O passado sempre nos assusta

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Giulia olhou fundo nos olhos da amiga e o que viu foi amor mas também dor. Ela faria de tudo para que Isabela fosse feliz, a jovem vivenciou momentos traumáticos em sua vida e ainda carregava consigo as consequências do acidente, e sabia que por mais que a garota estivesse seguindo sua vida, as lembranças daquela noite a atormentava diariamente.
--- meninas? --- ambas olharam para Andrea, que agora estava na sala.
--- Ah, oi Andrea --- Isabela esboçou um sorriso --- tudo bem?
--- Sim Isa tá tudo bem mas a Micaela gostaria de falar com todos nós.
--- parece que teremos uma nova menininha para cuidarmos --- Andrea disse sorrindo docemente.
--- uma menina? --- Isabela direcionou seu olhar para Giulia e para Andrea --- Que ótima notícia --- falou empolgada.
--- imaginei que queriam gostar mas agora precisamos ir meninas.
--- Então vamos senhora! --- Giulia levantou-se e puxou Isa pela mão, a levando consigo para a sala principal onde a diretora lhes apresentariam a mais nova integrante da casa.
Ao chegar ao lugar, puderam avistar a garotinha e Micaela juntas. Isabela não pôde evitar de olhar para garota e perceber o quanto era linda. A baixinha tinha sua pele parda, olhos castanhos e cabelos lisos da mesma cor, ela vestia um vestido branco, o qual era enfeitado com rosas de várias cores e calçava uma linda sapatilha preta, ainda não vira seu sorriso mas tinha certeza de que era encantador.
--- obrigado pela presença de todos --- a voz grave da diretora do local tomou todo lugar --- hoje estamos recebendo uma nova componente na casa e preciso que todos a façam se sentir bem e confortável. Agradeço desde já a todos --- Micaela direcionou seu olhar para a pequena ao seu lado --- seja bem-vinda querida --- Micaela se foi deixando todos na sala e Isabela decidiu se apresentar para a mais nova.
--- Oi pequena, --- ajoelhou-se em frente a garota --- tudo bem?
Como não obteve resposta, decidiu fazer outra pergunta.
--- você não tem família né?
--- Meus pais morreram em um acidente --- Finalmente a brasileira pôde ouvir a doce voz da pequena --- e eu não tenho mais família.
Isabela podia ver a dor da garota em sua voz e em seus pequenos olhos e se sentiu mal por ter lhe causado tamanha dor.
--- D - desculpa eu não sabia --- se desculpou com a menina.
--- tudo bem --- sorriiu forçado sem mostrar seus dentes e isso foi bastante para que a jovem fosse embora.
Isabela foi diretamente para o banheiro, fechando a porta atrás de si. Seu corpo inteiro tremia é sentia frio, as lembranças invadiram a sua mente e inspiração se tornou ofegante e a brasileira tentava a controlar, inspirando e respirando profundamente. Era incrível a maneira como as crises sempre se apresentavam nos piores momentos, aquela era a segunda vez que acontecia no orfanato. Ela tinha que sair de lá o mais rápido possível e sem ser notada por ninguém. Olhou o seu reflexo no espelho e falou para si mesma:
--- Vai Isabela, você consegue, você consegue --- aos poucos abriu a porta e caminhou em passos largos e quando pensou que ninguém a tinha visto, ouviu Giulia chamar seu nome e nesse mesmo instante seu corpo paralisou. Virou - se para que pudesse falar com a loira, olhando em seus olhos.
--- Oi Giulia tudo bem? --- perguntou nervosa.
--- Eu que te pergunto, pra onde você vai?
--- Er... eu preciso voltar pra casa, o Andrew ficou sozinho e isso não é bom no momento.
--- Hã... ok --- olhou desconfiada --- quer que eu te acompanhe ?
---- Não, não precisa mas obrigada --- respondeu .
--- Me liga quando chegar tá?
--- pode deixar --- sorriu fraco, abraçando sua amiga e continuou caminhando mas dessa vez não foi impedida novamente. Cruzou as portas do local e respirou fundo. Tudo que ela precisava no momento era chegar em casa, tomar um banho quente e ir direto para sua cama.
A brasileira teria uma longa noite pela frente...

《 》

Seu corpo mexia - se de 5 em 5 minutos, Julio não conseguia dormir e mesmo que seu corpo estivesse exausto da longa viagem que teve, ainda assim não conseguira descansar bastante.
As lembranças de seu passado o atormentavam em formato de pesadelos quase todas as noites e quando isso acontecia, o jovem acordava ofegante e atônito. Por mais que desejasse esquecer tudo que o seu pai lhe fez, sua mente parecia não concordar com a atitude e costumava lhe atormentar com as recordações daquela noite.
Cansado de suas tentativas frustradas de ter uma noite tranquila e confortável, levantou - se da cama vestindo sua camisa de sempre e saiu de seu quarto fechando a porta atrás de si, desceu as escadas da casa, cruzando as portas da residência e começou a correr rapidamente.
Seu coração começou a palpitar fortemente, e podia jurar que ele sairia de seu peito se pudesse. Quanto mais Julio corria,mais as lembranças vinham em sua mente e tudo que ele poderia fazer naquele momento era correr e foi exatamente isso que ele fez.
Não sabia onde estava e nem tão pouco como voltar e não hesitou em continuar mas de repente sentir seu corpo se chocar com o de outra pessoa. O espanhol quase cambaleou para trás mas teve força suficiente para se sustentar e se manter de pé, o que não aconteceu com a mulher que ele tinha se esbarrado, a qual caiu diretamente no chão, fazendo com que o jovem se coloca - se de joelhos para ajudá - la sem nem hesitar.
Julio olhou em seus olhos, os quais eram pretos e viu o lindo rosto da mulher, a qual deu um sorriso forçado e ele podia jurar que morreria ali mesmo. Não parava de admirar sua beleza e lhe faltou palavras quando a mulher decidiu romper o silêncio.
--- D - Desculpa... --- falou com a voz arrastada --- eu não te vi.
--- Eu que peço desculpa, foi minha culpa --- respondeu sem jeito.
--- Tudo bem --- sorriu --- eu preciso ir --- disse rapidamente, levantando - se logo após, o que fez com que o espanhol fizesse o mesmo e quando se puseram frente a frente, não havia palavras e sim trocas de olhares e novamente Isabela rompeu com o silêncio.
--- obrigada e desculpa por qualquer coisa --- disse ligeiramente, caminhando a passos largos e Julio precisou de um tempo para se recuperar e quando o fez, gritou pela garota sem nem ao menos saber seu nome e nada a seu respeito.
--- Heyyyyyyy mas qual é o seu nome? --- perguntou mas não obteve nenhuma resposta.

E a mulher desapareceu sob a escuridão da noite, que era iluminada apenas pela luz luar e ele percebeu nessa mesma noite que a lua tava linda como nunca havia estado em toda a sua vida...


Oieeee resolvi postar pq não tinha nada pra fazer e eu ameiiiii escrever esse capítulo. Vamos falar da amizade da Giulia e da Isa? Ela é perfeita e o trauma da Isa e do Julio continua... 😐 mas logo isso vai se resolver eu acho
E quanto à primeira interação de isulio eu não tenho nem palavras mas enfim... esse foi o capítulo e espero que tenham gostado, bjs e até o próximo 😘

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