estrelinhas.
Fofo.
Fiquei prestando atenção para que, quem sabe, ali pudesse ter algum indício do que levou o Han a fazer o que fez.
Sua mão delicada segurava a caneta e a passava de forma leve sobre a folha, seus olhos acompanhavam o movimentar da caneta e o rastros deixados pela tinta da mesma, parou e largou o objeto sobre a mesa, começando a batucar os dedinhos na superfície dura.
- O que deu em você, Lix? - Perguntou baixinho para si mesmo enquanto encarava seus desenhos.
- Desculpa, eu causei essa confusão, pequeno... - Suspirei, queria que ele pudesse me ouvir. - Estou aqui com você, Sunggie. Dessa vez eu estou verdadeiramente com você. - Coloquei minha mão sobre a dele e apesar de que deveria ter atravessado a mesma, eu a parei, fingindo que estava conseguindo acariciar aquela pele macia.
Vi a pele do mesmo se arrepiar levemente e ele olhar para os lados como se procurasse por algo.
Tirei a mão de cima da sua e me sentei em cima da mesa do garoto que sentava ao lado do meu pequeno.
Balencei meus pés que estavam descalços, minhas vestes eram tão simplistas, uma camisa branca e uma calça na mesma cor, eram tão confortáveis... Como pijamas! Meu cabelo provavelmente estava da forma como eu menos gostava de usar, então não irei mencionar.
Quando me dei conta, eu estava triste e com medo.
Eu vou poder voltar a tocá-lo?
Eu não estou falando na forma maliciosa da coisa, eu quero tocar e sentir a pele macia do garoto, mesmo que seja apenas num singelo abraço, quero sentir o aroma doce e único que ele exalava pela manhã e voltar a escutar seus berros, suas piadas e principalmente, sua risada.
Não me importaria de não ser o par romântico dele. Apenas o quero; mesmo que seja apenas como um melhor amigo. O sinal tocou, o que me fez voltar a minha realidade e o porquê de eu estar ali.
Desci da cadeira e acompanhei o garoto até o refeitório, onde ele se encontrou com Yongbok e juntos foram até uma mesa.
A partir deste momento não falarei nada em voz alta, apenas se eu realmente quiser que o Yongbok me ouça, já que eu não faço ideia de como eu controlo... Na verdade eu não sei nem o que eu posso ou não fazer.
Seja o que Deus quiser.
Acompanhei os dois e enquanto a conversa deles estava aparentemente normal, eu subi na mesa e fiquei dançando, Yongbok parecia incomodado com algo, mas vai saber o que era.
Estou entediado no momento, não me julguem.
- Felix, por que você agiu daquela maneira? - Parei de dançar e me ajoelhei em cima da mesa pra prestar atenção e ouvir melhor.
- Sinceramente? Eu não sei, apenas veio na minha cabeça, sem mais e nem menos... Então eu falei. - Mordeu a pontinha dos lábios e olhou para o esquilo a sua frente.
- Você nunca fez esse tipo de coisa, foi até engraçado, mas não faça de novo seu idiota! - Riu e encarou o Yongbok, que encarada meus amigos!
- Eu realmente não sei porque fiz aquilo. - Um bico se formou nos lábios dele e reparei que o menor mordeu o lábio inferior enquanto olhava para a minha, quer dizer, a boca do Bokkie.
- Que estranho... - Sorrio - Eu tive uma sensação estranha na sala depois que você saiu de lá.
- Que tipo de sensação? - Ele o olhou.
- Eu não sei descrever, era como se algo me tocasse.
Arquiei uma das sobrancelhas, ele me sentiu? Mesmo que minimamente... Interessante e perigoso.
- Hum... - Falou sem demonstrar interesse e voltou a morder um pedaço de sua maçã. Cruzei os braços e olhei pra mim mesmo incrédulo.
- Você é importante pra mim, Sunggie! - Pronunciei em tom alto, queria que o Yongbok me escutasse e repetisse minha fala.
- Felix? - Jisung falou em tom de pergunta e riu vendo o idiota todo perdido enquanto me escutava; deve ser estranho.
- Você é importante pra mim, Sunggie! - Yongbok corou ao falar, foi de repente e pra mim foi extremamente divertido ver a minha cara de pateta.
- Eu sou...?
- Sim, você é, sempre foi e sempre vai ser! - Repete, Yongbok! Por favor e assim ele fez, repetiu e um grande sorriso estampou o rostinho do menor fazendo suas bochechas ficarem ainda mais redondinhas.
- Você também é importante pra mim, Lix!
Notas Finais
Não mandem nudes, amiguinhos.
Agora que voltei pro Wattpad - e pretendo ficar e publicar caps sempre - estou pensando em fazer mais uma fic.
Estou em dúvida no ship, grupo e até no plot!
Então se quiserem pedir algum ship, de grupos que gostem - se eu conhecer - talvez eu faça uma fic aí!
Ou se não podem só interagir comigo, quais sãos os ships preferidos de vocês? Otp?
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Apenas mais uma chance
Fanfic[𝐂𝐎𝐍𝐂𝐋𝐔𝐈́𝐃𝐀] em revisão... Alguns anos se passaram após a morte de Han Jisung e mesmo depois de tanto tempo, Felix não conseguia esquecer o amigo e maior amor de sua vida; o tempo era injusto segundo o Lee. Após muito implorar aos céus foi...