um lado obscuro

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Demorei mas aqui está! Novo capítulo, leiam as notas abaixo ok? Tenho novidade!

Julio não havia dormido bem. Espera, refomulando a frase: ele não dormiu. Não tinha como, sua mente sempre o traía o levando para aquele exato momento em que encontrou a "mulher misteriosa". Não sabia porquê mas desde que voltou para casa, ela não saia da sua cabeça e olha que ele tentou não pensar em seus olhos negros, em seu sorriso que lhe tirava o fôlego. Droga! O que havia acontecido com ele?
O espanhol não era bom em expressar seus sentimentos. Namoradas? Teve 2 apenas. Sempre que tentava se aproximar de alguém desistia logo no início. Motivo? Sua insegurança. Aquilo era um fardo para si mesmo, mesmo que fizesse algo bom em sua vida, a sua mente sempre o convencia de que não era o bastante, o fazendo desistir. Era algo horrível e constrangedor. E isso tudo era culpa única e exclusivamente de seu pai, o qual sempre fazia questão de o lembrar o quão inexperiente e fracassado era em tudo que fazia.
Sua mente voou longe, lembrando - se de seu pai. Julio sabia que deveria odiá - lo por tudo que lhe fez no passado, e isso acarretou consequências para o seu futuro também. Ele deveria mas não o odiava. Não era mentira, o espanhol não conseguia sentir tal sentimento por ele. Talvez porque Antônio foi o ser que lhe deu a vida, o pai que ele teve e se espelhou durante sua infância. Mas quando chegou na adolescência, ele só sentia medo. Isso, medo. Medo de fazer algo para que seu pai ficasse irritado com ele e descontasse toda a sua raiva em sua irmã e sua mãe.
De repente julio estava em Madrid, seis anos atrás.

Flashback on

O clima da cidade estava mais frio que o normal, esfregava suas mãos para aliviar o enorme frio que sentia mas não obteve sucesso. Seus passos eram largos, estava tentando chegar em casa o mais rápido possível e pedia a Deus para que seu pai não o visse chegar, por que se isso acontecesse... só ele e Deus saberiam o que viria depois. Grirou a maçaneta, abrindo a porta da frente aos poucos e assustou - se quando viu seu pai sentado em uma poltrona à sua espera. Sua expressão era indecifrável. Não saberia dizer ao certo o que estava prestes a acontecer mas sabia de apenas uma coisa: com Antônio Gutierrez nada era fácil.
--- Onde você estava? --- a voz grave do homem mais velho tomou todo o ambiente, fazendo o corpo do espanhol tremer por inteiro.

--- Eu estava na casa do Luis fazendo um trabalho e... --- antes que continuasse a explicar o porquê de sua demora, o pai do garoto tornou a falar novamente.

--- Eu já te falei que não quero que você saia sem minha permissão! Deve ficar aqui, tomando de conta do negócio. Nós contamos com ele para sobrevivemos! --- gritou alto o bastante para que o jovem sentisse mais medo.

Observou atentamente seu pai vindo em sua direção, seu rosto expressava fúria total, seus olhos estavam vermelhos e indicando o quanto chateado estava. Sentiu seu corpo tremer novamente mas agora era diferente. Não era medo. Era mais que isso, era pavor. Quando começou a sentir isso pelo seu pai?essa era uma pergunta que nem ele mesmo podia responder.
Julio abriu seus lábios para falar novamente mas não deu tempo. O tapa vindo do seu pai o pegou totalmente de surpresa. Sentiu seu rosto arder, e suas mãos tremiam. Ele não disse nada. Não gritou. Saberia o que poderia acontecer se o fizesse, e quando levantou seu olhar, viu apenas a imagem da mão do seu pai fechada, indo em direção ao seu estômago, o acertando em cheio. O garoto caiu de joelhos com tamanha dor. Tentou respirar fundo e viu seu pai ajoelha - se ao seu lado. Por um momento pensou que o mais velho iria ajudá - lo mas não, fez o contrário.

--- Nunca mais me desobedeça novamente, ouviu? Essa é uma lição que você nunca vai esquecer em sua vida --- ao terminar seu aviso, subiu as escadas e foi para seu quarto.

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