sO primeiro beijo a gente nunca esquece

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O primeiro fragmento romântico que tive foi no jardim da mansão de campo que minha família possui. Eu estava junto com Fred, agora meu segurança, apreciando as rosas, minhas flores favoritas, aproveitando o calor do sol, a beleza em sentir aquela estrela brilhando sobre minha pele.

Nós dois tínhamos uma sintonia única, embora tenhamos nos conhecido de uma maneira bem peculiar, entre ameaças e a necessidade de proteção.

Sim, eu sempre fui uma adolescente de classe alta mimada e um suposto sequestro a mando do meu pai não me deixou muito satisfeita, causando muito mais confusão do que o necessário.

Mas voltando ao meu eventual presente, eu estava preocupada com minha irmã, é verdade, ela não estava tendo um comportamento muito adequado para uma moça de família, pelo menos era assim que eu pensava.

Então uma flor me chamou a atenção. Ela era vermelha, brilhante como o sangue, a mais bela de todo aquele jardim... E eu, ouvindo o seu chamado fui até ela.

Eu estava encantada com aquela rosa, como se ela cantasse para mim, me atraindo... Então eu a alcancei, mas no instante que a toquei, seu espinho perfurou meu dedo, deixando-o combinado com aquela bela flor.

Imediatamente meu segurança estava limpando a fina linha vermelha que escorria por meu dedo, e ao terminar, cortou a flor com um alicate que eu não sei de onde ele tirou e me deu.

Fred era jovem, no auge de seus 21 anos, tinha os olhos azuis, cabelos loiros e um corpo escultural. Não que desse para perceber muita coisa nos ternos que ele era acostumado a usar. Nós dois estávamos cada vez mais próximos porque ele estava me ajudando a descobrir os segredos de minha irmã com o suposto namorado.

E essa proximidade trouxe um sentimento junto, um que talvez houvesse se formado umes antes, mesmo em meio à tragédia que houve no final daquela festa. Eu não conseguia mais ficar perto dele sem ter pensamentos ilícitos, eu estava começando a gostar dele. E nesse dia não foi diferente.

Mesmo fugindo constantemente, eu não conseguia ficar longe, ouvir as batidas de seu coração e tentar decifrar seus pensamentos eram meu passatempo preferido quando não precisava estar preocupada com minha irmã. Uma brisa passou naquele jardim, deixando um requísico de folha em seu cabelo. Sorri com a vista que aquela imagem me proporcionou.

- Tem um cisco no seu cabelo - falei e por instinto levei a mão, sentindo a maciez daqueles fios.

Ele segurou minha mão ali, e não sei quem conduziu aquela dança, mas nossas mãos foram descendo por seu rosto lenta e delicadamente. O tempo parou para mim, eu não sabia nem ao menos se estava respirando, não queria perder nenhum detalhe daquele lindo espetáculo.

Ele então chegou mais perto, tirando sua mão da minha e pegando em minha cintura. Me puxou para si delicadamente, ao passo que meu coração acelerava tanto que eu tinha certeza de que ele podia ouvi-lo, mesmo com sua audição humana.

Eu podia dizer que era muito corajosa na época, então olhei em seus olhos para ter certeza de que era isso mesmo que ele ia fazer e após ter essa constatação, não tive outra reação a não ser fechar os mesmos e aguardar.

A sensação de seus lábios quentes e macios nos meus foi a melhor que já senti em toda a minha vida. Eu era inocente, inexperiente, não sabia o que fazer então me deixei levar pelo momento. Foram segundos que me levaram ao céu e me trouxeram de volta à terra como um baque forte.

Eu estava em um turbilhão de sentimentos que eu não sabia explicar, mas o maior deles, a culpa não me deixou continuar com aquele pedaço do paraíso.

Eu me desvencilhei de seu abraço e corri para meu quarto o trancando imediatamente. No fim, fiz a mesma coisa que minnha irmã, me apaixonei pela pessoa mais proibida da face da terra e teria que arcar com as consequências.

E esse, posso afirmar, foi o início do fim.

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