— Pensei que nunca fossemos sair daquele restaurante. — Suspirou fingindo um falso mau humor, ao mesmo tempo que estacionava a moto em frente ao apartamento de Ochako.
— Não é minha culpa! — defendeu-se descendo da moto. — Aqueles eram os mochis mais deliciosos do mundo! Eu amo demais aqueles bolinhos pegajosos...
Bakugou sempre amou a sensação de liberdade de pilotar uma moto. A velocidade alta, a adrenalina correndo pelas suas veias, cortar os carros na via expressa e às vezes ultrapassar algum sinal vermelho, eram as melhores sensações da sua vida. Menos quando levava alguma garota para sair, ter moto parecia ser um problema terrível para elas, na maioria das vezes não conseguia nem ultrapassar 50km/h. Eram histéricas pra caralho!
Mas Ochako era uma exceção. Claro que na primeira vez a garota ficara meio apreensiva e o abraçara tão forte que Katsuki pôde sentir as mãos pequenas dela mesmo depois de se despedirem. Só que agora, Uraraka parecia tão empolgada quanto ele. Ok! Rolava um soco sempre que ele ultrapassava um sinal vermelho, mas sabia que ela também curtia a sensação. Bakugou amava pilotar sua moto e amava mais ainda ter Ochako na sua garupa.
— Você vai ter que me levar lá de novo! — exclamou, tentando tirar o capacete.
Era engraçado como ela sempre se enrolava com uma coisa tão simples. Após tirar seu próprio capacete, Katsuki sentou-se de frente para Ochako e com um movimento, levemente brusco, a puxou em sua direção encaixando-a perfeitamente entre suas pernas.
— Deixa que eu te ajudo, Bochechas.
Sem esforço nenhum soltou a trava de segurança e tirou o capacete dela. Era como tirar uma jóia da caixa, sentia-se extasiado com tanta beleza, mesmo com alguns fios desalinhados, Ochako era dona de uma beleza singular e de um sorriso iluminado. Cacete! Ela o fazia ficar fora do eixo, ir para outra dimensão em questão de segundos.
— Como posso agradecer tamanha gentileza? — Ela perguntou enquanto deslizava as mãos pelo peito dele.
— Acho que posso pensar em alguma coisa — disse, fitando os lábios rosados da mulher à sua frente. Ochako umedeceu os lábios deixando-os parcialmente entreabertos, sabia exatamente como retribuir o favor.
Katsuki amava esse jogo de sedução. Ela nunca tomava a iniciativa, não por timidez ou falta de empoderamento, mas porque parecia gostar de vê-lo pedindo por ela. Ele abandonou o capacete na direção da moto e levou suas mãos para cintura de Ochako, trazendo-a ainda mais ao seu encontro, ao ponto de sentir lhe a respiração. Bakugou roçou os lábios nos dela, uma, duas, três vezes, como se a convidasse para um baile secreto em suas bocas. Ela jamais rejeitaria um convite tão gentil, por isso não demorou a aceitá-lo, cedendo-lhe espaço para a dança.
O gosto era muito doce. Se qualquer um perguntasse se Bakugou gostava de doce, sem dúvidas, responderia um categórico "não", porém, naquele momento, o doce era seu sabor preferido. Estava extremamente delicioso! Ochako era tão suave, tão macia, e movia-se devagar, bem devagar... atraindo-o e enfeitiçando cada milímetro do seu coração.
Apesar da valsa lenta, seus corações pareciam dois vulcões em erupção. Bailavam acelerados, ferviam de paixão e já não podiam ser controlados. Deus queira que ela esteja tão apaixonada quanto ele, pois Katsuki não cogitava mais a possibilidade de não tê-la em seus braços. Ele a abraçava por baixo da jaqueta grossa ansiando por um contato cada vez mais íntimo, ao mesmo tempo em que ela acariciava sua nuca e bagunçava seus cabelos, desejando-o inteiramente para si.
Nunca imaginara que a paixão carregava consigo uma vulnerabilidade tão prazerosa. Bakugou sentia prazer ao se saciar, pouco a pouco, no universo particular de Ochako, e vulnerável, pois dava tudo de si na exploração daquele misterioso e desconhecido sabor feminino. Quando as bocas finalmente separaram-se, Bakugou começou a beijar-lhe a mandíbula, bochecha e a traçar uma trilha pelo pescoço desnudo.
— Katsuki...
Puta merda!
Nem em seus sonhos mais loucos ouvir seu nome lhe causava tantos arrepios.
— Katsuki, para... — disse entre risinhos, afastando-se suavemente dele. — Eu sinto cócegas!
— Cócegas? — perguntou, incrédulo, arqueando as sobrancelhas.
Era incrível como todo dia descobria algo novo. Bom, ele adoraria continuar explorando essa novidade, mas parecia que a fatídica despedida o alcançava. Ochako era mesmo uma exceção a qualquer típica regra que ele criara ao longo da vida. Prometera a si mesmo nunca arder de desejo por mulher nenhuma, e ali estava ele, em combustão por apenas uma.
— Sim... — afirmou, segurando-lhe a face e distribuindo vários beijinhos nele.
E em outro momento da sua vida Bakugou detestaria uma demonstração tão meiga de afeto, mas agora tudo que ele queria era senti-la continuamente. Não importava como. Seja com beijos quentes e envoltos de luxúria, ou selinhos macios e doces. Ele só queria ela e mais nada. Bakugou Katsuki era realmente outro homem desde que a conhecera.
Ochako afastou-se para procurar a chave do portão. Morava em um apartamento modesto, o prédio tinha apenas quatro andares, sem garagem e sem portaria, mas era perfeito para ela. É... sua noite parecia mesmo estar chegando ao fim. Bakugou levantou-se, guardou o capacete do carona, ouviu a namorada encontrar o molho de chaves e abrir o portão. Quando estava prestes a pôr seu capacete e partir, escutou Ochako perguntar:
— Katsuki, você não vem?
É...Talvez sua noite não estivesse tão no fim assim.
Bom... Esse é o fim!
Não é o melhor final que já escrevi, mas espero que vocês tenham gostado dessa fic. É sempre uma satisfação compartilhar minhas histórias com vocês. ♥
Muitíssimo obrigada por ler! ♥
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Shape of you
FanficDistração: falta de atenção em relação ao mundo exterior; desatenção. E mesmo que Katsuki fosse extremamente qualificado - todas as suas premiações e troféus exibidos na academia comprovam tal fato - a distração era um problema recorrente desde a ch...