5 (Revisado)

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Bom, faz duas semanas que estou aqui, minha mãe disse que vai procurar emprego, eu também vou, afinal estou de férias e dá pra ajudá-la enquanto isso, vou ir até a casa da Kie pra ver se ela sabe de alguém que está precisando, eu aprendo rápido, então já é um ponto positivo.

Deixei minha mãe no centro e fui até o restaurante onde o pai da Kie era dono, avistei ela ali na frente e buzinei, nem desci porque estou com um pouco de presa, ela veio até mim e eu abri um sorriso.

— Você por aqui? – perguntou, eu não venho muito aqui, por isso a surpresa em sua voz.

— Pois é... aí tô procurando um emprego, sabe de alguém que precisa? – perguntei desligando a van pra não gastar a pouca gasolina que tem.

— Não, mas acho que meu pai pode saber, espera que vou chamar ele. – eu assenti e ela foi.

JJ disse que a conversa com ela não foi tão boa quanto ele estava esperando, a mesma lhe deu um fora, disse que precisava pensar e até agora não lhe deu nenhuma resposta, às vezes ela tem medo de estar em um relacionamento, falei pra ele ter paciência. O pai de Kiara veio na minha direção e nós apertamos as mãos.

— Kiara disse que está procurando emprego. – ele disse e eu concordei. — Olha, talvez Ward esteja precisando de um jardineiro, esses dias ele falou comigo sobre isso, porque não dá uma passada por lá?

— Isso pode ser uma boa, valeu sr. Carrera. – eu disse e ele assentiu.

Liguei a van e buzinei, fui até a casa de Ward, que por coincidência é pai da Sarah, não tenho visto muito ela, a última vez que a vi foi na praia e ela estava aos beijos com Topper. Parei a van bem encostada na calçada e desci, por sorte Ward estava ali na frente, quando ele me viu, veio na minha direção.

— Oi garoto. – ele diz com um sorriso simpático.

— Oi sr. Cameron, o sr. Carrera disse que precisava de um jardineiro, vim saber se ainda precisa. – falei.

— Você veio na hora certa, o último jardineiro desistiu por achar que era muita coisa pra fazer. – ele fala empolgado e um pouco decepcionado. — Então, acho que a vaga é sua. – ele disse e eu estava pulando, mas por dentro, lógico.

Ele pediu pra eu segui -lo para conhecer onde eu tinha que trabalhar, fomos até o fundo da casa e ele me mostrou o jardim que tinha ali, é bem grande, mas eu preciso mesmo do dinheiro, então não vejo outra opção senão aceitar, ele falou o meu salário, não era muita coisa, mas já ajudava. Eu começaria na segunda da semana que vem às oito da manhã, ótimo, acordar cedo nunca foi meu forte.

— Estamos combinados? – ele perguntou estendendo a mão.

— Combinado. – respondi apertando.

Quando estava entrando na van ouvi alguém me chamar, olhei pra trás e era Sarah, eu sorri e esperei ela chegar perto de mim pra lhe dar um abraço rápido, já que seu pai podia não gostar disso.

— O que está fazendo aqui, John B? – ela perguntou colocando a mão na testa como se tivesse cobrindo seu rosto do sol.

— Parece que vamos nos ver bastante. – eu falo e ela me olha sem entender. — Sou o novo jardineiro.

— Não sabia que gostava de mexer com mato. – ela falou surpresa e pude notar o tom brincalhão em sua voz, mas ela tentava esconder o sorriso que era quase impossível não reparar.

— Pois é, pode parecer louco pra você, mas algumas pessoas precisam trabalhar. – eu disse dando de ombros.

— Você acha que eu sou uma mimada não é?

— Eu nunca disse isso. – neguei cruzando os braços.

— Mas, você pensa, não pensa? – ela perguntou e eu dei de ombros, pode ser que eu ache ela um pouco mimada. — Eu sabia.

— Sarah. – ouvi a voz do louro e ela virou ficando de costas pra mim. — Conversando com esse pobretão de novo amor? – ele perguntou me olhando.

— Vai fazer o quê? Tentar me matar de novo?

— Ah claro, porque a culpa é minha que você estava dando em cima da minha namorada. – ele disse a abraçando de lado e eu ri.

— Que parte da história você perdeu? Ela que veio conversar comigo e se você tem tanto medo de perder ela pra mim, pelo menos a trata como se deve. – eu falei, subi na van e fui embora, cansei de ficar ouvindo a voz dele.

Bom, agora eu tenho um emprego, amigos, parece que minha vida aqui está indo melhor do que na Califórnia, lá eu não tinha amigos, andava sozinho e as pessoas eram muito idiotas, pelo menos as que eu conhecia, o colégio era um tédio. Eu só tive uma namorada a minha vida inteira e quando mais precisava ela me trocou por outro, um atleta, na época eu fiquei mal, mas não tinha o que fazer, eu a tratei bem, fiz de tudo para sermos felizes, mas eu fico bem de pensar que fiz tudo certo no final das contas.

Parece que Outer Banks sempre foi meu lar, acho que era isso que faltava na minha vida.

Nice To Meet Ya | OBX | JARAHOnde histórias criam vida. Descubra agora