Capítulo 3 - Magnetismo

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— Tcharan! — Ochako disse super empolgada balançando as mãos

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— Tcharan! — Ochako disse super empolgada balançando as mãos.

Parecia uma apresentadora de quinta categoria de um programa de merda, mas Katsuki jamais diria isso em voz alta, não estragaria a felicidade infantil da mulher a sua frente.

— Um Food Truck? — perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

— O melhor Food Truck de ramen da região!

Essa era a terceira vez que saiam em menos de uma semana, e Uraraka queria compensá-lo pelo primeiro encontro, assim como havia prometido, porém, Bakugou não imaginara que ela o levaria para comer ramen no parque central de Musutafu. Tudo bem que já descobrira que ela era uma tremenda mão de vaca, que detestava gastar mais que o necessário, e que estava economizando para comprar um micro-ondas novo, entretanto, ele não esperava que Ochako o levasse a um encontro tão tosco.

— Não faz essa cara, Bakugou. Vem...vamos pedir. — Pegou na mão dele e o arrastou até a fila de pedidos.

Não era a primeira vez que as mãos se encontravam, mas a sensação era sempre igual. Mesmo com pequenos calos, por causa do treinamento, a mão de Uraraka era mil vezes mais macia que a dele. Sem falar que as temperaturas estavam começando a aumentar, já não era necessário o uso das luvas, logo, cada toque parecia ser bem mais intenso do que antes. E senti-la tão perto sempre lhe causava arrepios na nuca.

Enquanto aguardavam a vez de pedir, as mãos permaneceram juntas. Pareciam pólos opostos quando se atraem, era difícil fazer separar, principalmente, porque não queriam. Cacete! Nem aparentava ser o mesmo Bakugou de alguns dias atrás, aquele que só queria dar uns amassos e sair fora. Agora, tudo que ele queria era ficar ali, com aquela maldita cara de lua e admirar todos seus contornos.

— Ura-chan, que bom te ver! — disse a atendente aparentemente feliz.

— Hana-san! Que bom que voltou! — cumprimentou igualmente contente.

Claro que Uraraka conhecia os figurantes do Food Truck! A garota era gentil demais, qualquer um se apaixonaria por aquele jeito meigo de falar, pelo sorriso contagiante e pela empatia que demonstra ter com todos. Bom, Katsuki não fugia à regra, na verdade, ficava espantado toda vez que pensava sobre isso. Era difícil admitir, mas estava emocionalmente envolvido. Será que era sempre assim? Ou realmente estava enfeitiçado?

— O que vai querer hoje? — Hana perguntou após anos de papo furado. Pareceram anos para Bakugou.

— Pode ser um ramen de porco com bastante molho.

— E seu namorado? — Ochako pareceu congelar com a pergunta. Sem dúvida, essa era a parte mais divertida em sair com ela: as reações repentinamente tímidas.

— O mesmo, mas com molho picante — respondeu, rapidamente, antes que a Cara de Lua saísse da órbita terrestre.

Era a vez de ele arrastá-la pela mão até uma mesa livre. Ok! Eles não eram namorados, esse era só o terceiro encontro – fora as vezes que se encontravam na academia – porém não seria ruim acharem que Ochako estava comprometida, afinal eles estavam juntos agora. Não juntos namorados, mas juntos. Não queria que achassem que ela estava disponível para outros caras. Merda! Estava cada vez mais difícil se justificar.

— Aterrissa, Bochechas!

Uraraka parecia ter despertado após ouvir a voz do homem à sua frente. As bochechas coradas revelavam a vergonha que sentia, Katsuki sempre achava graça em momentos como esse. Ochako era linda! Seja envergonha; suada durante ou após o treino; sorrindo; frustrada quando não acertava os exercícios; procrastinando; falando sem parar; de top esportivo ou toda agasalhada. Não importava! Era simplesmente maravilhosa!

— Bakugou-kun...e-eu ham... — Encarou-o com uma expressão insegura. Parecia querer dizer alguma coisa inútil, provavelmente pedir desculpas pela a tal da Hana. Ela ainda não sabia, mas essas merdas não eram necessárias entre eles.

Talvez ele devesse dizer alguma coisa, sei lá, algo que esclarecesse de uma vez tudo aquilo que acontecia tão rapidamente entre eles. Qualquer merda que deixasse aquelas bochechas menos vermelhas, as mãos menos suadas e seu coração menos palpitante...

Foda-se!

Ele diria a verdade.

— Não pira, Bochechas. Eu quero na mesma medida que você quiser.

Sim! Katsuki não tomaria as rédeas da situação. Ele dançaria conforme a música que ela decidisse tocar, já estava completamente envolvido, nada mais justo que jogar conforme as regras dela. Nada mais de planos de fuga ou planos para camuflar aquele sentimento crescente em seu peito. Bakugou se deixaria ser levado por aquele magnetismo louco, e mesmo que aquele ímã, que o atraía ferozmente, mudasse de polaridade e o repelisse, sabia que não tinha mais volta, porque seu coração estava se apaixonando também.

Ochako, que parecia ler seus pensamentos, apoiou o queixo na mão livre, sorriu para ele – maldito sorriso que o fazia querer contemplá-la eternamente – deu-lhe um leve aperto na mão, como se dissesse que concordava com ele, e disse:

— Você vai adorar o molho picante do Ichiraku.

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