[S.0.S] A Escola do SEXO

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Kelly POV

Ter aquela conversa com o Luke me deixou bastante abalada. Ele perdeu a memória sim, mas precisava ele acreditar em todas aquelas mentiras do Henrique e da Keicy? Será que fui injusta com ele?Não, ele foi ainda mais injusto comigo. Pensei comigo mesma.

Dei voltas com aquele carro durante 2h e nada do meu padrasto, eu mal conhecia aquela cidade, como iria encontrar ele e o meu filho?
Tanto desespero e minha mente em branco me deixavam tão frágil que só queria chorar.

Peguei no carro e voltei até a casa onde infelizmente eu estava vivendo com ele, que infernizou tanto minha vida que até conseguiu virar meu marido. Que nojo.

Entrei na casa e por incrível que pareça ouvi a voz do meu filho no andar de cima, quase nem acreditei. Subi as escadas voando, só oque queria era lhe abraçar como nunca.

Eu: Onde você estava com o meu filho?- falei já empurrando o meu padrasto.

Henrique: Você se sente tão mãe que nem conhece a escolinha do menino - debochou ele deitando na cama e acendendo seu charuto.

Eu: Eu não aguento mais essa vida, eu não aguento mais olhar pra sua cara, eu vou embora daqui e levarei o meu filho junto. Nem que isso tenha que custar a sua morte- Gritei.

Eu: Ethan, vem com a mamãe, vamos embora daqui- Falei pegando na mão dele e tentando lhe tirar do quarto.

Ethan: O papai vai junto?- perguntou ele tristinho. Como ele pode amar tanto esse mostro. Coitado do meu filho.

Eu: Não, o meu filho, esse homem não é seu pai e ele não vai com a gente. Falei tentando lhe acalmar.

Ethan: Não, o papai Henrique é meu pai, e eu quero ele- gritou e saiu correndo.

Fui correndo atrás dele tentando lhe alcançar pra lhe acalmar e foi questão de segundos pra tudo ficar escuro e eu puder ouvir aquele barulho terminal na minha morte. Lá estava meu filho que acabava de escorregar e rolar toda aquela escada abaixo. Parei, treimi, cai no chão, mão conseguia olhar pra aquela situação.

Meu filho estava lá, jogado no chão, desacordado e tinha sangue a sua volta. Minhas mãos tremiam. O Henrique apareceu a minha trás e foi segurar o meu bebé. Botou a mão em seu pescoço e me olhou.

Henrique: Que pena, ele quebrou o pescoço e está morto - Falou frio, como se não se importasse com ele. Por um momento eu acabava que ele realmente gostava de meu filho, mas não, era só um investimento pra ele.

Não falei nada, apenas chorei, aquele nó na minha garganta crescia tanto, minha cabeça andava as voltas. Era minha culpa, eu matei o meu bebé. Eu matei?

Eu: Eu não vi o meu filho nascer,
Eu não vi o meu filho crescer,
Eu não pude nem escolher o nome dele,
Eu não o pude amamentar,
Eu perdi todas etapas da vida dele como bebé e arranquei as chances de termos uma outra etapa no futuro- Falei baixo olhando para minhas mãos.

Henrique: Não se preocupe meu amor, teremos muitos outros bebês, vem comigo, você está baralhada, eu vou cuidar de você. Agora é só você e eu- Falou ele tentando me pegar.

Me levantei e peguei na faca que estava ao lado e sem pensar, sem pestanejar, sem olhar cravei a faca em seu pescoço. Retirei a faca e enfiei na barriga dele, não sei quantas facadas depositei no seu corpo. Mas aquilo foi um alívio ao ver lhe finalmente morto. Era oque eu devia ter feito desde o início. É tudo culpa sua. Peguei a faca e levei a minha barriga. Agora nós os 3 poderemos descansar, alguns no inferno e outros no Céu. Levantei a faca e quando ia furar a minha barriga ouvi a voz do Luke.

Luke: Keicy, não faz isso, porfavor, vamos recomeçar, vamos ter ainda muita vida pela frente. Eu você e nossos filhos- Falou ele fazendo sinal de paz

Eu: Que filhos Luke? Se você duvidou do seu próprio filho e agora ele está morto? Que vida Luke se eu não tenho mais ninguém. Eu mal existo nesse mundo, estar aqui ou não não faz diferença- Falei baixo

Luke: Keicy, eu ainda te amo- Falou

Eu: Eu também te amo.

Após falar aquelas palavras para o Luke me senti em paz, me senti libertada. Tudo poderia ter sido diferente. Mas parece que eu nasci com o pecado em mim. Eu não serei feliz nessa vida nunca. Talvez em outra. Eu mereço essa segunda chance de viver.

Peguei a faca e com todas minhas forças espetei a minha barriga, ouvi o Luke gritando um não bem alto, mas era tarde demais pra nós, era tarde demais pra nosso amor e era cedo demais pro meu bebé morrer. Se cuida, foi tudo oque consegui soprar dos meus lábios pro Luke antes de tudo ficar escuro. E sim, finalmente eu estava encontrado a paz, eu seria feliz.