Familía

Capítulo Único

Tomioka acordou cansado, esfregou os olhos com o dorso das mãos, levantou e sentou-se na beirada da cama. A última missão não tinha sido das melhores, acabou ganhando alguns ferimentos, mas nada grave. Quando chegou de missão foi direto para a mansão das borboletas tratar seus machucados e cortes e foi recebido imediatamente por Shinobu com um sorriso tipico e sua sinceridade, na qual ele estava aprendendo a lidar ainda.

Observou o entorno e percebeu que só havia ele ali no local, olhou para o móvel ao lado e viu um copo d'água que bebeu logo em seguida. Pela janela aberta viu que o sol já estava se pondo, o céu estava belíssimo pintado de um laranja vívido. Ficou observando a paisagem por alguns minutos perdido em pensamentos.

— Tomioka-san — A voz familiar chamou sua atenção.

— Kocho-san.

Viu a pilar parada em frente à porta com o seu típico sorriso. Então ela se aproximou, pegou uma cadeira e sentou-se ao lado dele. Não a via fazia muito tempo e só conseguia pensar em como ela estava mais linda do que o normal naquele dia.

— Como você está? O ferimento já fechou, acho que amanhã você já vai poder ir.

Tomioka assentiu com a cabeça e desviou o olhar para suas próprias mãos enfaixada.

— Você cuidou muito bem de mim, obrigado.

Ela ficou satisfeita e logo sentiu vontade de falar sobre a missão passada em que tiveram juntos, pois fazia alguns dias que pensava sobre isso e estava a incomodando. Shinobu era muito sincera, às vezes machucava, mas naquela ocasião não foi 100% sincera consigo mesma.

— Tomioka-san, desculpa por aquele dia. Você ficou chateado por que eu disse que ninguém gostava de você?

Giyuu sentiu uma pontada de irritação, mas não queria que isso transparecesse para Shinobu.

— Não, eu não me importo com isso.

Ele se importava sim, na verdade, só não queria admitir isso. A pilar do inseto olhou para ele achando aquela cara de irritação muito fofa e deu um sorrisinho de contentamento.

— Ah, sim. Ainda bem que você não se importa — Tocou carinhosamente na mão dele, que o fez olhar para si — Por que, na verdade, eu gosto muito de você.

Tomioka sentiu seu rosto ficar quente e uma sensação estranha na boca do estômago. Seria essa as tão faladas borboletas?

—Isso não tem graça, Kocho-san.

— Tomioka-san, eu estou falando sério!— Tentou convencê-lo. — Estou sendo sincera!

A sinceridade de Kocho Shinobu, sempre pegava Tomioka de surpresa. Ele gostava disso, apesar de na maioria das vezes não saber como lidar e reagir. Ele virou o rosto para o lado contrário do dela e não pôde conter o sorriso singelo que se formou em seu rosto.

— Mamãe!

Olharam para a porta e viram Nezuko com seu rosto era a pura felicidade. A garotinha estava em sua forma de criança e sem a mordaça de bambu. A Kamado foi correndo até onde Shinobu estava e lhe deu um abraço apertado. Kocho achou a atitude mais fofa que já tinha visto, principalmente por que ela a tinha chamado mãe, e Tomioka olhou curioso para as duas.

Nezuko recebeu um carinho de Shinobu nos cabelos e estava gostando muito do cafuné, mas desviou sua atenção quando notou a presença de Giyuu sentado na cama e olhou curiosa para o pilar. Os olhos róseos brilharam quando lembrou do dia em que foi transformada em um oni e Giyuu estava lá. A garota se debruçou na cama e agarrou as mãos dele fazendo um carinho nelas com o seu rosto, como um gatinho. Giyuu ficou sem reação e Shinobu deu uma risada daquele momento incrivelmente fofo.

— Papai — Nezuko falou, então subiu mais na cama para fazer um carinho no topo da cabeça dele. Tomioka parecia incrivelmente envergonhado.

— Olha só, Tomioka-san — disse a pilar do inseto chamando a atenção de Giyuu para si. Ela deu um sorrisinho de canto que ele conhecia muito bem, significava que iria fazer alguma piadinha com ele — Parece que foi ontem que ela nasceu né? Nossa filha cresceu tão rápido. — brincou.

A expressão de Tomioka foi de surpresa para satisfação, ele sorriu e resolveu entrar na brincadeira. Segurou a mão das duas e disse:

— Nós três e Tanjirou fazemos mesmo uma bela família.

Shinobu corou com o pensamento: e se aquilo fosse realmente possível?